Crossverse: Os Lordes Implacáveis CAPÍTULO DOIS
O ATAQUE DOS SOMBRIOS – PARTE UM
Marcelo e Emanuelle não estavam acreditando naquilo que estavam escutando. Na verdade, até mesmo o jovem Mateus DiCristh estava duvidando se
tudo aquilo que a misteriosa Mariane Sintra estava contando realmente era real, pois soava quase como uma profecia sinistra:
— Lorde Valentino Rouxinalle se uniu aos Blackers e Darkers, um grupo sombrio dos anos sessenta, para tomar o poder da cidade e do estado inteiro de Saint Paul. Ele se aliou a famigerada e temida Lady Catrina, antiga vilã da ASL e da família de heróis luminosos de Campinus, os Holyblesseds, que pretende tomar o poder de Brasílius, explodindo o palácio da república, em Janeirópolis, usando um canhão interplanetário. Vocês não compreendem! – dizia ela, irada e nervosa. – Lorde Valentino contratou um verdadeiro exército de mercenários fortemente armados com o melhor da tecnologia moderna, além de seu habitual exército de possessos e agentes sombrios. Ele se manteve quieto e condescendente até agora apenas para passar uma aparente faceta de “bom lorde sombrio”, mas era apenas uma fachada para enganar os heróis luminosos mais velhos, e ele conseguiu!
Enquanto Mariane contava aquelas revelações perturbadoras, Mateus dirigia seu veículo tecnológico feito um louco, aproveitando-se ao máximo do sistema de capo de força, para atravessar sinais vermelhos e entrar em lugares apertados. Ele também se comunicou via rádio com Ana Santos e Capitã Diana, que ficaram embasbacadas diante de tamanha notícia, ordenando que todos retornassem ao quartel general imediatamente. Laiting, que sobrevoava o local, usou a dominação de vento para escutar as mensagens que Mateus enviou para Diana e Ana Santos, decidindo ficar de olho no carro de seu amado DiCristh. Contudo, Marcelo ainda estava cético:
— Ah qual é?! Conta outra vai! Lady Catrina, aquela vilã sombria dos anos sessenta? Aquela que tentou dar o golpe militar em Brasílius em 1964? Não! Pra mim você é uma falsa profetiza, isso sim!
— Marcelo! Como você pode dizer uma coisa dessas? – disse Emanuelle, pasma.
— Vocês podem pensar o que quiserem! – disse Mariane Sintra. – Eu sonhei com esse dia! E o meu pai falou algumas coisas, e decidi investigar por conta própria, com a ajuda do Espírito Santo. Foi assim que eu fiquei sabendo de tudo isso, viu! Seu fariseu!
— Mas como?! Fariseu?! Ah essa é boa... Eu nem te conheço menina! Oh Mateus, bota ela pra fora do carro! Usa o botão de ejetar o acento, vai! – disse Marcelo, irado.
— Eu já disse que eu não coloquei acentos ejetores nesse carro, Marcelo. – disse Mateus. – E eu acredito nela! Posso sentir a unção daqui onde estou.
— Glória a Deus! – disse Mariane.
— Já estamos quase lá! – disse Emanuelle. – Só precisamos passar pelo túnel, ali na frente, para acessarmos os subsolos da nossa base.
— O que? Você disse túnel? Não! Não! Não! Pelo túnel não, pelo amor de Deus! – disse Mariane e colocou as duas mãos na cabeça.
Contudo, já era tarde demais e Mateus já havia adentrado no início do túnel. Todavia, conforme ela implorava que não fossem pelo túnel, Mateus decidiu dar ouvidos a Mariane e começou a dar a marcha ré. Porém, quando ele estava preste a sair do local, repentinamente surgiram atiradores sombrios, do lado externo, acima da entrada do túnel. Eles estavam usando lança mísseis, as chamadas “bazucas”, e dispararam contra o teto do túnel, que desabou, fechando-o. Vendo aquilo, Marcelo comentou:
— Afe! Tava demorando pra isso acontecer.
— Ah ali, na frente de nós! – disse Mariane, desesperada.
