Skip to main content

E o destino quis assim...

Capítulos 9

© Todos os direitos reservados.

E o destino quis assim... Capítulo 5

“Realmente eu perdi a cabeça” Alan pensou enquanto destrancava a porta de seu apartamento. Alan e B entraram no apartamento, ele sabia que o que estava fazendo era muito arriscado, mas não sentiu perigo vindo do homem, para falar a verdade o professor se sentiu seguro ao estar ao lado dele.

O professor andou em direção ao seu quarto praticamente correndo, parou diante do guarda-roupa abriu a porta ao lado da parede em busca de toalhas, se agachou pegando na última prateleira, uma toalha azul, e feito o louco da toalha fez uma pequena corrida para chegar à sala.

–    Aqui está a toalha, o banheiro é a próxima porta do corredor à esquerda.

–    Mas...

–    Sem mais só vai tomar um banho e se barbear. Ao ver que B “o obedeceu” e foi para o banheiro,
ele se jogou no sofá fuçando no celular, queria fazer algo útil, mas a verdade é que foi parar no Instagram, assim perdendo uma boa quantia de minutos de vida.
Estava rolando o feed quando o celular começou a tocar, ao ver que se tratava de Jo Ann ele logo atendera.

–    Oi.

–    O que você aprontou dessa vez Alan? – Jo Ann já solta a bomba não me dando tempo para pensar.

–    Não fiz nada não – Alan se amaldiçoa por sua voz ter saído fina.

–    Conta outra.

–    É sério não fiz nada.

–    Mmm sei tá.

–    Por que você está duvidando de mim? – Alan pergunta indignado.

–    Porque meu querido amigo, eu te conheço e quando você fala pouco é que está aprontando alguma.

–    Ahhh! Você me pegou.

–    O que foi dessa vez? – Alan se ajeita no sofá.

–    Ele tá no banho – Fala com um fio de voz.

–    O que? Não ouvi direito.

–    Eu disse que o que eu aprontei está no banho – Alan responde entre dentes

–    Mas quem é o que você aprontou?

Ao perceber que B já havia saído do banho, ele estava com a toalha enrolada em sua cintura exibindo sua barriga trincada, estava escorado no arco da porta Alan se apressou para terminar a ligação.

–    Já que a respondi tchau.

E desligou sem dar chance para Jo Ann retrucar.

Alan não conseguia para de olhar para ele, podia se dizer que estava hipnotizado pela beleza do homem, muitas dúvidas rondavam sua mente. Como que ele tinha parado na rua? O que um cara com aquele corpo fazia na rua? Com certeza era um rato de academia.

–    Você pode me emprestar uma roupa? – Assim que B disse Alan saíra do transe em que se encontrava.

–    Que cabeça a minha – Alan diz rindo se levantando do sofá, caminhando, como B tinha um porte físico parecido com seu ex decidiu por pegar uma roupa dele que ainda estava lá, pegando assim a primeira roupa que encontrara.

–    Obrigado – B diz assim que lhe entregou.

–    Pode se trocar aqui – disse mostrando o quarto de hóspedes.

 

***

 

Alan havia se sentado no sofá a pouco tempo, estava vendo alguma serie que não se recordava do nome, se prestava atenção era muito, sua mente matutava o que lhe acontecera nos últimos dias.

Havia dado abrigo a um homem que não conhecia, um estranho, ele não devia ter feito tal coisa, contudo algo lhe disse que precisava fazer.

Com toda certeza aquele homem, que agora se encontrava em seu apartamento, para ser mais específico, em seu sofá, a seu lado. Seus olhos não olhavam mais para a televisão, verdadeiramente havia perdido o interesse na série ou filme que os dois assistiam.

Seus olhos estavam focados em B. no que ele fazia, ele prestava atenção ao que a televisão exibia, estava meio deitado, meio sentado, sua barriga subia e descia ritmada, parecia que dormiria em instantes.

Alan se levanta de repete assustando B. que quase dormia.

—    O que foi? — Pergunta assustado.

