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Crossverse: Os Lordes Implacáveis

Capítulos 10

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Crossverse: Os Lordes Implacáveis CAPÍTULO CINCO

A SALA DE GUERRA DOS SOMBRIOS

A explosão da hipernave ocorreu por volta das nove horas daquela noite fatídica. O Ataque dos Sombrios ocorreu com êxito e todos na Sala de Guerra dos Sombrios, no edifício mais alto daquele bairro medonho, exultaram. O local era mantido em completo sigilo, dentro da base dos sombrios de Saint Paul City, comandada remotamente pelo Lorde Valentino Rouxinalle, um dos homens mais perversos e diabólicos de Spiriktworld, talvez do Multiverso da Cruz inteiro. Naquele exato momento, Valentino não estava em Saint Paul City mas, sim, em sua mansão de campo, no interior do estado, com suas duas filhas mais velhas, Lady Stephanie e Capitã Morgana. Ele assistia tudo através de um telão, numa espécie de vídeo conferência, comemorando com uma garrafa de vinho. Na Sala de Guerra estavam alguns técnicos em informática, que monitoravam a situação e os tanques tecnológicos, além de alguns agentes sombrios. Para manter o local seguro, Lorde Valentino manteve seu segundo no comando, Capitão Raul das Trevas, chefe da guarda sombria, que estava segurando as rédeas de Dhemas, o senhor dos Empedrados, e do misterioso assassino Agente do Abismo, recém chegado no sistema de Lorde Rouxinalle. Para ficar de olho em Raul Rocha estava um senhor de quase oitenta anos de idade, ou mais, chamado apenas de O Conselheiro ou Zéfiros, que servia à família Rouxinalle há décadas. Lá também estavam os capitães de possessos: capitão lobisomem, capitão raposomem, capitão leohomem, capitã vampira e capitã drago-mulher, essa que estava sob controle da espada profana de Morgana Rouxinalle, filha do lorde sombrio. Também haviam alguns soldados Blackers & Darkers, além de um mercenário misterioso, contratado por via das dúvidas. Todos esses servos de Hellman, ao ver aquelas imagens, com os Defensores de Almas correndo, fugindo para o subsolo, começaram a bater palmas, gritar, assobiar e, até mesmo, a xingar, em êxtase, pela tremenda vitória sombria. Para parabenizar seu mestre, Raul das Trevas disse:

—    Meu senhor Valentino! O seu plano foi um sucesso absoluto! Não obstante os Conselheiros Anciãos faleceram e deixaram os Defensores de Almas desbaratados no campo de batalha, mas também colocamos para correr os Defensores Especiais de Saint Paul, que tanto nos tem dado trabalho. Agora, é só uma questão de tempo, e toda a cidade será nossa!

—    Corrigindo, meu fiel servo! – disse Valentino. – Todo o estado será nosso!
Toda a região sul e sudeste serão nossas! Vitória!

—    Vitória! Por Hellman! – gritaram todos.

Capitã Morgana, a filha louca de Valentino, aproveitou a chance e disse:

—    Meu Pai! Deixe-me liberar alguns Sentimentos Sombrios pela cidade! E alguns de meus dragões das trevas também, por favor!
 
—    Ah sua mimada! – disse Stephanie, sua irmã mais nova.

—    Fica na sua, Stephanie! Você já brincou demais com aqueles seus tanques japoneses, com aquela tecnologia “Da Matriz”, que você ficava se gabando. – disse Morgana.

—    Minha tecnologia salvou o dia! Seus monstros do Mundo Espiritual Sombrio apenas vão criar problemas! – disse Stephanie.

—    Parem de brigar vocês duas! – disse Lorde Valentino, irado. – Morgana, guarde seus monstros para um momento mais adequado! E sim, a tecnologia da Matriz, vinda do Japão, realmente valeu cada centavo. Terei que agradecer a Lady Catrina pessoalmente, assim que ela tiver tomado o poder em Janeirópolis amanhã. Há! Quem diria!

—    Meu senhor! E agora? Quais são suas ordens? – disse Raul das Trevas.

—    Vamos esmaga-los! – disse Dhemas, o lorde Empedrado.

—    Calma, meus amigos. Esse é um momento delicado! Precisamos estar atentos. São nessas horas que os servos de Deus costumam se reunir para orar! E não devemos subestimar o poder da oração. – disse O Conselheiro.

