Crossverse: Os Lordes Implacáveis CAPÍTULO QUATRO
LADY ESPIRITUAL
Quando o Sr. Samuel Espiritual avistou mais um carro misterioso e super tecnológico encostando perto de sua casa, já começou a ficar desconfiado. Então, de repente, a campainha de sua casa super chique tocou: “DING DONG”. Alguns dos filhos do casal Espiritual pensaram que eram os filhos dos Holyblesseds que haviam tomado juízo e voltaram, para a proteção deles. Contudo, ficaram muito surpresos quando deram de frente com um Defensor de Almas, com seu uniforme completamente sujo de poeira ou algo assim, e uma misteriosa garota de cabelos vermelhos. O mais curioso é que foi ela mesma que falou, dizendo:
— A Paz do Senhor Jesus Cristo, meus amados irmãos da família Espiritual. Tudo bem? Boa noite! Ah eu louvo a Deus que todos vocês estejam bem, depois daquele ataque de lobisomens, Ufa! Misericórdia! Ah sim, verdade... Sua irmã mais nova, Roberta Anna Espiritual está em casa, não é mesmo? Queremos falar com ela, por favor.
Os dois irmãos de Roberta, que haviam atendido a porta, não muito surpresos com aquela situação, viraram os rostos para trás e gritaram, em uníssono:
— Oh Roberta! Você tem visita, de novo!
— Oh Deus! Quem será dessa vez? – disse a mãe de Roberta.
Portanto, Roberta Anna Espiritual, que estava em seu quarto, terminando de se arrumar, pois sabia que teria visitas importantes, da parte de Deus, desceu correndo, saltando as escadas, e disse:
— Eu já estou indo! Já tô aqui! Valeu, seus abençoados!
Seus irmãos fizeram umas caretas engraçadas e a deixaram a sós, com suas visitas inesperadas. Roberta era uma moça de uns dezessete anos, loira, cabelos quase dourados, olhos verdes claros, estatura mediana e portadora de um par de luvas douradas e uma espada divina dourada, embainhada em um suporte, que ficava em suas costas. E, sim, ela havia se arrumado, quase que uniformizada, como se já soubesse de tudo.
— A Paz do Senhor Jesus, meus queridos! Mateus DiCristh, Mariane Sintra Rocha, boa noite. Por favor, entrem. Daqui a pouco nós saímos tudo bem? Ah sim! Eu sou Roberta Anna Espiritual, a Lady Espiritual, portadora das Luvas Douradas e
da Espada Da Fé. Glória a Deus! E sim, eu sei que você está sofrendo, Mateus, e sim, sua namorada Laiting está bem, graças a Jesus.
— Amém! – disse Mateus, pasmado.
Ao ouvir aquilo tudo, Mariane começou a sorrir e quase surtou, de tanto entusiasmo. Então, sem suportar mais, ela disse, dando um abraço em Roberta:
— Ah, obrigada Jesus! Ah, obrigada Espírito Santo! Eu sonhei com esse dia, você sabia? Ah sim! Eu vi isso... É como se eu já te conhecesse há anos, décadas! Ah e falando nisso... – Cochichou algo nos ouvidos de Roberta, de repente. – Receba, varoa!
Mariane estava exultante e Mateus estava pasmo, sem entender muita coisa. Os irmãos e irmãs de Roberta, meio assustados, decidiram se afastar, antes que sobrasse para eles também. Mariane pulava e batia palmas, dando glória a Deus e falando na língua dos anjos. Roberta, porém, estava pasma, e precisou se sentar um pouco. Depois, ela disse:
— Pelo amor de Deus, Mariane! Da próxima vez que você for me dizer algo dessa magnitude, me avise antes, tudo bem? Meu Deus!
Vendo aquela situação, o pai de Roberta, Sr. Samuel, aproximou-se e disse:
— Pelo amor de Jesus, o que está acontecendo aqui?! Mateus, que ainda estava abalado, decidiu responder:
— Me perdoe, senhor... Eu sou Mateus DiCristh, um Defensor de Almas de Saint Paul. Eu encontrei essa garota, que se diz ser filha do próprio Capitão Raul das Trevas, como o chama aqui na capital. Ela parece ser algum tipo de profetiza e recebeu informações privilegiadas do ataque dos sombrios de hoje à noite. Ela está tentando formar uma espécie de equipe de heróis luminosos malucos o bastante para tentar impedir essa loucura que se abateu sobre nós. Eu, eu... Me perdoe! – disse Mateus e começou a chorar, repentinamente.