—    Nada, só estou com fome...

—    Então vamos comer

—    É que...

—    Não tem o que comer aqui? Alan abaixa a cabeça derrotado.

—    Peça algo pra comer — B. afirma.

—    Vou pedir uma pizza pra gente comer enquanto terminamos de ver a série — Conclui Alan voltando a se animar.

—    É um filme.

—    Que seja!

Assim eles engataram uma conversa animada sobre o que estavam achando do filme, B. estava amando o filme, que se tratava de um clássico dos anos 40, em contraponto Alan estava achando chato e entediante, tanto que seus pensamentos estavam mais interessantes que o filme, que descrito nas palavras de B. era revolucionário e a frente de seu tempo.

A fome que Alan sentia podia se dizer que era tremenda, só havia comido na escola as 09:00 horas, assim que ouvira o interfone tocar voou para atendê-lo, finalmente havia chegado, autorizou o entregador subir.

Alan e B. comiam em um silencio confortável, ambos estavam com muita fome, comiam como se não houvesse amanhã.

 

***

 

Alan acorda com cheiro de café da manhã, ele estranha por saber que agora mora sozinho, mas mesmo quando morava com Cauã, ele não fazia café da manhã, sequer conseguia o encontrar em casa.

Curioso por natureza, ao sair do quarto ele ouviu alguém cantando.


Baby i’m falling head over heels
Looking for ways to
Let you know just how I feel
Wish I was holding you by my side
I wouldn’t change a thing
Cause finally it’s real
It’s you - Henry


Ao ouvir Alan por um segundo não se lembrara que tinha sim alguém em sua casa.

Com curiosidade tomando seu ser, ele foi bisbilhotar o que o homem que estava ajudando estava aprontando em sua cozinha.

Ao passar pela porta a surpresa que teve o deixou em um estado catatônico, nunca que iria imaginar que B com aquele porte físico, ok, Alan estava sendo preconceituoso de julgar ele pelo tamanho, mas dificilmente pensaria que o cara que estava hospedado em sua casa saberia servir um banquete de café da manhã e ainda por cima o alegrar com uma voz angelical, o homem estava sem camisa exibindo suas costas suculentas, isso segundo Alan, tranquilamente como se ele morasse ali fazia anos, ele mexia em algo no fogão distraído.

Alan não conseguia entender o que tanto lhe interessava em B, okay ele era um tremendo gostoso, mas não foi somente isso que lhe prendera a atenção, B tinha algo, o tchan que fazia com que tomasse toda a atenção do professor.

“Não contém isso pra ele. Ai meu Deus! Estou endoidando” Pensou Alan incrédulo de por onde seus pensamentos o estavam levando.

Mas qual não foi sua maior surpresa ao se deparar com Jo Ann, pleníssima, sentada em uma das cadeiras tomando seu café da manhã como se a casa fosse sua.

“Realmente eu estou endoidando! Como não percebi que tinha duas pessoas na minha cozinha?” Alan pensou.

–    Bom dia!

–    Bom dia trem doido – Jo Ann diz o olhando com o olhar porque não me contou que tem um gostoso descamisado na sua casa.

–    O que minha amiga faz aqui a essa hora da manhã de um sábado?

–    Vim ver como meu querido amigo ingrato que não me conta mais nada está.

–    Mulher já te falei que estou bem.

–    Pelo que vejo está mais que bem.

Alan a olha como se quisesse matá-la.

–    Eita! Não me olha assim.

–    Deveria olhar de outro jeito?

–    Claro. Sou o amor da sua vida.

B finalmente saiu da frente do fogão voltando sua atenção ao que estava acontecendo na mesa, quando estava terminando o café da manhã estava segurando a risada da conversa de Alan e Jo Ann.

–    Finalmente terminei!

Assim que se sentou B percebera que os dois amigos o olhavam com curiosidade, pelo menos da parte de Jo Ann era curiosidade, já Alan ele não conseguia distinguir o que estava pensando ao olhá-lo.