Quando Mateus acionou os faróis frontais do veículo, levou um tremendo susto, pois logo a frente estava um imenso tanque de guerra sombrio, com o canhão laser apontado para o carro do defensor. Então, numa atitude desesperada, Mateus apertou um dos muitos botões do super veículo, ativando o campo de força extra, antes que o raio laser vermelho saísse do canhão e os atingisse em cheio, e com violência. O carro não sofreu nenhum dano, mas foi arrastado para trás, até bater numa das paredes desmoronadas do túnel quase destruído. O tanque avançou e continuou a disparar os raios laser vermelhos, na tentativa de destruir o campo de força e aniquilar a equipe de defensores de almas. Entretanto, quando tudo parecia estar perdido, Emanuelle usou a técnica “corpo de vento”, tornando-se intangível por tempo limitado, tornando-se o próprio vento, e avançou, saindo do veículo. Em seguida, ela sacou um de seus chakrans, espécie de disco laminado gigante, e o fundiu com dominação de água e vento, atingindo em cheio o tanque de guerra sombrio, mas sem lhe causar muito dano, por conta do forte campo de força que ele possuía. De dentro do tanque saíram dois agentes sombrios, usando sobretudo preto e óculos escuros, hábeis dominadores elementais das trevas, que começaram a atacar Emanuelle. Marcelo viu aquilo e usou seus poderes ungidos, de dentro do carro mesmo, fazendo surgir dois gigantes de fogo e eletricidade, do lado de fora, que atacaram os agentes sombrios, numa luta frenética. Mateus, por sua vez, acionou o seu próprio canhão laser luminoso, energizado com um de seus diamantes ungidos, disparando um tremendo raio laser contra o tal tanque de guerra, que foi partido ao meio, tamanho era o nível de poder do raio ungido – pelo menos 9000 Michaels de poder, na verdade. Aquilo deixou os agentes sombrios pasmos, o que permitiu Emanuelle e Marcelo os acertar e os libertar, derrotando-os. Os dois agentes caíram ao chão, libertos, com raios de luz saindo de seus olhos, boca e outras partes do corpo. Emanuelle e Marcelo suspiraram e, depois, acenaram para Mateus.
— Se era desse ataque que ela tava falando... Hum! Sabe de nada. – disse Marcelo, rindo.
— Mas você é incrédulo hein? – disse Emanuelle.
De repente, uma tremenda explosão, e o túnel foi desbloqueado, pelo lado de fora. Mateus, Emanuelle e Marcelo esperavam que fossem os agentes sombrios mas, na verdade, era Laiting, usando sua dominação de metal, para abrir caminho pelos escombros – Mas atrás dela havia diversos homens caídos ao chão, libertos e derrotados. Logo, Júlia entrou no local e disse:
— Parece que vocês sofreram uma emboscada? Esses agentes sombrios tentaram me matar, mas acabaram sendo libertos, para a glória de Kami.
— Isso é só o começo! Precisamos avisar os outros defensores de almas! – disse Mariane, quase indo a pé até a base dos tais defensores.
— Eu percebo que você nunca viu um ataque sombrio na vida, não é verdade?
Isso aqui é fichinha pra gente, viu! Oh, ruiva! – disse Marcelo, debochando.
Aquilo foi a gota d’água para Mariane, que decidiu sair do carro e pediu licença para Laiting, para completar a sua missão por conta própria. Todavia, assim que ela passou por Júlia, ela retornou e disse:
— Assim diz o Senhor: “Você precisa ir para Campinus City, imediatamente, resgatar seu primo e mestre Mateus Marcos Yamatsu, da EECAMP, e a família de sua amiga de adolescência, Liu Chan Feng. Eles serão atacados por ninjas assassinos, vindos do Japão, por ordem da imperatriz Ryoko Onokami. Isso também é parte da vingança de Lady Catrina contra os heróis luminosos dos anos sessenta!” e amém. Só até aqui.
Ao escutar aquela mensagem da parte de Deus, Júlia Laiting ficou paralisada, em choque, deixando escorrer lágrimas de seu rosto. Mateus DiCristh, ao ver aquilo, saiu do veículo o quanto antes, a abraçando e dizendo:
— Eu sei o quanto seu primo significa para você, além de sua amiga, a Liu Feng. E, se eles estão em perigo e Deus quer que você vá resgatá-los, em Nome de Jesus, é melhor você obedecer. Porque eu acredito que essa moça é, sim, uma profetiza da parte do Senhor!
— Ufa! Glória a Deus! Finalmente alguém acredita em mim agora! – disse Mariane.
— Eu também acredito! Eu preciso ir, Mateus! Eu sinto muito pessoal, mas eu tenho de fazer isso! – disse Laiting.
— Você quer usar o meu carro? – disse Mateus.
