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Meu Tritão

Capítulos 10

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Meu Tritão Capítulo 3

A tempestade rugia lá fora, mas dentro da caverna, tudo parecia suspenso em um momento estranho, e um tanto sexual. Athos sentia o calor do próprio corpo contrastando com a brisa fria que vinha do mar. Carbius permanecia perto, sua cauda ainda submersa, os olhos fixos nele como se tentasse decifrá-lo.
 
O silêncio foi quebrado pelo som da chuva castigando as rochas. Athos suspirou, puxando os joelhos contra o peito.
 
— Então, o que exatamente há nesta ilha? — perguntou, tentando ignorar o peso daquele olhar. — Você disse que não era um lugar para mortais.
 
Carbius desviou o olhar por um breve momento, como se decidisse o que poderia revelar.
 
— Existem coisas que não deveriam ser descobertas — respondeu, sua voz mais baixa agora. — Criaturas que se alimentam dos erros dos humanos.
 
Athos franziu a testa.
 
— Está falando de outros tritões?
 
Carbius riu, mas não havia humor em seu riso.
 
— Não somos todos iguais, humano. Há aqueles que vivem para proteger o oceano… e há aqueles que desejam destruí-lo.
 
Athos sentiu um arrepio subir por sua espinha.
 
— Você está dizendo que há algo… perigoso aqui?
 
O tritão virou-se para encará-lo, sua expressão séria.
 
— Estou dizendo que sua presença pode chamar a atenção errada.
 
Athos engoliu em seco. Havia um peso naquelas palavras, uma promessa de algo sombrio.
 
O vento uivou através da entrada da caverna, e Athos se encolheu instintivamente. Ele não gostava da ideia de estar preso ali, mas menos ainda da possibilidade de que algo estivesse à espera de um passo errado dele naquela ilha misteriosa.
 
Carbius percebeu sua tensão e se aproximou um pouco mais, sua cauda deslizando suavemente na água.
 
— Você sente isso, não sente? — sua voz era um sussurro, carregado de algo quase hipnótico.
Athos ergueu os olhos.
 
— O quê?
 
— O chamado do oceano.
 
Por um momento, o humano ficou sem palavras. Mas então, ele percebeu que sentia algo.
 
Era um murmúrio, um eco distante no fundo de sua mente. Como uma melodia esquecida, algo que parecia sussurrar seu nome.
 
Athos percebeu que Carbius estava mais perto do que nunca.
 
— O que você quer de mim? — Athos perguntou, sem se afastar.
 
Carbius não respondeu imediatamente. Seu olhar escuro analisou cada detalhe do rosto do humano, como se buscasse algo ali.
 
E então, suavemente, ele disse:
 
— Eu deveria estar perguntando isso a você.
 
Athos sentiu seu coração bater mais forte. Ele não sabia o que significava aquela conexão estranha entre eles, mas sabia que, de alguma forma, Carbius estava certo.
 
Ele sentia o chamado do oceano.
 
O som das ondas reverberava dentro da caverna, misturando-se ao silêncio tenso entre Athos e Carbius. O humano ainda sentia o eco daquele chamado invisível, uma sensação que parecia vir do próprio oceano e se entrelaçar à sua alma. Ele nunca havia sentido algo assim antes.
 
Carbius continuava perto, observando-o com um olhar indecifrável. Seu corpo continuava meio submerso, mas seus músculos estavam tensos, como se lutasse contra algo dentro de si.
 
— Por que me trouxe para cá? — Athos quebrou o silêncio, sua voz um pouco mais rouca do que o normal.
 
Carbius piscou lentamente, como se a pergunta o pegasse desprevenido.
 
— Você teria morrido se eu não tivesse feito isso.
 
— Eu sei. Mas… — Athos hesitou, as palavras presas na garganta. Ele finalmente conseguiu encará-lo.
— Você poderia ter me deixado no mar. Poderia ter me levado até a praia e partido. Mas não fez isso.
Carbius não desviou o olhar.
 
— Não fiz.
 
O humano sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Havia algo não dito naquela resposta. Algo que parecia maior do que apenas um instinto de salvar uma vida.
 
— Você sente isso também, não sente? — Athos perguntou, quase num sussurro.
 