— Pelo amor do Salvador, me ajudem aqui! – disse Sr. Samuel. – Calma, rapaz! Isso, sente-se aqui. Está seguro agora. Todos nós aqui já fomos ou somos heróis luminosos! Jesus é contigo, varão valoroso.
Mariane, que voltava, aos poucos, ao seu estado “normal”, notou que Mateus não estava bem, e com razão. A mãe Roberta decidiu ajudar e deu um copo de água com açúcar para o rapaz. O avô de Roberta chegou até ele e perguntou:
— Diga, rapaz! O que foi que você viu?
Mateus, um pouco mais calmo, respirou e respondeu:
— Eu estava lá, dentro da base dos Defensores de Almas, quando ela foi bombardeada pelos mísseis, senhor. Eu quase morri, e vi meus sete conselheiros, meu próprio avô, sendo mortos, pela explosão e o teto, que caiu, e não pude fazer nada para impedir. Eu vi a morte, foi isso que eu vi! Meu Deus!
— Eu tentei avisá-los! Eu deveria ter me esforçado mais! Me perdoe, Mateus! – disse Mariane, caindo de joelhos ao chão. – Porque o meu pai tinha que ser tão perverso?
Diante daquilo, Roberta Espiritual colocou-se de pé e disse:
— Seu pai não é tão mal assim, como você pensa, Mariane, Olhos Dourados! Ele é apenas uma marionete de Lorde Valentino, que se tornou uma peça no jogo de Lady Catrina.
— Hei! No Spoilers! – disse Mariane, se referindo ao apelido que Roberta lhe deu, “Olhos Dourados”.
— Ah, então você já sabe? Interessante! – disse Roberta. Mateus, que estava um pouco melhor, perguntou:
— Espera aí?! Você também é uma profetiza, como a ruiva?
— Sim, de certa forma. – respondeu Roberta. – Jesus me deu esse par de luvas e essa espada, mais uma autoridade divina, quando eu tinha uns nove anos de idade. Ele me disse que eu seria, daquele dia em diante, a Cavaleira da Fé em Spiriktworld, que é como Deus chama essa Terra. (Não vou me ater a dar explicações para vocês sobre isso). Logo, através das Luvas Douradas, eu mantenho uma linha direta com o Espírito Santo, e recebo revelações da parte de Deus quase que vinte e quatro horas por dia.
— Uau! Meu Deus! Que complicado viver assim. – disse Mateus, pasmo.
— Ah que isso! Você se acostuma, com o tempo. Só as pessoas ao seu redor, que não! – disse Roberta, apontando para seus irmãos.
— Ah falando nisso... Me perdoe por ter te entregado a revelação, assim, do nada! Ainda tô pegando o jeito da coisa, hehe! – disse Mariane, mais calma.
— Amém! Fica em paz! O Espírito já havia me dado indícios disso, eu que não queria acreditar mesmo. – disse Roberta, mais feliz.
Os pais de Roberta estavam pasmados e confusos, mas não deram tanta atenção assim para aquela conversa. Eles estavam mais preocupados com Mateus. Por conta disso, Roberta lhes disse:
— Ele vai ficar bem, pai. Ele é um soldado, um Defensor de Almas! Com o tempo, ele vai superar. E eu preciso te pedir uma coisa agora, pai.
— Eu já sei o que é: a carta de legalização para você se tornar uma heroína luminosa juvenil. Eu sei. – disse ele.
— Minha filha, minha Robertinha! – disse a mãe dela. – É isso mesmo que você quer? Ser uma heroína luminosa não é um jogo!
— Não sou eu quem quer mãe, é o Espírito Santo! – disse Roberta.
— Oh Glória! Eu gostei dessa aí viu! – disse Mariane, empolgada.
— Ah vocês já se conhecem? – perguntou Mateus DiCristh.
