
RUA NOVA: A SAGA QUE MÚSCULO DEPOIS DA... FESTA ( Pte. 1 )
ERAM DUAS HORAS DA MANHÃ, E EU NÃO TINHA CERTEZA DE QUE NÃO ESTAVA ACORDADA OU NÃO ESTAVA SONHANDO. Desbloqueei a enorme tela SuperAmoled e com animações de previsão do tempo, no meu Galaxy, onde uma lua cheia e amarronzada escurecia...
- Rãh! - E eu acordei assustada com as letras formatadas em Baskerville Old Face que surgiam enquanto um eclipse - Ops! - uma elipse escurecia da direita para a esquerda anunciando mudanças no meu ciclo lunar.
Etward não estava mais lá. Provavelmente fora caçar algum animal silvestre para saciar seu desejo incontrolável de beber da fonte em meu pescoço. Ou teria ele corrido para gravar um programa onde uma sexóloga estaria ensinando métodos para caras das antigas - como ele - abrirem logo mão de sua virgindade, com uma garota indecisa entre um cara cuja pele fria a fazia se arrepiar a cada toque, e um melhor amigo, que de repente ficou saradão, e quente ao ponto de fazê-la suar até mesmo se estivesse embrulhado com ela num saco de dormir, numa montanha, no meio duma nevasca?
Ansiosa e confusa levantei, e caminhei lentamente até a janela ainda fustigada pela chuva forte, que fazia um barulho agradável na madeira.Estaria mesmo chovendo lá fora, ou seriam respingos duma enchente já batendo na minha janela? Resolvi checar. Escancarei a janela deixando que a forte corrente de ar aliviasse o calor que eu sentia ao acordar, depois de ter sonhos que nenhuma adolescente; fanática por histórias de garotas indecisas e humanas; que se apaixonam por vampiros e lobisomens, com certeza não poderia ver graças ao horário em que uma possível dramatização destes seria exibida num canal de TV aberta.
- Se bem que hoje em dia... Não é? - Ella? Você está... - Alguém sussurrou ao meu ouvido. A voz de arcanjo que se diluía na parte final de My Heart Will Go On, quando a Celine Dion aumenta o tom. Uma fala doce e estridente, que logo era abafada por aplausos e gritos de fãs enlouquecidos, que jogavam flores, e até peças íntimas para minha janela. Etward era tão afinado, que timbre angelical, que voz, que diva! - Espere um pouco - perguntei confusa, como sempre. Diva?
Ele já terminava a canção acenando para a multidão que ainda nadava em vão contra a correnteza das águas que desciam ladeira abaixo. Realmente a chuva havia feito com que o rio Quellayout; que delimitava as antigas fronteiras, entre os territórios dos poderosos humanos e tigres com dentes-de-sabre, e dos antigos lobisomens americanos transbordasse. Minha casa também parecia mover-se lentamente. Talvez estivesse.
Era incrível o modo incondicionalmente altruísta como Etward prezava pela minha segurança, e para evitar catástrofes ambientais como essa, ele havia preparado minha casa, a minha nova casa-anfíbio para as prováveis reações em cadeia do aquecimento global. Sempre tivemos uma relação sustentável. Sempre soube que eu era a escolhida para preservar sua espécie e que de alguma forma, contribuiria para a continuidade da existência de alguma outra criatura lendária.
O dia amanhecer - Epa! - meu sotaque americano - amanheceu nublado e maravilhoso para mim, Ella Zwan. Abraçei meu morceguinho branco de pelúcia e abri minha janela para Etward entrar e me ver dormindo, quando viesse à noite.
Hoje eu realmente não queria sair de casa.Resolvi, então, assistir ao filme Titanic.
Quando o filme acabou decidi assistir de trás frente e... Acredite! Você também irá ver muitos zumbis que saem do mar, pegam um navio e vão para a Inglaterra jogar poker. Quando a fanfarra da antiga 21th Century Fox ao contrário acabou e desliguei a TV...
Percebi que dentro de mim, ainda ardia o desejo de sentir aquele fluído rubro e de gosto férreo, porém vital deixando meu corpo; que seria romântica e lentamente drenado por uma causa nobre e inexoravelmente maior. Eu seria a futura senhora Mullen.
- Nossa! - Eu sempre me confundia com a primeira letra do sobrenome de Etward. Eu sempre errava: - Senhora Mullen. Senhora Cullen. Senhora Bullen... Era difícil discernir.
Mas depois de conhecer a família de Etward pude perceber o porquê de seu sobrenome: - Démment, cujo nome era uma homenagem dada por Carmisle a um amigo de seu bisavô, que havia sido morto quando um urso almiscarado invadiu o acampamento de caçadores que comemoravam o abatimento dum grande mamute macho... Era o irmão fortão de Etward.
