Uma Noite com o Mafioso Capítulo 7
A Escolha Final
A tensão era quase palpável naquela noite. O telefone de Gabriel tocou no momento em que ele saía do trabalho, e a voz no outro lado da linha não era a de Enzo. Era fria, cortante, e deixou um calafrio percorrer sua espinha.
— Sr. Costa, temos um convite especial para você. Venha sozinho, ou as consequências serão terríveis.
Antes que Gabriel pudesse responder, a ligação foi cortada. Ele tentou ligar para Enzo, mas o telefone foi direto para o correio de voz. Sabia que algo estava errado, mas antes que pudesse agir, uma van preta parou bruscamente ao seu lado. Homens mascarados saíram do veículo e, antes que ele pudesse correr, foi empurrado para dentro da van.
Gabriel foi amarrado e vendado, cada solavanco da van aumentando sua angústia. Os minutos pareciam horas, e ele tentava desesperadamente controlar a respiração. Suas mãos tremiam, mas ele sabia que precisava manter a calma. Eles o estavam usando como isca. Isso significava que Enzo viria.
Ele tinha que vir.
Quando a van finalmente parou, Gabriel foi arrastado para fora e levado a um galpão abandonado. O som de portas metálicas rangendo ecoava pelo local. Ele foi amarrado a uma cadeira no centro da sala, e a venda foi retirada de seus olhos. A luz fraca de uma lâmpada balançava no teto, revelando rostos desconhecidos e perigosos.
Um homem de aparência imponente aproximou-se, com um sorriso cruel.
— Então você é o famoso Gabriel. — disse o homem, cruzando os braços. — O ponto fraco de Enzo Bellucci.
Gabriel não respondeu, mas manteve o olhar fixo no homem, recusando-se a demonstrar medo.
— Ele virá por você, sabe disso, não é? — continuou o homem. — E quando ele vier, será o fim do império dele.
Gabriel sentiu um nó na garganta, mas não disse nada. Ele sabia que qualquer palavra poderia ser usada contra Enzo.
***
Horas depois, o som de pneus cantando na entrada do galpão ecoou pelo local. Gabriel soube imediatamente que Enzo havia chegado. O coração dele acelerou, dividido entre alívio e apreensão.
As portas do galpão foram abertas com um estrondo, e Enzo entrou como uma tempestade, acompanhado por dois de seus homens de confiança. Ele vestia um sobretudo escuro, e sua expressão era de puro aço.
— Soltem-no. Agora. — Enzo ordenou, sua voz firme e autoritária.
O líder dos sequestradores deu um passo à frente, segurando uma arma com um sorriso desafiador.
— Enzo Bellucci, o próprio. Sabíamos que você viria. — O homem disse, apontando a arma para Gabriel. — Mas você está sozinho. Aqui, nós damos as ordens.
— Você acha que me conhece, mas não sabe do que sou capaz. — Enzo respondeu, calmamente.
Com um sinal sutil, os dois homens que acompanhavam Enzo avançaram, iniciando uma luta brutal contra os capangas. Enzo, por sua vez, foi direto ao líder. A luta foi intensa, uma troca feroz de golpes e movimentos rápidos. Gabriel observava tudo, preso à cadeira, seu coração disparado enquanto o caos explodia ao seu redor.
O líder tentou atirar, mas Enzo foi mais rápido, desarmando-o com uma destreza que parecia quase sobre-humana. Quando finalmente conseguiu derrubar o homem, Enzo o segurou pelo colarinho.
— Se você ou qualquer um de seus homens encostar em Gabriel novamente, eu mesmo acabarei com todos vocês. Entendido? — Enzo rosnou.
O homem, ferido e derrotado, assentiu com dificuldade. Enzo o soltou, e ele caiu no chão, gemendo de dor.
Enzo correu até Gabriel, cortando as cordas que o prendiam. Assim que Gabriel foi libertado, ele se jogou nos braços de Enzo, sentindo o calor familiar de seu corpo.
— Eu sabia que você viria. — Gabriel sussurrou, sua voz embargada.
— Sempre. — Enzo respondeu, segurando-o firmemente.
Mas o momento de alívio foi breve. Um dos homens restantes apontou uma arma para Enzo, mas antes que pudesse atirar, um dos capangas de Enzo derrubou o agressor.
Com a situação controlada, Enzo e Gabriel saíram do galpão. Enzo colocou Gabriel em seu carro e, sem dizer uma palavra, dirigiu de volta para a casa segura. O silêncio no carro era pesado, mas as mãos de Gabriel tremiam ao segurar o braço de Enzo, como se temesse perdê-lo a qualquer momento.
Quando chegaram à casa, Enzo fechou todas as portas e ativou o sistema de segurança. Ele se virou para Gabriel, que ainda estava abalado, e segurou seu rosto com delicadeza.
— Eu não posso mais fazer isso. — Enzo disse, a voz quebrada. — Eu não posso continuar colocando você em perigo.
— Enzo, não diga isso. — Gabriel respondeu, segurando as mãos de Enzo. — Eu sabia dos riscos desde o início. Eu escolhi estar com você.
— E eu escolhi te proteger. Mesmo que isso signifique te afastar. — Enzo disse, sua voz carregada de dor.
Gabriel balançou a cabeça, lágrimas enchendo seus olhos.
— Não me afaste. Não depois de tudo isso. — Ele implorou.
Enzo ficou em silêncio por um momento, como se estivesse travando uma batalha interna.
inalmente, ele suspirou profundamente.
— Eu decidi sair. — Enzo disse, finalmente. Gabriel o encarou, surpreso.
— Sair?
— Sim. Abandonar a máfia. Deixar tudo para trás. — Enzo explicou. — Não posso continuar nesse mundo e te proteger ao mesmo tempo.
Gabriel sentiu uma mistura de alívio e preocupação. Ele sabia que abandonar a máfia não seria fácil, mas também sabia que Enzo estava disposto a lutar por eles.
— Se você está disposto a arriscar tudo, eu estarei ao seu lado. — Gabriel disse, com firmeza.
Enzo o puxou para um abraço apertado, como se estivesse ancorando-se em Gabriel.
— Então vamos fazer isso juntos. — Enzo disse, sua voz carregada de determinação.
***
Os dias seguintes foram repletos de preparativos. Enzo começou a desmontar cuidadosamente seu império, cortando laços e repassando responsabilidades para aqueles em quem confiava. Gabriel, por sua vez, usou suas habilidades como advogado para ajudar Enzo a legalizar alguns de seus negócios e a proteger seu futuro.
Eles sabiam que a transição não seria fácil. Haveria retaliações, ameaças, e talvez até perseguições. Mas pela primeira vez, Enzo não estava sozinho. Ele tinha Gabriel ao seu lado, e isso fazia toda a diferença.
Na última noite na casa segura, os dois sentaram-se na varanda, observando as estrelas.
— Você acha que conseguiremos? — Gabriel perguntou, apoiando a cabeça no ombro de Enzo.
— Não será fácil. — Enzo respondeu, passando o braço ao redor de Gabriel. — Mas eu acredito em nós.
Gabriel sorriu, sentindo-se finalmente em paz.
— Então isso é tudo o que importa.
Eles ficaram em silêncio, aproveitando aquele momento de tranquilidade. O futuro ainda era incerto, mas, juntos, estavam prontos para enfrentá-lo. O amor deles, forjado em meio ao perigo e ao caos, era agora uma fortaleza que ninguém poderia destruir.
Fim.
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