— É como se fosse! – respondeu Roberta. – Então, pai. Eu sei que a Lady Eternit te entregou o papel, e só falta assinar e entregar pra ela. Por favor.
Sr. Samuel, diante daquilo, suspirou. Depois, ele olhou para sua esposa, que acenou com a cabeça. Então, ele pegou o documento, dizendo:
— Quando eu digo que Deus não te revela tudo, é porque eu sei disso! E Ele faz isso para te proteger. – e entregou pra ela uma carteirinha de heroína luminosa, já assinada e carimbada pela ASL, pela própria Lady Eternit. – Eu te amo, Robertinha! Tome cuidado lá fora, por favor.
Ao pegar na carteirinha, Roberta sentiu uma unção tremenda tomando conta de seu ser, que a fez chorar e falar na língua dos anjos. Em seguida, ela abraçou seu pai e ambos choraram. Por fim, ela disse “Te amo, pai. Te amo demais”.
— Agora, vai lá! Vá cumprir o seu chamado! Só tome cuidado, amém? – disse Sr. Samuel.
— Amém, pai, amém! – respondeu ela.
Com tudo arrumado e concluído, Roberta Anna Espiritual chegou até Mateus DiCristh, colocou a destra em seu ombro esquerdo e disse-lhe:
— Vamos ir em busca do Super Crente! E, depois, vamos nos unir novamente à sua namorada, Júlia Laiting e iremos deter Lorde Valentino, antes que seja tarde!
— UHU! Eita glória! Agora sim! Vamos nessa! Ganhar almas pra Jesus e deter os servos do capiroto! – disse Mariane, empolgada, até demais.
— Se controla, varoa! – disse Roberta, antes de partir.
— Amém! Vou tentar. – disse Mariane.
Desta forma, Mateus agradeceu pela hospitalidade da família Espiritual e prosseguiu em seu caminho, agora com mais uma heroína luminosa em sua equipe, Lady Espiritual. Já dentro do veículo, com o motor ligado, Mateus perguntou:
— Eu não quero ser chato não, mas... O que foi que a Mariane te contou, naquela hora, que te deixou tão pasma?
— Ah sim! Não foi nada demais. Ela me revelou com quem Deus quer que eu me case, daqui há alguns anos. – disse Roberta, na maior naturalidade.
— Eita! – disse DiCristh, pasmo.
— E sabe o que mais, Mateus? – disse Mariane. – Você conhece ele! É seu amigo do peito.
— Eu conheço o futuro marido dela? Quem? – disse ele, mais pasmado ainda. Então, sem ninguém pedir, Mariane cochichou no ouvido de Mateus DiCristh:
— Ela vai casar com o Billy, o Mestre dos bastões.
— Com o Billy?! – disse ele, embasbacado. – Você conhece o Billy?!
Roberta, envergonhada, meneou a cabeça, cobriu o rosto com a destra dourada e disse:
— Ai meu Jesus! Misericórdia! Eu mereço.
— Eu sinto muito! – disse Mateus e começou a dirigir, manobrando o carro, rumo a próxima parada.
Um pouco mais a frente, Mateus perguntou:
— Então, aonde iremos agora?
— Pra ponte que divide Saint Paul! – disseram Mariane e Roberta, ao mesmo tempo.
— Ai meu Senhor! Isso só pode ser castigo. Duas profetizas, juntas, no mesmo carro, e no mesmo dia?! Jesus me ajude. – disse Mateus e voltou a dirigir.
Depois de alguns quilômetros rodados, o super carro de Mateus alcançou um ponto que estava congestionado, bem próximo a Grande Ponte de Saint Paul City. Conforme era impossível atravessar aquele engarrafamento, Mateus, Mariane e Roberta desceram do veículo, para verificar a situação a pé. Mateus, contudo, ativou os sistemas de segurança de seu veículo, para eventuais tentativas de assalto. Eles andaram um pouco, entre os carros, com diversas pessoas tentando cruzar a ponte, para chegar aos bairros luminosos e neutros, do outros do rio Tietê. Mateus estava surpreso, pois na outra via, a que ele usou para chegar até o bairro de Lady Espiritual, não havia engarrafamento algum. Logo, Roberta disse:
— Muitos estão voltando do trabalho agora de noite! E acabaram sendo pegos de surpresa, com essa guerra entre luminosos e sombrios, do outro lado.