—    Sim, bem lembrado, Conselheiro! – disse Valentino. – Raul, você deve prosseguir com os ataques e o caos nas ruas, com os possessos e os agentes sombrios. Mas, não invada a casa de ninguém, compreendeu. Contudo, daqui para frente, você não irá matar mais nenhum servo de Deus! O que você irá fazer será raptar e torturar, os forçando a negar a sua fé em Deus. Mas não com as crianças! Afinal, não queremos acender a ira divina contra nós! Eu fui bem claro?

—    Sim meu senhor! – disse Raul.

—    Dhemas! Seu gigante de pedra ignorante, me escute bem! – disse Lorde Valentino, furioso. – Eu quero que você fique onde está, para proteger essa base! Não sabemos do que os servos de Deus serão capazes de fazer! Na verdade, minha inteligência secreta já detectou um pequeno grupo de heróis luminosos se formando, próximo aquela Grande Ponte de Saint Paul. Certamente Deus quer contra atacar e vai acabar sobrando pra nós! Você entendeu?!

Dhemas engoliu seco e disse “Sim senhor, perfeitamente”.

—    E todos os demais nessa sala de guerra, me escutem com atenção: no lugar de minha pessoa, quem está no comando de vocês, seus filhos de Hellman tolos, é o meu fiel servo Capitão Raul das Trevas! Quem ousar desobedece-lo, pode ter a
 
certeza disso, irão virar comida de lobisomem! Alguma dúvida quanto a isso? – disse Valentino, muito mais irado, com os olhos roxos brilhantes.

Então, em uníssono, todos gritaram:

—    Nenhuma dúvida, lorde Valentino!

—    Eu me sinto muito honrado, meu senhor! Não vou decepcioná-lo! – disse Capitão Raul.

—    É bom mesmo! – disse o lorde sombrio, do outro lado do telão. – Agora eu vou descansar um pouco, me deitar com minha esposa, assistir uma novela ou um jogo de futebol sangrento! E, pela madrugada, quero ver toda essa cidade aos meus pés! Voltem ao trabalho, seus inúteis, há há! – disse ele e desligou.

Depois daquela vídeo conferência perturbadora, alguns ficaram contrariados e, até mesmo, irados com seu lorde sombrio, alegando que ele nem sequer estava ali com eles, na linha de frente. Todavia, Capitão Raul foi categórico e salientou:

—    Vocês escutaram o nosso lorde! Devemos tomar essa cidade, mas do jeito certo! Nada de moleza e nem de crueldade excessiva. Ataquem os Defensores adultos e os heróis luminosos, deixem a polícia luminosa para os bandidos neutros, que já estão realizando saques, por toda a cidade. E vão naqueles bunkers e tragam alguns daqueles Defensores para serem torturados, mas não até a morte! Essas são as ordens, pois a noite só está começando e nossa guerra ainda não terminou.

Logo, a maioria disse “sim senhor” e foram, cada um, para seus postos de batalha. Contudo, o misterioso e novato Agente do Abismo, um agente sombrio treinado de forma sigilosa por Capitão Raul da Trevas, chegou até ele e disse-lhe:

—    Eu tenho os nomes daqueles que se aliaram e planejam nos atacar, capitão!
E o senhor não vai gostar, nem um pouco.

—    Me diga de uma vez, Thiago! – disse Raul, preocupado.

—    Aqui está: Júlia Laiting, filha de Nobiro Yamatsu, muito perigosa. Ela acabou de derrotar um clã japonês de ninjas das trevas, sozinha. – dizia o misterioso Agente do Abismo. – Lady Espiritual, filha de Samuel Tanákhio, também extremamente perigosa. José, o Super Crente, um herói luminoso em ascensão, muito poderoso! Mateus DiCristh, um dos homens mais perigosos de Saint Paul, um Defensor de Almas brilhante e capaz de tudo para ganhar almas para Deus! E, bem, essa vai deixar o senhor furioso. – disse ele e hesitou.

O agente sinistro e mascarado resolveu mostrar a fotografia e o nome, ao invés de ler e entrar numa situação complicada. Então, quando Raul das Trevas viu que
 
sua filha, Mariane Sintra Rocha, estava entre os cincos heróis luminosos revoltosos, sentiu um aperto no coração e disse:

—    Isso não pode ser verdade! Não pode ser verdade! Mas que raios! GRAHGR! Que m****! - ele estava furioso, de verdade. – Vanessa, sua tola, tinha que se converter para Cristo! tinha que arrastar a minha única filha para o Evangelho?! Raios!

—    O que o senhor quer que eu faça? – disse o Agente do Abismo.

