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E o destino quis assim...

Capítulos 9

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E o destino quis assim... Capítulo 2

“I
'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears

And if you have to leave, I wish that you would just
leave
'Cause your presence still lingers here
And it won't leave me alone

These wounds won't seem to heal
This pain is just too real

There's just too much that time cannot erase”
My Immortal - Evanescence

 

Jo Ann entrou na sala de professores dando bom dia a todos que estavam ali percebendo que seu amigo de longa data não estava, ela estranhou se perguntando se a noite havia sido tão boa que Alan perdera a hora.

Os dias que passaram foram mais cansativos que o normal, mas como sempre guardou isso para si. Ontem falou com seu amigo, percebera pela ligação que ele estava radiante, o que a despreocupava um pouco, mesmo sabendo que seu marido não valia nada. Como em toda ligação com Alan falara demais o que a deixava com a impressão de ter se entregado, apesar de eles serem amigos a mais de dez anos e de um conhecer o outro melhor que os mesmos, Jo tenta a todo custo aparentar estar bem, mas para falar a verdade ela está tentando viver como antes de tudo aquilo acontecer.

Se sentou em uma cadeira no meio da mesa, " era a única vaga no momento" repousou sua bolsa no colo. Ann ao se lembrar do que Alan provavelmente esteja causando nela uma crise de risos, todos os presentes na sala a olham como se fosse louca por estar rindo como uma. Jo Ann se ajeita na cadeira para aguardar o restante do corpo docente chegar.

Quando faltavam uns cinco minutos para o sinal, o telefone dela começa a tocar incessantemente, deixando a louca procurando o dentro da bolsa que Alan apelidou de Lixão da Mãe Lucinda.

Depois de muito procurar, achar coisas que ela dava como perdidas, enfim achou o celular, a ligação já havia caído, mesmo como uma pessoa curiosa que é decide verificar quem tinha ligado.

Antes de conseguir ver quem era, o telefone começa a tocar novamente e estranho que era Alan que estava ligando, mas logo pensa que meu sem amigo noção preferido queria avisar que se atrasaria, logo trata de atender a ligação.

– Oi! Já até sei pra que está ligando − Ann faz uma pausa e pensando ter o escutado um fungar, mas decide continuar − Você irá se atrasar. pode deixar que eu aviso aqui.

–    Não vou para o trabalho hoje − Assim que ele a disse teve a certeza que ele chorou ou estava chorando ainda − Não estou em condições de trabalhar.

–    O que aconteceu Al? − Ela pergunta, mas ele fica em silêncio, Jo escuta que ele começou a chorar de novo para contribuir com o aumento do seu desespero − Estou indo pra aí. E não me venha com não precisa porque estou vendo que você não está bem.

Sem paciência pra esperar saber o que Alan iria dizer encerra a ligação, joga o celular dentro da bolsa, se levanta apressada da cadeira assustando quem estava na sala, eles até tentam a perguntaram o que aconteceu, mas acaba não dando brecha para eles a perguntarem, depois enviaria uma mensagem a diretora avisando o motivo de tanta pressa.

–    Hoje eu não volto mais − Foi a única coisa que veio a sua mente, a preocupação com Alan não deixava pensar direito no que estava fazendo, um dia Alan a mataria isso ela tinha certeza, alguém pergunta o que estava acontecendo, quando Jo Ann a ouviu já tinha saído do prédio.

Alheia a tudo a sua volta, acaba nem se dando conta que já havia chegado ao estacionamento, só se dá conta ao perceber que entrava no carro. Seus pensamentos estão em um turbilhão de possibilidades do que poderia ter acontecido para Alan estar naquele estado.

"Eu juro se aquele filho de uma ronca e fuça ter encostado um dedo no meu amigo eu acabo com a sua raça”

É com esse pensamento que ela liga o carro indo em direção ao apartamento de seu amigo/irmão.

 

A primeira coisa que Jo Ann percebe é a porta do apartamento está entreaberta, o que a faz estranhar levando a pensar no pior, com medo de como iria encontrar seu amigo, ela respira fundo entrando, o medo dominava seu corpo fazendo-o tremer em antecipação.

Muitos cenários se passam em sua mente do que provavelmente teria acontecido para que Alan a ligara no estado em que se encontrava, seus olhos marejaram em pensar no que acontecera a Al.