–    O que foi? – Perguntou sem entender o que tinha de erado nele para que tanto o olhassem.

–    Onde esse doido desvairado te achou? – Jo Ann perguntou sem medo algum.

–    Na rua.

–    Amigo me diga essa rua pra ver se acho algum pra mim – Jo deixa Alan sem graça com sua fala o deixando ruborizado.

“Como ele fica lindo assim” B pensou já se punindo por tal pensamento.

–    Agora cá pra nós, o que fizeram ontem?

–    Jo Ann Chega – B se assusta com o berro que Alan dá – Você está assustando-o.

–    Que nada.

Alan a olhou ressabiado.

–    Você que o assustou com o berro que deu.

–    E você está impossível.

–    E você é um chato de galocha. Nem me deixa saber da sua vida.

–    Eu já te falei que chega.

–    Tá bom, você o quer todo pra você – Ela diz se levantando – Vou embora. Vê se cuida desse doido, Ben.

–    Pode deixar Jo Ann.

–    O que deu em você para tratá-la assim? − Assim que Jo Ann vai embora B pergunta para Alan.

–    Aishhh! Não sei – Realmente Alan não tinha paciência para o espírito enxerido que seu novo ‘inquilino’ tinha – Na verdade odeio quando ela vem aqui sem avisar– Alan interrompe o que estava dizendo girando seu pescoço para a esquerda para encarar B – E ainda por cima vem se intrometer onde não foi chamada.

Alan termina de dizer indignado com tudo que estava acontecendo em sua vida, primeiro seu casamento que acabara, segundo sua amiga o tratando como se fosse uma criança de dois anos incapaz de viver sozinho, agora encontra um Deus Grego na praça, o leva para casa, para no dia seguinte sua amiga aparecer em sua casa sem ser convidada e de bônus começa a tirar suas próprias conclusões de o porquê ele estar na sua casa, realmente isso o irritava.

–    Você está irritado por ela saber que estou aqui?

–    Não.

–    Mas...

–    Não tem mas.

–    Pelo jeito que ficou irritado tem um, mas, mas você não me quer contar e está tudo bem, na hora que quiser me contar vou estar aqui – B afirma assim que pegou um pão e começou a passar manteiga nele.

Um silencio incomodo permaneceu na mesa, Alan não sabia o que dizer para quebrar esse silencio que tanto o incomodava.

–    Tem um ‘mas’...

Alan começou não tendo coragem para continuar, esperou alguma resposta de seu ouvinte.

–    Hmmmm...

–    Eu terminei meu casamento semana passada – Alan disse aquilo pela primeira vez, achou que seria mais difícil, respirou fundo.

–    Por qual motivo?

–    Por vários, e um deles seria que eu não era mais feliz nesse casamento.

–    Pelo que disse não foi só por isso.

–    Não. Ele sempre me traiu, sabia que ele me traia, mas não tinha a coragem para dar um basta. Ele me diminuía – Alan disse concluindo satisfeito por desabafar com alguém.

–    Hmm, entendi.

B olhou dentro dos olhos de Alan procurando saber como ele estava com tudo que havia acontecido.

–    Você está bem com o que fez?

–    Estou

Ele o olhou como quem não acreditava.

–    De verdade. Estou bem. Só queria ter enxergado antes – Alan lamentou.

–    Se arrepende?

–    Você é irmão da Jo Ann? – Pergunta com sarcasmo.

–    Não. Por quê?

–    Porque está perguntador igual.

Os dois caem na gargalhada ficando assim por minutos.

5.0/5 rating 1 vote
Visualizações44


  • Na Literaz, a leitura gratuita é possível graças à exibição de anúncios.
  • Ao continuar lendo, você apoia os autores e a literatura independente.
  • Obrigado por fazer parte dessa jornada!

Deixe um comentário

Você está comentando como visitante.
  • Na Literaz, a leitura gratuita é possível graças à exibição de anúncios.
  • Ao continuar lendo, você apoia os autores e a literatura independente.
  • Obrigado por fazer parte dessa jornada!