— A polícia luminosa está tentando manter as pessoas seguras, por isso as barrou aqui. Mas, não creio que seja boa coisa elas ficarem aqui na ponte! – disse Mariane, que parou de andar do nada, como se tivesse passando mal. – Ai Meu Jesus! Ai meu Pai! Essa não! Roberta!
— Eu sei! Eu também recebi a mensagem do Céu! – disse Roberta. – Mateus! Temos de tirar as pessoas dessa ponte e agora! Um ataque está vindo pra cá e vai derrubar a ponte! E muitas dessas pessoas não possuem poderes elementais e podem acabar morrendo afogadas.
— Meu Senhor! O que vamos fazer? – disse Mateus DiCristh. – Espera! Eu já sei o que fazer!
— Ah sim! É um bom plano, DiCristh! – disse Roberta.
— Mas eu não falei nada... – disse ele.
— Mas você pensou! – disse Mariane. – E o Espírito Santo lê pensamentos.
— É Forte! – disse ele, pasmo.
— Eu já sei, vou te dar uma mão! – disse Lady Espiritual e ergueu a sua destra, usando as Luvas Douradas.
De repente, suas luvas e seus olhos começaram a reluzir, com um tom dourado, e uma poderosa unção emanou das tais luvas divinas, que libertou a todos que estavam dentro da imensa ponte, até mesmo os policiais. Com isso, Mariane disse:
— Agora você usa a sua dominação de metais e retira os carros de dentro da ponte, como você havia pensado!
— É isso mesmo que eu pensei em fazer! Glória a Deus. – disse Mateus e começou a dominar metais.
Pouco a pouco, um carro por vez, Mateus DiCristh começou a retirar os carros e as pessoas de dentro da ponte. Mas eram carros demais, e eles não tinham muito tempo, pois os caças já estavam se aproximando.
— Vai mais rápido, Mateus! – disse Mariane.
— Hei! Não apresse ele. – disse Roberta. – Você está indo muito bem, assim mesmo.
— Ai meu Jesus! – dizia ele, retirando mais um carro.
Depois de uns dez minutos de ação contínua, Mateus conseguiu retirar metade dos veículos, mas ainda haviam muitos para serem resgatados. E, para piorar, o tempo havia terminado: os caças chegaram e, sem dó ou piedade, dispararam mísseis, atingindo as bases da Grande Ponte. BOOM! Graças a Deus que todas as pessoas estavam libertas e desacordadas, senão aquela situação iria ser bem pior. Todavia, Mateus tentou não entrar em desespero e concentrou-se, agora, nos ferros e metais que mantinham a ponte firme, de pé. Notando que a situação estava saindo fora do controle, Mateus gritou, do nada:
— Veículo Mateus 2000! Despertar!
E o carro ligou, sozinho. Roberta e Mariane ficaram pasmadas, mas nem tanto.
Depois, Mateus prosseguiu:
— Marcar coordenadas do meu visor! – disse ele e colocou uma espécie de óculos escuros dos Defensores, só que aprimorado.
O super carro recebeu as coordenadas e fez os cálculos, por conta própria.
Depois, Mateus concluiu:
— Disparar granadas teleguiadas de plasma-unção agora! – e o raio do carro obedeceu, disparando pelo menos umas oito granadas de plasma unção, que foram direto nos locais atingidos pelos mísseis, permitindo, assim, uma reação em cadeia, tanto química quanto sobrenatural. As granadas explodiram, naquele pontos estratégicos, criando um calor imenso, que terminou de derreter as estruturas de metais diversos, e os fundido com unção, quase os transformando em tanákhio. Assim, Mateus conseguiu estabilizar a ponte e impedir o pior, para a glória de Deus. Todavia, aquela era uma solução paliativa e seria necessário retirar as pessoas da ponte assim mesmo. E foi o que Mateus fez, ou pensava que iria conseguir fazer.
Quando Mateus estava quase conseguindo terminar de retirar mais da metade dos carros da ponte quebrada, os dois caças, os mesmo que haviam atacado o Conselho de Anciãos, voltaram com tudo, e com raiva. Eles iriam disparar dois mísseis contra Mateus, Roberta e Mariane, mas algo sobrenatural os impediu: um borrão meio branco e meio marrom.
