Superman: Força e Honra Capítulo 2: Sombras do Verão
Planeta Diário
“Capa – 10 de agosto de 2016”
Superman Salva Metropolis: Quem é o Homem do S?
Por Lois Lane
METRÓPOLIS – Três dias atrás, o Centennial Park, coração verde de nossa cidade, tornou-se palco de um evento que mudou Metropolis para sempre. Um artefato voador não identificado, descrito por testemunhas como uma “máquina alienígena,” atacou o parque com tentáculos de energia, destruindo estátuas e arrancando árvores. O Capitão Átomo, herói registrado pela ARGUS e símbolo da Lei Charlton, tentou conter a ameaça. Ele falhou. Mas outro surgiu – um homem com um “S” vermelho no peito, que voou dos céus e, ao lado de Átomo, derrotou o inimigo com força bruta e coragem. Hoje, Metropolis o chama de Superman. Mas quem é ele? E por que agora?
O ataque, ocorrido em 7 de agosto sob o calor escaldante do verão, deixou o parque em ruínas e a cidade em choque. Vídeos de celulares, viralizados nas redes, mostram o Capitão Átomo disparando rajadas quânticas, apenas para ser lançado contra uma fonte pela máquina. Foi então que o “homem do S” apareceu, seu uniforme azul rasgado, mas o “S” vermelho brilhando como fogo. Ele socou o artefato com golpes que ecoaram como trovões, salvou uma família de uma árvore em colapso, e, em sincronia relutante com Átomo, destruiu o núcleo da máquina. Quando o silêncio voltou, ele sumiu, deixando apenas perguntas.
“Foi como um deus descendo do céu,” disse Maria Alvarez, vendedora ambulante no parque. “Aquele ‘S’ vermelho… já vi em camisetas, mas agora sei o que significa.” Rumores do “homem do S” circulam há semanas em bairros como o Porto e o Suicide Slum. Moradores falam de salvamentos impossíveis: um carro que não caiu de um viaduto, um incêndio apagado na calada da noite. Nenhum nome, nenhum rosto, apenas um símbolo. Até 7 de agosto, ele era uma lenda urbana. Agora, é Superman – um nome que este jornal dá ao herói que Metropolis abraçou.
Mas o surgimento do Superman levanta questões que a Lei Charlton, promulgada para regular vigilantes, não responde. Aprovada após incidentes com “heróis” não registrados, como o misterioso “homem de Atlântida” avistado em junho, a lei exige que todo vigilante seja sancionado pelo governo. O Capitão Átomo, produto de um experimento militar e agente da ARGUS, é o modelo de conformidade. Sua falha no parque, porém, expõe as limitações da burocracia. “A Lei Charlton nos protege,” declarou o prefeito Harrison Wells em coletiva. Mas protege? Ou prende? O Superman, um vigilante “ilegal” que salvou vidas onde Átomo não pôde, desafia essa lógica.
Fontes da ARGUS confirmam que os destroços do artefato estão sob análise, e sua tecnologia é “incomum". Testemunhas relatam que o Superman parecia “sentir” a máquina, como se a conhecesse. Ele é humano? Alienígena? Um experimento fugitivo? Ou apenas um homem que escolheu agir? O Capitão Átomo, antes de deixar o parque, exigiu respostas: “Ele não está registrado. Isso é contra a lei.” Mas a multidão não se importava com as leis – eles gritavam pelo “S” vermelho, não pelo brilho prateado da ARGUS.
Metrópolis está dividida. Para alguns, o Superman é esperança, um eco dos salvamentos discretos que já havia resgatado vidas nas sombras. Para outros, é uma ameaça, um vigilante que desafia a ordem. O vice-prefeito Lex Luthor, em declaração, pediu “diálogo, não correntes,” sugerindo que heróis como o Superman podem ser aliados, não inimigos. Mas suas palavras, como sempre, parecem carregar mais do que dizem.
Enquanto escrevo, o “S” vermelho está em toda parte: camisetas, muros, telas. O Superman não é apenas um homem – é um símbolo. Mas símbolos têm origens, e este jornal promete encontrá-las. Quem é o Homem do S? Por que ele escolheu Metropolis? E o que aquela máquina queria? Três dias após o Centennial Park, uma coisa é clara: o verão de 2016 pertence ao Superman. E Metropolis nunca mais será a mesma.
Lois Lane é repórter sênior do Planeta Diário. Envíe dicas para
Metrópolis, 10 de agosto de 2016. O calor do verão queimava Metropolis, o sol refletindo no concreto três dias após o ataque no Centennial Park. No Planeta Diário, Clark Kent segurava o jornal, o pulsar zumbindo no peito. A manchete de Lois Lane gritava na capa: “Superman Salva Metropolis: Quem é o Homem do S?” Aos 27 anos, ele era o “Superman” pras ruas, um nome que, Lois cunhou após ele lutar com o Capitão Átomo contra um drone alienígena. Ele salvará vidas em segredo antes — uma criança num beco, um trem descarrilado —, sempre nas sombras. Mas agora, o “S” vermelho estava em camisetas, grafites, e hashtags, Clark não sabia como carregar um nome que não escolheu.