–    Al, onde você está? − Jo fala mais alto com medo de encontrá-lo desacordado ou algo parecido, a ansiedade toma conta dela, seu coração acelerado em ansiedade misturado com medo não conseguindo pensar direito, de novo todas as possibilidades vêm à mente, para aumentar mais o seu desespero

–    Estou na cozinha − Assim que escuta sua voz embargada pelo choro, Jo Ann não anda muito menos correr, o que ela fez não se enquadra em nenhuma coisa, passou feito raio pela sala para enfim chegar ao seu destino, mas o estado em que encontrou seu amigo a surpreendeu. Seu amigo encolhido, em frente a pia, com a cabeça entre os joelhos derramando todas as lágrimas possíveis e impossíveis.

Ela havia parado no batente da porta pelo susto que foi encontrar seu amigo ali frágil, quebrado, antes de entrar analisou a cena diante teus olhos, ele estava daquele jeito, a sua frente sua aliança.

Foi naquele instante que Jo Ann compreendeu o que tinha ocorrido, andou até ele se sentando ao seu lado o abraçando.

Ela colocou a cabeça de Alan em seu colo, ele continuara a chorar por um longo tempo, Ann não soube dizer por quanto tempo seu amigo chorara, ao perceber que a respiração de Alan ficou compassada e que o mesmo tinha adormecido, ela enfim pode respirar um pouco aliviada.

Toda a situação a preocupava, o que ocorreu deve ter sido muito grave para seu amigo estar no estado em que se encontrava, pelo menos agora que ele dormiu enfim parou de chorar.

 

Alan acorda sem se lembrar que havia adormecido, pelo menos não dormira no chão, sentia algo macio embaixo de sua cabeça. Não se lembro de ter adormecido, mas acorda em algo macio, pelo menos sua cabeça, ainda estava no chão, logo percebeu que estava com a cabeça no colo de alguém.

As lembranças das últimas vinte quatro horas voltam como avalanche em sua mente, sente vontade de desabar outra vez, mas precisa ser forte e aguentar, fora ele mesmo que tomou a decisão, então agora era arcar com as consequências da mesma.

–    Agora que você já se acalmou pode ir contando por que te encontrei nesse estado − A pessoa falou assim podendo reconhecer que era Jo Ann que estava ali, veio à mente que ele ligara para ela.
"Merda! Aquela louca varrida tinha largado tudo pra ver se eu estava bem.” Pensou.

–    O que aquele filho de uma puta fez? − Ela perguntou parecendo que queria matá-lo.

–    Pare de falar assim… − Alan disse sendo interrompido.

–    Vai defender ele ainda? − Jo Ann perguntou indignada.

–    Você vai me deixar terminar ou vai ficar me interrompendo, e em primeiro lugar eu não vou defendê- lo, porque ele fez merda – Diz se sentando ao seu lado.

–    Então anda logo e desembucha. Você sabe como sua amiga está com a ansiedade e preocupação de ter te encontrado assim, eu nunca te vi derramar uma lágrima sequer − Ela disparou feito um papagaio toda dramática para o lado dele.

Alan respira fundo, se ela estava aqui então nada melhor do que aproveitar de sua bondade, conta tudo que ocorreu nas últimas vinte quatro horas, para a sua felicidade Jo Ann fica em silêncio enquanto conta, assim que termina seu relato, ela está com os olhos esbugalhados de surpresa, parece que realmente não esperava que ele fizesse tal coisa.

–    Então você que fez e eu já querendo matar o desgraçado − Ela afirma depois de uns momentos em silêncio − Mas uma coisa você não me explicou, por que te encontrei assim?
Engole a saliva que se acumulara, ainda estava um turbilhão de emoções dentro dele, mas se forçou a se acalmar, tentar expressar o que sentia e o porquê de sua amiga o ter encontrado naquele estado que ainda permanecia.

–    Para te falar a verdade − Fez uma pausa tentando reorganizar meus pensamentos e entender seus sentimentos − Sei que me encontrou chorando, você deve estar pensando que era arrependimento pelo que fiz… − Jo Ann o interrompeu.

–    É a conclusão mais óbvia − A olhou severamente a fazendo engolir em seco − Continue. Não vou interromper mais.

–    Mas a verdade é que é um choro de alívio, de saber que nunca mais vou fazer papel de otário − Fez mais uma pausa para umedecer os seus lábios que encontravam-se secos − Que enfim percebi que ele colocara uma venda em meus olhos, não me deixando ver nada – Alan fez outra pausa me levantando do chão da cozinha e seguindo para a sala, sua amiga já estava perdendo a paciência com todas essas pausas na história que ele contava.

–    Onde você está indo Al? − Jo Ann me perguntou.

