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Aquaman: Herança Perdida

Capítulos 12

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Aquaman: Herança Perdida Capítulo 5

Capítulo 5: O Rei Que Afunda

ANOS ATRÁS

 

O farol cortava a escuridão como um guardião solitário. Arthur, ainda jovem, sentava-se na beira do deque com os pés balançando sobre as ondas agitadas. Seu pai, Thomas Curry, ajeitava a luz do farol, mantendo o olhar no horizonte.

— Nunca tive medo do oceano — Arthur disse, observando as ondas quebrarem contra as rochas.

— Isso é bom... mas também pode ser perigoso — Thomas respondeu. — O medo nos mantém vivos. Mas se deixarmos ele crescer demais, nos afoga.

Arthur franziu a testa.

— Então, o que a gente faz?

O pai sorriu, batendo no peito do filho com um leve toque.

— Você lembra quem você é. Lembra que sabe nadar. E segue em frente.

DE VOLTA AO PRESENTE

As águas de Atlântida estavam inquietas. Não pelo fluxo das marés ou pelo cântico das criaturas do abismo, mas pela incerteza que pairava sobre seu rei. Arthur Curry, outrora um herói que enfrentava tempestades sem hesitação, agora se via paralisado por um medo que crescia como um veneno invisível. A escuridão do abismo se tornara um pesadelo persistente, e sua fobia do vazio apenas o isolava mais.

O trono parecia cada vez mais frio. Seus conselheiros cochichavam em reuniões às quais ele evitava comparecer. Vulko o observava de longe, cauteloso. Mera, no entanto, se recusava a vê-lo se afundar sem lutar.

— Você está se escondendo! — ela explodiu, invadindo seus aposentos como uma tempestade. — Enquanto você se afunda na sua própria cabeça, Atlântida sangra!

Arthur, sentado no trono de coral, manteve o olhar baixo.

— Você acha que eu não sei disso? — sua voz era rouca, cansada. — Eu falhei. Deixei aqueles homens morrerem no abismo.

— E vai deixar mais morrerem se continuar assim. Você tem medo? Ótimo. Mas seu medo não significa nada para aqueles que esperam um rei para protegê-los.

Arthur ergueu o olhar para Mera. Nos olhos dela, havia fúria, mas também dor. A dor de alguém que lutava por ele e pelo reino ao mesmo tempo.

 

Antes que ele pudesse responder, o alarme soou. Gritos ecoaram pelas águas. Criaturas da Fossa emergiram das sombras das grandes avenidas submersas, atacando cidadãos atlantes em plena luz das grandes cúpulas de cristal.

Arthur congelou. Seu corpo se recusava a se mover, o eco do abismo ainda rugia em sua mente.

Mera não esperou. Ela se lançou na batalha com uma precisão feroz, manipulando a água ao seu redor para formar lâminas cortantes. Guardas e guerreiros atlantes se juntaram a ela, mas as criaturas estavam mais agressivas, mais coordenadas. Como se fossem guiadas.

— Arthur! — Vulko gritou. — Precisamos de você!

Mas ele não se movia. Seus pulmões pareciam comprimidos por uma força invisível. Ele via as mandíbulas afiadas das criaturas, o mesmo olhar que o perseguiu no abismo. A escuridão rastejava sobre ele.

Um rugido. Um golpe. O impacto o jogou para trás, derrubando-o do alto do palácio. Seu corpo afundou lentamente, e sua mente entrou em torpor.

A única coisa que ouvia era o eco de seu próprio medo.

Uma das criaturas o agarrou, puxando-o para baixo. Arthur tentou se libertar, mas seus pulmões pareciam se fechar. A escuridão ao redor crescia, engolindo tudo.

Quando Arthur despertou, sentiu o gosto de sangue na boca. Ele estava no fundo de Atlântida, cercado pelos destroços do ataque. Ouvia ao longe os sons abafados de Mera liderando os sobreviventes.

Ele tentou se erguer... mas não conseguiu.

O medo venceu. O herói invencível caiu.

Ele afundava.

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