Capitão Raul ficou pensativo, por quase um minuto. Alguns dos servos de Hellman, naquela sala de guerra, começaram a duvidar de sua real liderança. Então, após isso, Raul disse:

—    Agora está fora de meu alcance! Se ela não cooperar, e estiver barrando o nosso objetivo, não hesite em feri-la! Mas, se possível, não a mate! Contudo, faça o que tiver que fazer!

—    Que assim seja! – disse Agente do Abismo e guardou o seu dossiê.

Após isso, os tanques tecnológicos receberam ordens da central da sala de guerra e seus pilotos avançaram, rumo aos bunkers dos Defensores de Almas. Por fim, Capitão Raul disse:

—    Que Deus tenha misericórdia de suas almas!

Após aquela conversa sinistra com seu líder, Agente do Abismo retirou-se e foi até sua câmara particular, em um dos andares do edifício, que ficava no centro do bairro dos sombrios de Saint Paul. Ao notar que estava sozinho, retirou seu capuz e sua máscara, revelando o rosto desfigurado de um rapaz negro, com um olhar extremamente triste. Um rosto tomado pela mágoa e o rancor. Ao ver seu reflexo, Thiago, o Agente do Abismo, relembrou-se do dia em que ganhou aquela cicatriz em seu rosto, ficando cego de um dos olhos. Todavia, nenhuma lágrima escorreu, tamanho era o seu ódio. Logo, ele disse, para si mesmo:

—    Finalmente chegou o dia do acerto de contas, Mateus! Finalmente, chegou o dia do “olho por olho”! É bom que esteja preparado, meu velho amigo!

Após isso, tomou um banho, trocou-se, comeu alguma coisa e colocou novamente seu capuz e máscara. Mas, afinal de contas, quem será esse misterioso agente sombrio? E que relação ele possui com o Defensor Mateus DiCristh? Apenas saberemos nos próximos capítulos.

A PREPARAÇÃO PARA A BATALHA FINAL

Mateus dirigia seu veículo especial, com José no banco do passageiro, além de Laiting, Mariane e Roberta Espiritual nos bancos de trás. Mateus e Laiting ainda não estavam acreditando que os seus amigos, os DESP, haviam sido derrotados. Na verdade, ninguém ainda estava crendo que, realmente, os Defensores de Almas haviam sido humilhados daquela maneira pelos filhos de Hellman. E, para piorar, eles estavam planejando invadir o bairro dos sombrios de Saint Paul City, o local de maior concentração de servos de Hellman de todo o país. Eles sentiam-se sozinhos, aflitos e com medo, e precisavam de um lugar para colocar a conversa em dia e criar um plano de ação. Por conta disso, Mateus sugeriu que retornassem para o quartel general dos Defensores Especiais de Saint Paul, que ainda estava de pé, graças ao sistema de campo de força que DiCristh havia instalado. Lady Espiritual acentuou que aquela era uma medida importante, afinal eles iriam precisar das bombas de unção de Mateus. Ao ouvir aquilo, José indagou:

—    Como assim bombas de unção? Tipo aquelas que você usou na ponte?

—    Sim, José, algo desse tipo. – disse Mateus, enquanto dirigia. – É uma tecnologia que eu desenvolvi, depois de estudar alguns artigos do inventor Jackssom Holyblessed da ASL. Eu notei que poderia acumular energia ungida, assim como ele acumula energia de luz ou energia elétrica em cristais ou diamantes, os utilizando em suas hipernave ou campos de força. Fazendo a engenharia reversa, notei que, com os meus poderes de dominação de diamantes, conseguiria replicar, com maior eficácia, esse tipo de tecnologia. No começo, acumulei energia elétrica ou energia de calor. Só que eu notei, depois de uns meses, que eu estava conseguindo depositar Unção Bruta dentro dos meus diamantes e, por incrível que pareça, essa unção não estava se esvaindo. Ou seja, ela estava se mantendo, se retendo, em formato de gel ou de pura energia ungida. Depois de tanto estudar, desenvolvi um recipiente resistente o suficiente para manter esses diamantes com Unção Bruta acumulada, que eu chamei de plasma-unção. Glória a Deus! Ufa, falei demais.

Ao escutarem aquela aula complexa de ciência e teologia, todos ficaram boquiabertos, até mesmo Laiting, a namorada de Mateus, que sempre achou o rapaz um gênio incompreendido. José, então, salientou:

—    Muito interessante, Mateus. Eu faço algo parecido com a minha dominação de luz, acumulando unção em um único ponto de meu corpo! Assim, eu posso burlar a regra da Essência, dos três mil Michaels de poder, sabe. É bom demais!