— Mas o que?! – disse Mateus, pasmo, sem entender nada.
— Calma! Daqui a pouco você vai entender. – disse Roberta.
— Ali! Olhem! – disse Mariane, apontando para o alto.
O que aconteceu foi que os caças, que estavam voando pelos céus de Saint Paul, foram atacados por um misterioso homem voador, que retirou os pilotos de suas cabines, os libertou com poderosos raios de luz e os colocou no chão, sãos e salvos. E, num instante, esse mesmo homem pegou os dois caças e os atirou contra o rio, e afundaram, para nunca mais serem usados para o mal. Em seguida, esse mesmo misterioso ser voou, resgatou as pessoas que estavam sobre a ponte quebrada e a colocaram em lugar seguro, para a glória de Deus. E ele fez tudo isso em uma fração de segundos.
— Mas o que?! – disse Mateus, pasmado como nunca.
Finalmente, quando a ponte já estava liberada e todas as pessoas estavam a salvo, o misterioso “super homem” voou de volta para o céu e sumiu. Em seguida, as ligaduras da ponte se romperam e metade dela foi rio abaixo. Mateus colocou as mãos sobre a cabeça e sentiu-se um medíocre. Mas Roberta o consolou, dizendo que ele fez um bom trabalho, com o que tinha em mãos, e que poderia ter sido bem pior.
— Ninguém se feriu! Dê glória a Deus! – salientou ela.
— Amém! – disse ele.
Pouco a pouco, o efeito da libertação estava passando e as pessoas estavam despertando, sem compreender nada do que havia ocorrido nos últimos trinta minutos. Todavia, quando menos eles esperavam, Mariane gritou:
— Olhem! Ele vem aí!
E o misterioso “super homem” pousou, de repente e de forma suave, bem na frente de Mateus DiCristh, dizendo:
— A Paz do Senhor, meu irmão! Uau! Você é um herói de verdade! Fez um trabalho incrível aqui nessa ponte! Glória a Deus! E aquele seu carro, mano! É top
demais! Ah verdade... – disse ele e apertou a destra de Mateus. – Eu sou José, o Crente Comum.
— Como?! – disse Mateus.
— Ele é José, o Super Crente. – disse Roberta.
— Eita glória! – disse Mateus.
— É só Crente Comum, gente... – disse ele. – Eu não sou super não! Super é Jesus!
Diante daquilo, Mariane começou a surtar de novo, e deu um abraço em José, dizendo:
— Ah é um prazer te conhecer meu amor... Digo! Digo! Eu quero dizer! Ai Jesus! – e quase desmaiou.
José a segurou e disse:
— O que foi que deu nela?!
Roberta olhou para Mateus e respondeu:
— É complicado!
E assim, ambos voltaram para o super carro de Mateus DiCristh, esperando as próximas diretrizes da parte de Deus.
Afinal, a guerra entre Defensores de Almas e soldados sombrios se intensificava cada vez mais, e pelo menos vinte por cento dos guerreiros de sobretudo branco haviam caído em batalha. Os DESP lutavam como podiam e Ana Santos não sabia por quanto tempo o campo de força de sua hipernave iria suportar tantos raios laser vermelhos da morte, disparados dos tanques tecnológicos sombrios. Era apenas uma questão de tempo para todos os Defensores serem totalmente cercados e derrotados.
JOSÉ, O “SUPER” CRENTE COMUM
Mariane despertou depois de alguns segundos, mais vermelha do que um morango, tamanha era a sua vergonha. Jose´ Alvez da Silva, o “Super Crente”, era uma rapaz de uns vinte anos de idade, forte, um pouco musculoso, alto, negro claro e com belos cabelos encaracolados. Era um cristão sincero e com um coração colossal, repleto de fé em Deus, unção do Espírito Santo e amor de Cristo. Contudo, era um tanto ingênuo, imaturo e não muito inteligente. Em compensação, era portador de super poderes luminosos espetaculares: super força, super velocidade, invulnerabilidade, visão de águia, poder de voar, resistência e fôlego sobre humanos e, ainda por cima, era um hábil dominador de luz. Ele era um herói luminoso recém cadastrado, mas muita gente já conhecia o misterioso “super crente”, resgatando pessoas de situações de risco, como acidentes e catástrofes naturais. Todavia, o que estava deixando José constrangido era o fato de Mariane, a ruiva, não parar de olhar para ele, como se ela já o conhecesse. Por conta disso, José perguntou:
— Ah moça? Você está bem? Mariane, pasma, respondeu:
— Oh sim! Sim! Hehe! Glória a Deus! Eu só estou um pouco... Chocada! Isso, chocada com a velocidade com que você resolveu a situação! Só isso! – disse ela, tentando disfarçar.