— Eu não preciso de carro, e você sabe disso, meu bem! – disse Laiting, usando corpo de metal e vento.
Sendo assim, Laiting saiu a voar, de repente, rumando para a cidade de Campinus, interior de Saint Paul. Ana Santos, que sobrevoava o local do ataque, avistou Laiting saindo a voar, numa velocidade descomunal e ficou preocupada com a amiga. Pelo rádio, ela se comunicou com Mateus DiCristh, que apenas disse que ela precisava resgatar a família dela, que morava em Campinus. Por conta disso, Mateus, Marcelo, Emanuelle e Mariane voltaram para o carro e saíram do tal túnel, rumando para o quartel general por outro caminho, um pouco mais longo, mas mais seguro. Assim que chegaram, avistaram Ana Santos pousando na base. Capitã Diana chegou, logo em seguida, montada em sua motocicleta especial, relatando que havia sido atacada por um grupo de lobisomens. Sem mais delongas, todos adentraram no quartel general e ativaram os sistemas de segurança, além de um poderoso campo de força, em torno do local. Finalmente, Mariane contou tudo o que sabia sobre o ataque daquela noite, do dia 25 de julho de 1986, deixando Capitã Diana mais chocada ainda, procurando entrar em contato com seus líderes, usando as frequências de rádio secretas dos Defensores de Almas. Todavia, nenhum deles deu ouvidos para os avisos de Diana, acreditando aquilo ser algum tipo de trote ou retaliação por parte dos membros da equipe, por conta do ocorrido com Mateus DiCristh e o Conselho de Anciões. Capitã Diana ficou irada, no extremo, e faltou jogar o sistema de rádios ao chão, em sua ira santa.
— Velhos tolos! Grrr! Estão prestes a serem massacrados e não nos dão ouvidos! – dizia ela.
— A religião os consumiu, capitã. Não é culpa sua! – disse Emanuelle.
— Nós precisamos ir até lá então! Temos de avisá-los! O ataque vai começar a qualquer momento. – disse Mariane.
— Eles não vão nos escutar, ruiva! – disse Marcelo.
— Eles acham que somos um bando de tolos! – disse Mateus. – Mas precisamos dar um jeito de avisá-los, assim mesmo!
— O que? O que você está pensando em fazer, Mateus? – disse Emanuelle.
— Ele quer invadir a Base dos Defensores de Almas, usando o carro dele, com o super campo de força! Tô dentro! – disse Ana Santos.
— Eu também tô dentro! – disse Alberto Montanha.
— É muito arriscado! E podemos ser banidos para sempre dos Defensores de Almas! – disse Capitã Diana.
— Que seja! – disse Mateus e correu, até a garagem do quartel general.
— Não! Mateus! DiCristh! Não seja tolo, rapaz! Eles nunca vão acreditar em você! – disse Diana.
— Mas nós temos de tentar, capitã. – disse Emanuelle.
— A Laiting está lá, em Campinus, certamente arriscando a própria vida para proteger aqueles que ela ama! – disse Ana Santos. – Não vou ficar aqui, parada, só olhando.
— Tenho que admitir que a Ana tem razão. – disse Marcelo.
— Misericórdia! Vai chover! O Marcelo concordou com alguém! Há! – disse Alberto Montanha, pronto para dominar rochas ungidas e atacar os inimigos.
— Está bem! Está bem! Ah meu Jesus... – disse Capitã Diana. – Mas, não vamos todos! Ainda não! Esse lugar pode ser o local mais bem protegido de toda a cidade. Emanuelle, Marcelo, Montanha e Ana Santos, fiquem aqui, de prontidão. Se precisarmos de um resgate, eu conto com vocês. Mateus e você, filha do capitão das trevas Raul, venham comigo. DiCristh, você dirige.
— Sim, capitã! – disseram todos.
— Sim, capitã! Vou preparar o meu veículo. – disse Mateus, indo na frente. Mariane Sintra, empolgada, seguiu capitã Diana e disse:
— Glória a Deus que alguém acreditou em mim!