—    Uau! Glória a Deus! Você é um gênio, Mateus! – disse Mariane. – Tá que eu já sabia disso.
 
—    Então você criou baterias de unção brutas? Muito bom mesmo! Algo parecido pode ser feito com as armas divinas, como essa que eu carrego. – disse Roberta, que segurava a Espada da Fé, que estava de pé, no chão do carro.

Júlia Laiting, que era fã de espadas ungidas, disse:

—    Tenho que admitir, loira! Essa espada é linda demais! É uma arma divina, então, criada por Kami? Maravilhoso!

—    Um dia você vai ter a sua própria arma divina, Júlia! Só aguardar. – disse Mariane.

—    Eu vou?! – disse Laiting, pasma.

—    Hei! No spoilers! – disse Lady Espiritual, repreendendo sua amiga ruiva.

—    Perdão! – disse Mariane.

Contudo, pelo meio do caminho, José avistou um grupo de possessos que estavam tentando matar algumas pessoas, no meio da rua. Ele pediu licença, saiu a voar, e libertou todos eles, com seus raios de luz super velozes. Após isso, retornou ao veículo, como se nada tivesse ocorrido. A viagem estava quase terminando, quando Laiting perguntou:

—    E você, José, mora aqui na cidade faz muito tempo? Logo, ele respondeu:
—    Ah sim! Quase minha vida toda! Meus pais não são daqui, quero dizer, meu pai, o José, nasceu aqui em Saint Paul mesmo. Mas, minha mãe, a dona Maria, veio lá do nordeste, do Ceará, terra do tirano sinistro, Lorde Zacarias, o Perverso. Mas, graças a Jesus, ela aceitou a Jesus e saiu de lá, pra vir parar aqui e se casar com meu pai! Glória a Deus.

—    E você é filho único? – disse Mateus.

—    Ah não! – disse José, alegre. – Eu tenho um irmão, o Pedro, e uma irmã, a Raquel, meus irmãos mais novos. Mas, no final, só eu nasci com esses poderes fora do padrão. Segundo minha mãe, eu puxei esses poderes do meu avô. Já teve dias que eu não queria ter esses poderes ungidos!

—    Mas, porque? Você é uma benção de Deus! Uma dentre dez pessoas nasce com dominação de luz, hoje em dia! – disse Laiting.

—    É que eu já sofri muito por causa desses poderes, dona japonesa! – disse José, triste.
 
Ao notarem aquilo, todos ficaram pasmos, pois até aquele presente momento, não haviam visto José, o Super Crente, ficar triste daquele jeito. Por conseguinte, Mariane Sintra disse:

—    Tio Antônio e prima Keira, não é José?

—    A esfera de Ankor e o poder de roubar poderes?! Meu Deus! – disse Roberta Espiritual.

Ao escutar aquilo, José ficou pálido e disse:

—    Senhor da Glória! Vocês duas são profetizas mesmo!

—    Mas, quem são essas pessoas? – disse Laiting.

—    Tio Antônio é irmão de minha mãe e ele é um feiticeiro cearense. Ele era o portador da Esfera de Ankor, uma pedra do capiroto que, como disse a profetiza Roberta, poderia arrancar meus poderes, roubar mesmo! Prima Keira é a filha dele, que era usada pelo meu tio Antônio para me controlar e me paralisar, pois esse era o poder da Keira, paralisar as pessoas. Eu tive que enfrentar meu tio umas duas vezes, e ele chegou a roubar quase todos os meus poderes, menos a dominação de luz de Jesus. Por fim, precisei destruir a tal esfera de Ankor, para a glória de Deus, usando o poder do gigante de luz. Hoje em dia, tio Antônio e prima Keira estão presos em Centros de Recuperação Luminosos da ASL, em algum lugar de Minas Douradas.

—    Mas, porque ele queria roubar os seus poderes? – disse Mateus.

—    Ele queria ter o poder de José para derrotar o pai malvado dele. – disse Mariane.

—    E quem é o pai malvado do seu tio, oh José? – disse Laiting.

—    É Zacarias, o Perverso. – disse Roberta, pasma.