Mateus, notando que aquela conversa não estava indo para lugar algum, decidiu interromper, dizendo:
— Ah com licença, mas eu preciso perguntar uma coisa.
— Sim! Pode perguntar! – disse José, empolgado.
— Ah sim! A Paz do Senhor, eu me chamo Mateus DiCristh, Defensor Especial de Saint Paul. Estas são Mariane Sintra e Lady Espiritual, boas servas de Cristo. Na verdade, acabamos de nos conhecer. Essa noite está sendo muito estranha!
— A Paz! É uma honra te conhecer, José. – disse Roberta Espiritual.
— Eu sou sua maior fã! – disse Mariane.
— Amém! Glória a Deus! – disse José, alegre. – Mas, você queria me perguntar alguma coisa?
— Sim! – disse Mateus. – Como você sabia que a gente estava precisando de sua ajuda?
— Bem, na verdade, eu estava assistindo televisão, vendo uns desenhos animados que eu gosto, tipo Syllvher e as Aventuras de Soulághia, sabe. – dizia José. – Só que, do nada, apareceu o Plantão de Notícias Luminosas, falando de um terrível ataque dos sombrios, com muitas pessoas sofrendo e, até mesmo, perdendo suas vidas. Aquilo doeu no meu coração! E eu senti que Deus precisava fazer alguma coisa. Então, eu fui orar e pedi pra meus pais para sair e ajudar as pessoas. Então, eles oraram por mim e me ungiram. Depois disso, eu sai voando pra cá, onde eu vi uns caças do mal, ferindo pessoas. Logo, eu voei super rápido, libertei os pilotos com raios de luz e destruí os caças. Pronto! Mas, antes disso, eu vi você, Mateus, fazendo aquilo com o seu super carro! Eita glória, foi demais!
Mateus e Mariane ficaram embasbacados e Lady Espiritual ficou satisfeita.
Por conta disso, ela disse:
— Eu louvo a Deus pela sua vida, José “Super Crente”. Deus te trouxe até aqui, pois a nossa cidade precisa de sua ajuda! Os sombrios, governados por Lorde Valentino Rouxinalle, estão planejando destruir os Defensores de Almas e controlar os servos de Cristo. Nós não iremos permitir isso!
— Você se importaria em se unir a nós, nessa luta, contra os servos de Hellman? – perguntou Mateus.
Ao ouvir aquilo, sem nem sequer pensar, José respondeu:
— Sim, em Nome de Jesus, eu vou com vocês! Só digam pra mim pra que lado fica os sombrios que vamos ganhar todos eles para Jesus! Claro, só aqueles que tentarem nos machucar. Estou com vocês nessa batalha! – e apertou a mão de Lady Espiritual e, depois, de Mateus DiCristh.
Diante daquilo, Mariane exultou e deu uns três saltos de alegria a Deus, dizendo:
— Amém! Obrigado Jesus! Os Lordes Implacáveis estão surgindo, baby!
— Lordes Implacáveis?! Hum, gostei do nome. – disse Lady Espiritual.
— Bem, glória a Deus! – disse José. – Então, quando começamos?
— Daqui a pouco, meu querido! Falta uma pessoa, e nosso grupo estará completo. Ou quase completo. – disse Mariane.
Enquanto eles conversavam, o rádio do veículo de Mateus DiCristh começou a tocar sozinho, parecendo com uma mensagem de socorro. Mateus correu e atendeu a chamada, dizendo:
— Eu estou aqui! Câmbio! Capitã Diana?!