Enfim, depois de alguns minutos, Mateus, Capitã Diana e Mariane Sintra, dentro do super carro de DiCristh, avançaram rumo a base dos Defensores de Almas, que não ficava muito longe dali, cerca de uns vinte minutos. Mateus dirigiu atento, vigiando, tomando cuidado para não cair em alguma armadilha dos sombrios pelo caminho. Mas ele também estava preocupado com sua amada, Laiting. Pouco tempo depois, lá estavam eles, em frente a base dos Defensores de Almas de Saint Paul, tentando convencer os seguranças, para adentrarem no local e avisar o Conselho do ataque eminente. Diante da negativa, Mateus acionou o campo de força extra de seu carro, moveu o volante, fez uma manobra radical e deu com tudo contra os muros da instituição, o colocando abaixo, rumando mais a fundo no local, até derrubar umas duas paredes, vendo-se cercado por seguranças e outros defensores de almas mais velhos. Por conta de tal ato rebelde, Mateus, Mariane e Capitã Diana foram detidos e levados diante do Conselho de Anciões,
mais uma vez, naquele mesmo dia. Os sete membros do conselho, incluindo o avô paterno de Mateus DiCristh, ao ficar sabendo da afronta realizada, ficaram irados. Capitã Diana e Mateus tentaram argumentar, avisar o quanto antes do ataque, mas foram impedidos pelo líder do Conselho, Lorde Tobias, que dizia:
— Seus filhos de Belial! É isso que vocês são, você e sua equipe de fanfarrões, Capitã Diana. Primeiro, vocês tentam nos convencer de que nós, os Defensores de Almas, precisamos da tecnologia humana para nos proteger, e não de Deus! E que os nossos poderes não são páreos para as novas tecnologias laser do inimigo! Há, absurdo!
— Não foi isso que eu quis dizer... – disse Mateus.
— Silêncio, meu neto rebelde! Você é uma vergonha para a família DiCristh! Pelo amor de Deus, onde você está com a cabeça, menino! Oras! Invadir a base com aquele seu... Seu carro profano?! Para que? Apenas demonstrar como a sua “tecnologia” funciona contra nós? – disse o avô paterno de Mateus, Moisés DiCristh.
— Não foi por isso que nós fizemos isso, Conselheiros! Pelo amor de Deus!
Deixem a gente falar! – disse Capitã Diana.
— Então foi pelo o que, capitã? Apenas para demonstrar quão imaturos e carnais vocês são? Por vingança?! – disse Lorde Tobias.
— Está vindo um ataque dos sombrios! Lorde Valentino irá enviar uma verdadeira campanha militar contra vocês ainda nessa noite, seus velhos tolos! Por Deus! – gritou Mariane Sintra, que não estava mais suportando aquela situação.
Todos ficaram pasmados e abismados com tamanha ousadia. Uma das conselheiras, curiosa, perguntou a ela:
— Mas, quem é você, garota dos cabelos vermelhos?
— Eu sou Mariane Sintra Rocha, filha de Raul Rocha, o capitão da guarda sombria de Lorde Valentino. O Espírito Santo me revelou parte do futuro e me ajudou a juntar pistas, me levando a conclusão inevitável de um ataque sombrio, nesse dia, por volta das sete da noite, em diversas frentes, como parte de uma terrível vingança da vilã Lady Catrina. Valentino se aliou a ela e aos Blackers e Darkers e irão começar, a qualquer momento, uma guerra contra os servos de Cristo de todo o país! Pelo amor de Jesus Cristo, vocês precisam me escutar: vocês precisam se proteger, ir para os subsolos, e se preparar para a batalha, antes que seja tarde demais!
Mariane estava ofegante, quase rouca, quase sem voz. Alguns dos Conselheiros acreditaram, mas outra parte ficou cética, começando uma discussão
interna. Lorde Tobias levantou a sua destra e todos pararam de discutir. Enfim, ele disse:
— Essa informação não procede! É simplesmente impossível que Lorde Valentino tenha tamanha coragem de nos atacar, ainda mais começar uma guerra contra os Defensores de Almas. Eles nos temem! Sabem que Deus está conosco! Você deve ser uma espiã, isso sim, por parte dos sombrios! Guardas! Prendam todos na detenção, até segunda ordem.
— Não! Esperem! Vocês não entendem! É tudo verdade! – disse Mateus. Contudo, repentinamente, conforme a noite chegava na cidade de Saint Paul,
escutou-se um som estranho nos céus. Era algo como um ZZIIIOOM, pareciam
turbinas de caças à jato, algo militar, tecnologia de ponta. Porém, esses caças estavam voando baixo demais, extremamente imprudente. Então, quando Mateus escutou aqueles sons estranhos, vindos do lado de fora do Conselho, sentiu um tremendo arrepio e uma Voz lhe disse:
— Para o chão, meu filho, agora!