Apesar de ser mais novo era vezes mais forte, malhado, tarado... - Santo Deus! - Alguém disse. Um amigo daquela minha amiga que caiu e bateu a cabeça quando tropeçou num buraco duma árvore no dia do próprio casamento. - Imagine só! Correndo atrás de um coelho!
- Muito mais... Muitais! - Démentt me recebera muito melhor que todos os demais! Enfim. Os Bullen... Bulinavam todos os recém - chegados em sua família num discreto ritual de boas vindas. É claro que logo me senti em casa. Eu realmente havia vindo à existência para ser algo além do que compreende; ou sonha aquela tal vã filosofia de quem um dia falou que há mais coisas entre a terra e o céu.
Algum tempo depois; me levantei e arrumei toda a casa mexendo e rearranjando a mobília para assustar meu pai quando chegasse à noite. Ele realmente precisava de algumas emoções fortes. Talvez eu tivesse sorte, e meu amigo Calientob Black também entrasse pela minha janela se pendurando no poste e nas árvores... Meu Tarzan... Particular.
Eu sempre me perguntei ( embora gostasse muito daquilo) o porquê de Calientob tirava ou desabotoava qualquer camisa que estivesse usando a cada cinco ou dez mimitos.
Talvez fosse a tal "febre do lobo," ou quem sabe alguma coisa de contrato e roteiro mesmo.De qualquer modo, sempre que estava muito frio ou chovendo parecia sair algum tipo de vapor do corpo dele, no qual confesso, que eu adorava me aquecer."
Céus, Edward jamais poderá ler essas coisas." Aliás... Ficaria ainda melhor se Etward, meu namorado vampiro ( e podre de rico, afinal esta é uma sociedade capitalista, Ella, não sejamos hipócritas) já tivesse me transformado. Assim eu não precisaria ficar passando glíter no corpo para tomar banho de sol.
Dizem que sou uma pessoa brilhante desde que cheguei a Enforks. Seria isso?
Como sempre, eu não poderia deixar de postar no Instagram, no Google+, no Tumblr, no Twitter e no Facebook o meu bom dia ao mundo virtual. Milhões de seguidos, seguidores, assinantes, amigos e curtidores... Aguardavam apaixonada e impacientemente pelo meu retorno.
Isso sempre acontecia quando eu teclava # e OFF, indicando que eu havia partido para minha fantástica realidade, onde minhas criaturas lendárias também me aguardavam impaciente, e apaixonadamente.
- Oh, que belo dia aqui em Enforks. - Postei. - O sol não vai aparecer hoje. Talvez... Eu, Ella Zwan e Etward Bullen; pudéssemos passear pela cidade. Eu sabia que era... Bem provável que Calientob ficasse enciumado, mas se Etward precisasse partir para algum lugar chique e misterioso de um país que parecesse uma bota no mapa-múndi, eu escreveria um romance... Nas páginas industrializadamente amareladas em que o autor escreveria apenas nomes de meses. Reticências. Ou talvez nomes de meses com reticências.
Como sempre quis a paz mundial eu, com certeza escreveria lindos versos sobre tudo que eu e Calientob fizéssemos juntos, como correr pela floresta atrás de alguma garota ruiva que estivesse usando um poncho de lã, que de tão surrado ofendia às mais modernas tendências da moda... Ou então simplesmente consertar bicicletas e motos, e apostar corrida em motos e bicicletas envenenadas.
Eu sentia saudades de meu amigo Calientob, ele havia sumido depois de entrar numa academia para jovens bem... Super dotados. Eu o procurei por todas as redes sociais possíveis: No extinto Orkut, Twitter, Facebook, Tumblr, no Linked In nada. Nem no Instagram, BBM, Skype, no Flickr, nos meus incontáveis grupos do WhatsApp, no Google +...
O Google então... Aff! - Uma busca infrutífera com 65,5 milhões de resultados inúteis! Só um monte de fotos dum cara que namorava uma cantora muito bonita chamada Taylor, Selena... - Até que você é bonitinho! - Teclei despretensiosamente. Ele me lembrava um pouco meu Calientob, só que tinha menos músculos.
Teria meu amigo se tornado num mutante daqueles que foram descobertos no estado de Nova Iorque? Teria tomado esteróides na academia, ou sido transformado por alguma força mágica desconhecida que o fez ganhar treze quilos de massa muscular?
De uma coisa eu estava certa: Calientob havia sumido! Seu pai, que possuía uma fábrica de cadeira de rodas e por isso sempre andava numa diferente da outra todos os dias, me disse que ele havia passado em sua casa na praia de La Bush, um pouco depois do último crepúsculo, do último capítulo, do último dia em que nos vimos, sorrimos e nos despedimos; para pegar uns altéries que se esqueceu de levar.
- E depois não deu mais notícias. - Disse Willy Black, levantando-se para trocar de cadeira de rodas.
CONTINUA...
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