No escritório, o jornal era febre. Jimmy Olsen, apontava para a capa.
— Lois, você acertou! “Superman” tá em todo canto! — Ele sorriu, suando no calor de agosto.
Perry White, editor-chefe, saiu da sala, brandindo outro exemplar.
— Lane, essa matéria é ouro, mas quero mais! Quem é esse cara? A Lei Charlton proíbe vigilantes, e o Capitão Átomo falhou! — Perry bateu o jornal na mesa.
Lois, digitando, ergueu uma sobrancelha.
— Perry, o Superman é a história, não o problema. O povo quer heróis, não burocracia.
Clark ajustou os óculos, o pulsar mais forte. Ele leu a matéria de Lois: o “S” vermelho brilhando contra o Capitão Átomo, a multidão gravando, os rumores de salvamentos discretos. Ele queria Smallville, onde Martha ainda fazia tortas, mas Metropolis não parava.
Na mesa de Lois, outra matéria, de junho de 2016, chamava atenção: avistamentos de um “Homem de Atlântida” salvando navios em alto-mar. A história, assinada por ela, incendiou debates, com senadores exigindo reforços na Lei Charlton contra vigilantes sem registro. Agora, ela conectava os pontos: o “homem do S” dos rumores, o Superman do parque, e o drone que nem Átomo conteve.
— Jimmy, pega as fotos do ataque — disse Lois, levantando. — O Superman não surgiu do nada.
Jimmy, entregou um caderno com várias fotos
— Minhas fotos tão ruins, Lois. Tava tremendo tudo — Jimmy respondeu, enxugando a testa.
Mais tarde na Steelworks, o laboratório contratado da ARGUS, Lois encontrou com John Henry Irons, o engenheiro responsável, analisando destroços do drone, um homem alto, com as mãos calejadas de um passado de operário.
— Isso não é tecnologia humana, Srta. Lane — disse, apontando para um fragmento metálico.
— Não é Tecnologia Humana? — Perguntou Lois, incrédula.
— Isso mesmo. — disse se voltando para ela. — Derrotou o Capitão Átomo, um herói, registrado, com poderes como Força Sobre-Humana, Velocidade Sobre-Humana, Manipulação de Energia. — Ele pegou um tablet ao lado. — Posso garantir que não é Tecnologia Russa, nem Tecnologia Chinesa e sem qualquer sombra de dúvidas não é nossa Tecnologia, digo Tecnologia Americana.
Lois, que estava suando com calor de agosto, tirou algumas fotos dos destroços tecnológicos.
— Então o que é isso, Sr. Irons?
Ele hesitou, sério.
— Algo que não pertence aqui. — Ele guardou o tablet, e pensou no “S” vermelho que Lois chamará de Superman.
Na sede da ARGUS, o Capitão Átomo, Nathaniel Adam, encarava um oficial, a armadura prateada marcada pela luta. A matéria de Lois o irritava.
— Esse “Superman” é um vigilante ilegal — disse, a voz tensa. — A Lei Charlton me respalda, não ele.
O oficial franziu a testa.
— Ele venceu onde você falhou, Adam. O povo tá com ele. — Átomo cerrou os punhos, o brilho quântico faiscando.
Na prefeitura, Lex Luthor encarava Harrison Wells, o tablet com a matéria de Lois entre eles.
— Lex… a Lei Charlton nos protege. — disse Wells, a voz falhando. — O Capitão Átomo tentou, mas esse Superman é um vigilante, como o de Atlântida! Precisamos mandar a ARGUS, de prisões!
Lex sorriu, frio.
— A Lei Charlton é uma relíquia, senhor prefeito. Átomo falhou, mas o Superman venceu. Lois Lane deu um nome ao povo, e eles amam isso. Use-o, ou será esmagado por ele. — Ele se levantou, já planejando o próximo passo.. — Metropolis quer símbolos, não medo.
Wells engoliu seco, sabendo que Lex movia as peças.
Num galpão na periferia, Ted Kord olhava um monitor, sinais estranhos piscando. Jakeem Thunder, ao lado, segurava o jornal de Lois: “Superman Salva Metropolis.”
— Ted, o “drone” tem sinais como 12 anos atrás — disse Jakeem, abafando com o calor.
— Rip me ensinou a rastrear anomalias assim em 2005 — disse Ted, sério, ajustando o monitor. — Ele dizia que 2004 foi o começo de algo maior. O Superman tá no centro, Jakeem. Até o Capitão Átomo foi pego de surpresa. Os Renegados precisam cavar mais.
Clark saiu do Planeta Diário, o cristal no bolso, o pulsar mais forte. Ele precisava de Smallville, da fazenda onde Martha ainda fazia tortas. No metrô, ele olhou pela janela, o calor de agosto sufocando, e pensou nos salvamentos que fez, na luta com Átomo, na matéria de Lois que o transformara num símbolo. O nome “Superman” ecoava, e o cristal parecia quente, como se soubesse algo que ele não sabia. Ele não imaginava que o pulsar era uma ponte — entre o garoto de 15 anos e o homem que Metropolis abraçava.
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