Em uma atitude desesperada, Mateus empurrou sua capitã Diana e a moça ruiva, que caíram ao chão, e após isso, jogou-se também para o solo. Depois, Mateus fechou os olhos, dizendo “Jesus nos ajude”. Não passaram três segundos, e os caças voltaram, disparando dois terríveis mísseis contra a sala do Conselho de Anciões, que não possuía nenhuma campo de força. Os mísseis atingiram em cheio o local, causando uma tremenda e horrível explosão, derrubando as paredes e o teto do local. A explosão foi repentina, inesperada, e ninguém estava usando corpo elementar, sendo atingidos em cheio pelo impacto. KABOOM! E aquele era só o início do Ataque dos Sombrios de 1986. Os caças voltaram a atacar o bairro dos Defensores de almas, que foram pegos de surpresa, sendo massacrados por misseis e terríveis explosões. Depois de alguns minutos desacordado, Mateus conseguiu se levantar, apenas com alguns arranhões, graças ao seu sistema de campo de força pessoal, implantando em seu cinto. Diana e Mariane estava usando tecnologias semelhantes, e sobreviveram. Mas, quando Mateus correu para tentar socorrer os membros do Conselho, ficou desesperado. Ele caiu de joelhos e chorou amargamente, ao ver seu avô, Moisés, morto, com partes do corpo soterradas pelos escombros. De repente, ele escutou alguém tossindo. Era lorde Tobias, ainda vivo! Mateus correu, para tentar resgatá-lo, usando seus poderes, mas o lorde luminoso meneou com a cabeça, dizendo:
— É tarde demais, meu jovem rapaz... Cof! Cof! – tossiu ele, cuspindo sangue.
— Não! Em Nome de Jesus, eu vou te tirar daí! Vou revestir o seu corpo com dominação de diamantes e, depois, vamos chamar os médicos! Um pouco de nitrato de luz e o senhor estará novinho em folha! – disse Mateus.
— Seu avô tinha razão sobre você, DiCristh... Cof! Cof! Você é um varão valoroso! Um servo de Cristo, de verdade... E eu fracassei com você! Me perdoe... – disse lorde Tobias, suspirando, e faleceu.
— Não! Não! Jesus, não! – disse Mateus, desesperado, em prantos, sobre o pobre homem, agora morto. – Não era isso que eu queria! Senhor... Senhor!
De repente, alguém o pegou pelo braço direito, e Mateus quase revidou, com uma rajada elétrica. Todavia, não era um inimigo, era Capitã Diana. Ela o abraçou, também em prantos, e disse-lhe:
— Você tentou avisá-los, DiCristh, você tentou avisá-los, mas eles nunca te deram ouvidos. Isso não é culpa sua! Me escutou? Isso NÃO é sua culpa! Amém?!
Mateus, então, se recompôs emocionalmente, suspirou e respirou, respondendo “Amém!”. Depois disso, os dois foram ver se a jovem ruiva, Mariane, estava bem. Ela estava bem fisicamente, mas não espiritualmente. Ela estava em prantos, pois não conseguiu impedir que suas visões se tornassem realidade. Logo, Diana a levantou, a abraçou e a fortaleceu na fé em Deus. Com aquela força, Mariane enxugou as lágrimas e agradeceu a Deus por estar viva. Finalmente recompostos, Mateus, Capitã Diana e Mariane Sintra decidiram sair daquele local, em busca de ajuda, para enfrentar o que estava por vir. Então, quando eles decidiram olhar para a situação da cidade de Saint Paul, deram de frente com um cenário de guerra, com fogo, destruição, caos, explosões, gritos de horror e morte. O ataque inicial veio pelo ar, para desestabilizar os Defensores de Almas. Dali em diante, o ataque viria por terra, para dizimar o que restou dos servos de Deus. Tanques e mais tanques, com tropas de soldados sombrios, além de um verdadeiro exército de possessos, de todas as classes, tomaram conta das ruas do centro da cidade e dos bairros luminosos pertencentes às famílias de Defensores de Almas, que lutavam de forma desorganizada e desesperada. Ao ver aquilo, Capitã Diana sussurrou:
— O que vamos fazer agora? Como iremos retomar a cidade das garras dos sombrios? É o nosso fim!
— Não, não é! – disse Mariane.
— Como?! – disseram Mateus e Diana, pasmos.
— Precisamos encontrar os dois membros que nos faltam nessa empreitada: a Cavaleira da Fé e o Super Crente. – disse ela, convicta.
