Skip to main content

Aquaman: Herança Perdida

Capítulos 12

© Todos os direitos reservados.

Aquaman: Herança Perdida Capítulo 6: Entre o Trono e o Abismo

Arthur acorda em um Quartel Subterrâneo na ala leste de Atlântida.

O mar estava inquieto. Mesmo nas profundezas insondáveis onde a luz do sol era um eco distante, correntes invisíveis anunciavam mudanças. Arthur sentia isso. Sentia no peso do oceano ao seu redor, na tensão silenciosa que se instalava entre seus aliados, e, principalmente, na dor pulsante que parecia não abandoná-lo desde sua última queda.

Durante o combate as criaturas libertam Nereus da prisão.

Mera se debatia contra os grilhões energéticos que prendiam seus pulsos. O olhar impassível de Nereus a estudava enquanto ele manobrava sua embarcação furtiva pelas trincheiras submersas.

— Está vendo, Mera? Está vendo o que eu vejo? — Ele gesticulou para o vasto desfiladeiro escuro à frente. A Fossa. Um abismo que pulsava com uma energia antiga e primitiva. — Arthur não tem lugar aqui. O trono de Atlântida pertence a quem compreende a profundidade do oceano, e não a um filho da superfície que teme o próprio domínio.

— E você acha que é esse homem? — Mera retrucou, seu tom carregado de desdém. — Você está brincando com forças que não pode controlar.

Antes que Nereus pudesse responder, um som profundo, gutural, preencheu as águas. Os dispositivos que ele usava para subjugar as criaturas da Fossa começaram a vibrar. Pequenas luzes piscavam, acelerando em um ritmo frenético. Algo estava errado.

As fendas tremeram.

Então, emergiram. Centenas. Milhares. Muito mais do que antes. A escuridão se contorceu como se tivesse vida própria, expelindo bocarras famintas e olhos brilhantes de um mal incompreensível.

Arthur sentiu o chamado antes mesmo dos mensageiros chegarem. Algo estava vindo. Algo maior. Vulko entrou no salão real em ritmo acelerado.

— Sire, uma ruptura foi registrada nas fendas. Os limites da Fossa... Eles não estão mais contidos.

O peito de Arthur apertou. A última batalha já havia sido suficiente para testar seus limites, e ele ainda carregava as marcas dessa derrota.

— Mera? — Ele perguntou, a urgência em sua voz revelando mais do que queria admitir.

— Desaparecida. Nereus a levou. — Vulko manteve o tom neutro, mas o peso da informação era inegável.

Arthur se ergueu. Cada fibra de seu corpo gritava contra isso. Contra voltar àquele abismo. Contra enfrentar aquilo que quase o engolira antes. Mas ele não tinha escolha.



O mar fervilhava. Atlântida inteira sentia a onda de terror se aproximando. Os exércitos se reuniam, mas mesmo os guerreiros mais experientes tremiam ao ver a escuridão avançando. Não era apenas um ataque. Era um cataclismo.

Arthur partiu com Vulko e seus melhores soldados. Cada metro mais fundo era um golpe contra sua mente, mas ele se agarrava ao único pensamento que o mantinha firme: Mera precisava dele.

As primeiras investidas foram brutais. As criaturas estavam mais organizadas, mais ferozes. Equipamentos de contenção falharam. Magia atlante foi dilacerada por garras famintas. Arthur lutava como podia, mas seu corpo hesitava. O vazio o chamava de volta para o medo. Para a queda.

Então, ele a viu.

Mera, presa entre correntes, tentando conter a torrente de monstros ao seu redor. Nereus lutava também, desesperado, seu plano completamente arruinado pela magnitude do desastre que provocara.

Arthur se lançou contra as hordas. Golpeou, esquivou, rasgou as criaturas com golpes certeiros do tridente. Mas hesitava. Sua mente pesava. As garras da Fossa dilaceravam seus soldados. Vulko tentava se proteger com feitiços, mas estava no limite. E o medo… o medo nunca o deixava.

Até que tudo mudou.

Arthur entendeu. O medo sempre esteve lá. Era parte dele. Sempre lutou para reprimi-lo, mas essa não era a resposta. O medo não o tornava fraco. Negá-lo, sim.

Uma luz azul intensa irrompeu do tridente. A aura se espalhou pela água, pulsando como um chamado ancestral. As criaturas hesitaram. Elas não obedeciam mais um comando… mas sentiam uma presença diferente. Arthur não impunha sua vontade. Ele compreendia.

Então, falou sem palavras. A corrente oceânica levou sua voz para o fundo da mente coletiva das criaturas.

E elas pararam.

O campo de batalha congelou. As bestas que antes atacavam sem piedade agora observavam. Arthur ergueu o tridente, não como arma, mas como um símbolo. A maré mudou. Em um rugido que estremeceu a água ao redor, ordenou que recuassem.

E elas obedeceram.

Mera, aproveitando a abertura, canalizou uma onda colossal, varrendo os últimos invasores remanescentes. As correntes que a prendiam se despedaçaram. Ela caiu nos braços de Arthur por um segundo, ofegante, mas determinada.

 

Nereus tentou fugir, nadando para as sombras da trincheira. Arthur foi mais rápido, disparando em sua direção e agarrando-o pelo braço.

 

— Não há para onde correr — rosnou, seu olhar ardendo com a luz azulada do tridente.

 

Mas antes que pudessem interrogá-lo, algo chamou sua atenção entre os destroços.

 

Entre as relíquias da Fossa, havia fragmentos de tecnologia que não pertenciam àquele mundo. Metal sintético, circuitos parcialmente destruídos, algo refinado demais para ser criação das profundezas.

 

Arthur trocou um olhar com Mera e Vulko.

 

A ameaça era muito maior do que imaginavam.

0.0/5 pontuação (0 votos)
Visualizações4


  • Na Literaz, a leitura gratuita é possível graças à exibição de anúncios.
  • Ao continuar lendo, você apoia os autores e a literatura independente.
  • Obrigado por fazer parte dessa jornada!

Deixe um comentário

Faça login para poder comentar.
  • Na Literaz, a leitura gratuita é possível graças à exibição de anúncios.
  • Ao continuar lendo, você apoia os autores e a literatura independente.
  • Obrigado por fazer parte dessa jornada!