–    Vou para o sofá, minha bunda doeu de ficar sentado no chão − Diz causando risos nela − Droga!

− esbravejo assim que paro em frente ao sofá.

–    Ai Meu Deus. O que foi agora?

–    Me esqueci que o sofá está encharcado − Assim que termina de dizer os dois caem na risada.

–    Então vamos para o quarto de hóspedes que é mais conhecido como meu quarto.

–    Ele é o seu quarto na verdade.

Chegando no quarto Alan pula em cima da cama sem pensar duas vezes.

–    Agora pode continuar − Jo Ann disse se sentando na beirada esquerda.

–    Percebi que na verdade o que ele me dizia era um espelho do que ele é, acho que caí em mim, não sei por que estou nesse estado – Alan disse acabando o que queria dizer.

–    Agora nós vamos para minha casa, você está precisando se espairecer − Jo Ann disse já se encaminhando para a saída do quarto, quando percebeu que seu amigo não havia se levantado ainda ela se virou.

–    Se você não vir eu vou te deixar aí − Ela afirmou tentando o despertar de meus pensamentos, percebeu que não adiantou nada, voltou para o pé da cama, Alan só percebera que Jo Ann não tinha saído, quando ela o abraçou − Agora me conta o que está aí nesta cabeça linda. Porque sei que você não falou tudo.

Ele encolhe os ombros se condenando por sua amiga lhe conhecer tão bem que percebe quando tenta esconder algo.

–    Merda! Por que você tem que me conhecer melhor do que eu?

–    Oras, porque sou sua melhor amiga − Ela disse fazendo um cafuné gostoso nele − Não venha reclamar que você faz isso comigo também. Como diz o ditado chumbo trocado não dói. Agora pare de me enrolar e desembucha criatura de Deus. − Jo Ann disse já impaciente.

–    Nada de muito sério − Diz fazendo-a franzir a testa e o encarar.

–    Hmmm! Conta outra Alan.

–    Mas é sério só estava pensando em como será minha vida daqui pra frente.

–    Sério?

–    Você mais do que ninguém sabe que eu não sei mentir, mas é sério mesmo.

–    Vamos levantar dessa cama, tomar um banho e vir para minha casa comigo.

 

Os dois amigos já estavam há um bom tempo sentados no sofá, comendo pipoca e sorvete, vendo um filme qualquer de comédia romântica, felizmente conseguiram se distrair um pouco da sua vida que naquele  momento  estava  uma  verdadeira  confusão, mesmo Alan sabendo que foi o causador dela estar desse modo.

Sente culpa ou receio por tê-la virado de pernas pro ar? Alan escuta a voz de sua consciência lhe perguntando.

–    Para falar a verdade, não! Sinto alívio por ter me livrado de um fardo. – Resmunga.
Levei um susto quando Jo Ann disse algo me tirando de meus pensamentos.

–    Hmmm?

–    Não me fale que estou aqui a uns trinta minutos falando praticamente sozinha? − Ela o perguntou fazendo-o perceber que o filme já havia acabado.

–    Desculpa − Fala, mas saiu quase como um sussurro inaudível.

–    Você está mesmo bem? Porque você está muito calado pro meu gosto − Jo Ann diz com um tom de preocupação, o mesmo que ele fazia quando ela estava com o mesmo comportamento que Alan apresenta no momento, só que ele não queria a preocupar com as bobagens que habitavam seus pensamentos naquele instante − Al, não se arrependeu, né?

–    Por que me arrependeria? − Respondeu com uma pergunta não a deixando satisfeita.

–    Não me responda com pergunta – Sua amiga o repreendeu fingindo chateação − Eu te conheço bem Alan Martins, e não me venha com essa pra cima de mim.

–    Na verdade… estava pensando em como minha vida será daqui pra frente – Responde se ajeitando no sofá, assim ficando de frente para Jo Ann.

–    Olha, eu sei que você deve estar achando que a sua vida acabou − Ela faz uma pausa quando percebe que seu amigo está olhando para baixo, ela levanta sua cabeça para que ele a olhe nos olhos − Mas ela não acabou, isso pode ser um recomeço de uma vida que você não vivia como você mesmo já disse.

–    Sei disso, o que não me impede de pensar o que será que acontecerá daqui pra frente − Responde sentindo a necessidade de dar uma resposta mesmo sabendo que não tinha necessidade.

–    Vou buscar mais pipoca pra gente ver mais um filme − Jo Ann diz se levantando do sofá.