— Quem?! – disseram eles, mais confusos ainda.
— Vocês são Defensores de Almas e irão perder essa guerra se pensarem como Defensores. Vocês precisam pensar como Heróis Luminosos. Um Defensor protege
e mantem uma posição. Um Herói avança e ataca, na raiz do problema. Precisamos encontrar os dois maiores heróis luminosos de Saint Paul City, Lady Espiritual e José o Super Crente. Apenas, assim, conseguiremos deter o avanço dos sombrios.
— Vejam! Os Defensores estão recuando! Jesus... estão sendo trucidados pelos raios laser! – disse Mateus.
— É isso! – disse Capitã Diana e acionou o rádio. – Ana Santos! Na escuta?
— Sim capitã! Meu Deus! O que houve? Eu apenas escutei as explosões e não sabia o que estava acontecendo! Depois os jornais começaram a falar que a base dos Defensores de almas foi atacada! – disse Ana Santos.
— Foi sim, Ana... E todos os Conselheiros estão mortos... E os Defensores que restaram estão sendo trucidados! Precisamos ganhar tempo para eles escaparem, rumo ao subsolo. – disse a capitã Diana.
— Sim! Acione os campo de força reservas da sua hiper nave, Ana. Assim, você irá conseguir resistir aos ataques dos tanques tecnológicos, pelos menos por algum tempo. E mande todos usarem os cintos com campo de força, que eu projetei pra vocês, baseados nos cintos da ASL. Não temos muito tempo. – disse Mateus.
— E quanto a eu? O que eu faço? – disse Mariane. – Vou ter que ir a pé, atrás dos demais heróis luminosos?
— Não! Mateus irá com você, no super carro dele! – disse Capitã Diana.
— O que?! Não, capitã, eu não vou deixar a senhora aqui sozinha! Já basta que eu deixei a Laiting ir sozinha, para Campinus, enfrentar sei lá quem! Vou ficar aqui e vou lutar! – disse Mateus.
— Você vai lutar, só que em outro lugar, meu jovem! E isso é uma ordem de sua capitã! Em Nome de Jesus, vá com a profetiza e encontre esse tal Super Crente e a tal Lady Espiritual. Eu vou ficar aqui e vou ajudar quem eu puder, até vocês voltarem, entenderam? – disse ela, determinada.
— Sim senhora. – disse Mateus, relutante, enquanto escutava o alarido da guerra, vindo do lado de fora.
— Vão! Em Nome de Jesus! – disse Capitã Diana.
— Amém! Vamos, Mariane. Temos que cumprir a nossa missão. – disse Mateus e deixou sua capitã para trás, relutante.
— Ela vai ficar bem, Mateus! Glória a Deus! Vamos logo, antes que seja tarde, de novo. – disse Mariane.
Assim, Mateus e Mariane correram, passando por muitos escombros e alguns corpos de Defensores mortos. Enfim, alcançaram o veículo, intacto, graças ao seu poderoso campo de força. Logo, Mateus adentrou no mesmo e ligou os motores, e Mariane entrou em seguida, no banco de trás. Sem mais delongas, Mateus manobrou o super carro e saiu a correr, pelo campo de batalha, buscando uma rota de fuga. Enfim, ele encontrou e seguiu seu rumo, atravessando algumas paredes e derrubando muros, graças ao campo de força ungido.
Depois de alguns minutos dirigindo, finalmente chegaram na marginal Tietê, o rio que em Spiriktworld era límpido e cheiroso, de verdade. Mais à frente, Mateus viu algo impossível: um navio de gelo voador. Mas o que?! Mateus coçou os olhos e seguiu viagem, passando por uma van com um H dourado no capô, meio que abandonada. Depois de um tempo dirigindo, Mateus parou o carro e perguntou para onde eles deveriam ir, a fim de encontrar os tais heróis luminosos, que Mariane profetizou. Portanto, ela respondeu:
— Precisamos ir para o bairro Heroes Ville, logo a frente! Lá, siga minhas instruções e iremos chegar até a casa da Lady Espiritual.
— Você disse Heroes Ville, aquele bairro de rico? Que Jesus nos ajude! – disse Mateus e avançou.
Mas, afinal, o que o futuro reserva para Mateus DiCristh e Mariane Sintra? E quem seriam esses misteriosos heróis luminosos? E o que será que Laiting estaria enfrentando em Campinus City? Essas e outras perguntas serão respondidas nos próximos capítulos.
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