Repentinamente, Mateus freou seu carro, bruscamente, tamanho foi o susto que ele e todos levaram, ao ouvirem aquilo. Além disso, havia um grupo de possessos bloqueando o caminho, mas Laiting usou corpo de vento e metal e libertou a todos eles, os colocando nas calçadas, ao lado, permitindo que o carro prosseguisse seu caminho. Poucos minutos depois, eles chegaram ao quartel general dos Defensores Especiais de Saint Paul, ainda pasmos com tamanha revelação. Então, ao sair do carro, já na garagem do quartel, Mateus disse:

—    Então, você é neto de Zacarias, o Perverso, um dos lordes sombrios mais terríveis de todo o mundo?!
 
José escutou aquilo, entristeceu-se e disse:

—    Infelizmente sim, meu irmão Mateus. Esse é o meu legado, e a minha futura batalha!

Comovida, Mariane começou a chorar e abraçou José, mais uma vez, sem dizer nada. O rapaz ficou constrangido, mas não a impediu de abraça-lo. Depois de alguns segundos, ela o soltou e fingiu que nada ocorreu. José, porém, sentia-se muito melhor, para a glória de Deus. Laiting passou por ele e colocou sua destra em seu ombro, dizendo:

—    Você não está sozinho nessa, meu amigo! Eu e minha família também teremos de enfrentar um verdadeiro inferno! Mas Yesu, Jesus, está com a gente, amém?!

—    Amém! – disse José, feliz.

—    Você não está mais sozinho, meu amigo! Bate aqui! – disse Roberta e ambos fizeram um “hifive”.

Enfim, Mariane e Roberta subiram e foram ao banheiro feminino, enquanto José foi para o refeitório, ver se tinha algo para comer. Mateus e Laiting, então, ficaram a sós, e puderam se abraçar e colocar o “papo em dia”. Laiting contou tudo o que ocorreu em Campinus e Mateus narrou a tragédia que se abateu sobre o Conselho de Anciãos. Ambos choraram e pediram a Deus misericórdia, em oração. Afinal, aquele era um namoro santo, e não uma brincadeira. Por fim, Mateus disse:

—    Você disse que terá que enfrentar a imperatriz do Japão, foi isso? Esse é o seu segredo, que te aflige tanto e te impede de me levar pra conhecer seus pais?

Júlia suspirou e respondeu:

—    Sim, é isso sim! Me perdoe ter escondido isso de você, Mateuzinho! Eu... Eu não queria te envolver nessa guerra! Isso é uma questão de família, e uma questão de estado! Será algo que apenas eu e Yesu teremos de fazer, por conta de meu sangue, de minhas origens. Se você se envolver, poderá colocar todos que você ama em risco, além de começar um conflito internacional. Eu sinto muito ter ti envolvido nisso, Mateus! Eu não sei onde estava com a minha cabeça quando me apaixonei por você! – disse essa última frase e deixou algumas lágrimas descerem de seu rosto.

Ao ver aquilo, Mateus segurou as mãos de sua amada e pousou a cabeça dela em seu peito, beijando sua cabeça. Eles ficaram ali, abraçados, por algum tempo. Portanto, Mateus disse:
 
—    Quando eu falei que te amava, eu não estava brincando, Laiting. Quando eu disse que quero me casar com você, mesmo que seja difícil as nossas vidas, eu também não estava brincando! Eu sei que pareço ser jovem demais... Mas já vi muita coisa nessa vida! E eu não vou te abandonar, de jeito nenhum, nem que tenha que enfrentar o capiroto! Se for preciso invadir o inferno por você, com Jesus, eu vou! E eu falo sério! Eu nunca conheci uma mulher como você, Júlia, e sempre vou estar ao seu lado, em Nome de Jesus, porque eu te amo! É sério!

Laiting tentou segurar as lágrimas, mas estava difícil. Ela gostava de se sentir a mulher mais durona do planeta, mas, naquele momento, estava fracassando. Porém, todo aquele clima foi quebrado quando José apareceu, do nada, dizendo:

—    Ah me perdoem mas, onde que fica o banheiro mesmo? Eu acho que comi algo que não caiu bem. Misericórdia!

Mateus e Laiting riram, como crianças. Logo, Mateus levou José, seu mais novo amigo, para o banheiro masculino. Depois de um tempo e de um banho, José estava novinho em folha. Depois, ele perguntou para Mateus quem havia feito aquele “frango afogado” que estava no congelador, e Mateus disse que foi um outro amigo dele, Marcelo Elementar. Após aquela experiência, José iria pensar duas vezes em comer algo daquela geladeira.

Por fim, Mateus foi organizar suas coisas, preparar as suas bombas de plasma-unção. Aquele foi um momento de preparação espiritual para os membros daquele novo grupo de heróis luminosos, que teriam que enfrentar o inferno na terra, em breve.

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