Do outro lado da linha, Capitã Diana respondeu:
— DiCristh! – chiado, muita estática. – DiCristh! Não venha pra cá! Eu repito, não venha pra cá! Nós fomos derrotados, DiCristh! Tivemos de recuar, diante do enorme exército de tanques e armas tecnológicas. Os possessos foram todos libertos, mas os agentes sombrios avançam com força. Eu, Marcelo, Emanuelle e Montanha, do solo, lutamos juntos dos demais Defensores, e conseguimos resistir o quanto pudemos, permitindo que muitos se salvassem, para dentro dos bunkers, nos subsolos. Porém, os raios laser derrubaram a nossa hipernave e Ana Santos precisou sair a correr, e ativou a auto destruição! Nós estamos recuando agora mesmo para o subsolo, DiCristh. Não venha! E não traga a Laiting! É uma ordem, em Nome de Jesus! Câmbio desligo.
A transmissão cessou e Mateus ainda tentou se comunicar novamente com sua capitã, quando surgiu, ao longe, uma tremenda explosão ungida, seguida por um estrondo e um feixe de luz rasgando os céus. Aquilo era o sinal de que a auto destruição da hipernave havia acontecido com sucesso, libertando muitos soldados das trevas para Cristo, ganhando mais tempo para os pobres Defensores de Almas. Aquilo deixou Mateus DiCristh pasmado e tristonho, sem saber o que fazer, dali para frente. Então, de repente, surgiu um som estranho, vindo do auto. Um tornado ou algo assim? Uma ventania repentina? Não. Na verdade, era Júlia Laiting Yamatsu, que estava voltando para Saint Paul City e chegou bem naquela hora trágica. Repentinamente, ela desfez o corpo camuflado de vento e pousou, dizendo:
— Os DESP caíram?! Meu Kami! Não pode ser verdade, Mateus. Não pode ser!? Assustado, DiCristh disse:
— Laiting! Você voltou? Você está bem?
— Sim, eu estou bem, Mateus. Mas, acho que cheguei tarde demais! – disse Laiting, triste.
— Não, Júlia, você não chegou tarde demais! Você chegou na hora certa. – disse Lady Espiritual.
Ao ver aquela jovem loira, usando aquela arma divina dourada, além de ser belíssima, Laiting sentiu-se estranha, com um sentimento de ciúmes, dizendo:
— E quem é essa, Mateus? Uma amiga sua?
— Ah ela é uma heroína luminosa, uma cavaleira divina, que irá nos ajudar a derrotar os sombrios, só isso! - disse Mateus, pasmo.
Diante daquilo, Roberta aproximou-se de Júlia e disse:
— Eu me chamo Roberta Anna Espiritual, e espero poder me tornar uma boa amiga, Júlia. E, não precisa ficar com ciúmes, tudo bem? Ah verdade! A Paz do Senhor.
Logo, Laiting apertou a destra de Espiritual e disse:
— A Paz do Senhor, irmã Roberta. E veremos!
— Sim! Eita glória! Mateus DiCristh, Júlia “Lighting” Yamatsu, José “Super Crente”, Lady Espiritual e Mariane “Olhos Dourados”, ou quase isso, finalmente juntos! Os Lordes Implacáveis estão prontos para a batalha final! Uhu! – disse Mariane, empolgadíssima.
Ao ouvir aquilo, José disse:
— É só Crente Comum!
— É Laiting, não Lighting! – disse Júlia.
— E você ainda não é a “Olhos Dourados”, e ainda não estamos todos juntos!
Falta um, mas ele ainda está em outra equipe. – disse Roberta Espiritual.
— Enfim! – disse Mateus, preocupado. – O que vamos fazer agora? Vamos invadir o bairro dos sombrios e encarar três milhões de possessos e demônios?!
— Eita glória! Quando começamos? – disse José, empolgado.
— Que Yesu nos ajude. – disse Laiting.
E, assim, os cinco amigos recém conhecidos estavam, finalmente juntos. Agora, eles tinham a difícil tarefa de enfrentar os sombrios mais perversos de Saint Paul City, na noite mais sombria de todos os tempos, no dia 25 de julho de 1986. Seria aquele o fim dos Defensores de Almas? Descubra nos próximos capítulos.
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