Sua amiga está lhe dando um apoio, Alan se sente mal por isso por saber que ela ainda não está 100%, mas Jo Ann acaba se anulando para tentar fazer com que ele fique melhor, apesar de tudo, ele não estava tão mal assim, mas entendia o medo e a precaução da amiga.

Alan focava quase toda sua energia em pensamentos de como ele prosseguiria com a vida.

Ele leva um susto quando um balde de pipoca surge na sua frente

–    Precisava me dar um susto desses? − Pergunta com certa raiva na voz, que consequentemente a faz sair em um tom mais elevado do que o normal.

–    Você que estava todo distraído, não me viu chegar e nem te chamar − Ela lhe dá uma bronca fingida

–    Só tive que apelar para medidas drásticas.

–    Que seria me dar um baita susto − Falou fazendo drama − Se eu fosse cardíaco com certeza teria morrido.

–    Mas como meu amigo é dramático − Jo Ann disse dando uma pausa colocando a mão na testa e inclinando a cabeça para trás − Você está na profissão errada, agora eu tenho a certeza disso.

–    Só que não! − Retruca − Agora você vai me falar como a senhorita dona de si está?

–    Você já sabe como estou − Ela lhe responde muito rápido para o seu gosto, não o olha nos olhos, pois ela sabe que Alan descobre quando está mentindo − Ótima!

–    Repete olhando para mim – Ele afirma.

–    Mas como você é um porre de amigo − Jo Ann o repreende − Não sou eu que preciso desabafar aqui, muito menos conselhos, é a vossa alteza que está na minha frente que está precisando de um ombro amigo.

–    Oras, só me faltava essa − pragueja − Pois eu que não preciso, pois para a senhorita saber eu estou muito bem.

–    Então me responda o que você tanto pensa, que chega a se alienar do resto do mundo?

–    Aishi, quantas vezes vou ter que responder a mesma pergunta? − Ele devolve uma pergunta mesmo sabendo que ela odeia que eu faça isso. – Essa repetição já está me estressando.

–    Até eu estar convencida. − Ela o responde empinando o queixo se fazendo de metida, coisa que não era.

–    AI, MEU DEUS DO CÉU AMADO, O QUE EU FIZ PARA MERECER ISSO? − Grita a assustando − Só pode que eu cometi um pecado muito grave em outra vida, só assim para ter uma explicação plausível pra ter que aturar esta criatura.

–    Eu sei que você me ama − Sua amiga o agarra o enchendo de beijos nas bochechas.

–    Olha que esse amor tem prazo de validade − Tenta dizer para a afastar, mas infelizmente não adianta em nada.

–    Não tem mesmo − Ela disse convicta − O pobre coitado do meu best friend acha que eu não o conheço − Jo Ann disse mais pra si mesma do que para Alan.

–    Jo Ann, mas você é uma idiota, logico que sei disso, acho que você que se esqueceu que eu também te conheço muito bem − Assim que ele termina de dizer, sua amiga cai na risada o deixando panguando.

–    Por acaso meu querido amigo já começou a ver a série que te indiquei? − Jo disse assim que conseguira parar de rir.

–    Você mais me intimou do que indicou – Tenta contrapor − Mas respondendo, sim eu vi metade do primeiro episódio.

–    Vamos ver o resto então − Ela afirma animada o que o faz não compreender nada.

–    Nós vamos passar a noite vendo? − Pergunta já com medo da resposta que ouviria.

–    Sim − Ela responde, ele a olho como se fosse um alien de sete cabeças coloridas.

–    Você e eu temos trabalho amanhã sua louca varrida, além de eu estar morto precisando de cama − Diz.

–    Al, não vai me deixar aqui sozinha né? − Ela insiste, ele olha para sua amiga tentando dizer...

Eu não creio que vou concordar com essa maluca.

–    E como nós vamos trabalhar amanhã?

–    Isso é fácil de se resolver, pode deixar comigo – Ele a olha não crendo que ela poder fazer isso.

–    Vai fazer o que? − Indaga − Fechar a escola – Ele brinca, mas vejo que um brilho se instala em seus olhos.

–    Mas que ideia ótima − Jo Ann disse.

–    Só pode estar brincando comigo, né? − Já indaga com medo.

–    Já me viu brincar com coisa séria? – Alan balança a cabeça em negativa. − Pois bem, amanhã nossas salas não terão aula.

“Pra que fui abrir minha caçapa” Penso.

Assim foi feito, passamos a noite vendo Dorama e a vaca da minha amiga me acordou às 04:00 da manhã.

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