Carbius não respondeu imediatamente. Sua cauda se moveu lentamente na água, como se ele estivesse absorvendo aquelas palavras. Quando finalmente falou, sua voz saiu mais grave.
 
— Há algo errado com você, Athos.
 
O coração do humano bateu mais forte.
 
— Errado?
 
Carbius aproximou-se ainda mais, apoiando as mãos na rocha ao lado de Athos. Agora ele estava perto o suficiente para que o humano sentisse o calor de sua pele.
 
— Você está conectado ao oceano de uma forma que não deveria estar — Carbius continuou. — Eu senti desde o momento em que te vi. É como se algo dentro de você pertencesse ao mar… mas isso não é normal para um humano.
 
Athos sentiu seu estômago revirar.
 
— Eu… não entendo.
 
Carbius suspirou, seus olhos escuros analisando cada detalhe do rosto do humano.
 
— Eu também não. Mas preciso descobrir.
 
Athos sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele não sabia o que significava aquela conexão estranha, mas uma coisa era certa: o oceano o havia chamado, e Carbius era a chave para entender o porquê.
 
O tritão levou uma das mãos até o rosto de Athos, seus dedos roçando de leve sua mandíbula. O toque era quente, inesperadamente suave.
 
— Você é um mistério — Carbius murmurou.
 
Athos prendeu a respiração.
 
A tensão entre eles era palpável. O som das ondas, a chuva lá fora, o brilho tênue da tempestade… tudo parecia secundário diante da proximidade entre os dois.
 
E então, como se o destino estivesse costurando um laço invisível entre eles, Athos soube. Ele não poderia mais fugir daquela atração.
 
Ele não queria.
 
Carbius inclinou-se para frente, seus lábios quase tocando os de Athos. O humano sentiu o calor do tritão envolvê-lo, uma energia que parecia vir das profundezas do oceano.
 
— Eu não sei o que está acontecendo — sussurrou Athos, sua voz trêmula.
 
— Nem eu — respondeu Carbius, seu sopro quente contra a pele de Athos. — Mas não posso mais ignorar isso.
 
De repente, a cauda de Carbius começou a brilhar com uma luz suave e etérea. Athos olhou para baixo, surpreso, enquanto a forma escamosa do tritão se transformava lentamente em duas pernas humanas. A luz desapareceu, e Carbius estava agora diante dele, completamente humano em sua aparência, mas ainda com aquele ar selvagem e misterioso que o definia.
 
— Como…? — Athos começou, mas suas palavras foram interrompidas quando Carbius o puxou para um beijo.
 
O toque dos lábios de Carbius era quente e insistente, e Athos sentiu-se envolto por uma onda de desejo que parecia vir das profundezas do mar. Suas mãos exploraram o corpo do tritão, agora humano, sentindo os músculos tensos e a pele suave sob seus dedos.
 
Carbius o empurrou gentilmente contra a parede da caverna, seus corpos colados um ao outro. O som das ondas ao fundo parecia ecoar o ritmo acelerado de seus corações.
 
— Você é diferente de tudo o que já conheci — murmurou Carbius entre beijos, suas mãos percorrendo o corpo de Athos com uma mistura de curiosidade e desejo.
 
Athos não respondeu, perdido na intensidade daquele momento. Ele sentiu as mãos de Carbius deslizarem por suas costas, puxando-o ainda mais para perto. O calor entre eles era quase insuportável, e Athos percebeu que não havia mais volta.
 
Carbius o guiou para o chão da caverna, onde a areia úmida e macia os recebeu. O tritão olhou para Athos, seus olhos escuros brilhando com uma mistura de desejo e algo mais profundo, algo que Athos ainda não conseguia nomear.
 
— Você está pronto? — perguntou Carbius, sua voz grave e carregada de promessas. Athos assentiu, sem palavras, seu corpo já respondendo ao toque do tritão.
 
Carbius deslizou as mãos pelas laterais do corpo de Athos, tirando-lhe a roupa molhada com movimentos lentos e deliberados. A pele de Athos arrepiava-se ao toque das mãos de Carbius, cada movimento despertando uma nova onda de prazer.
 
O tritão então posicionou-se sobre Athos, seus corpos alinhados perfeitamente. Ele levou uma das mãos até a coxa de Athos, abrindo-a gentilmente, enquanto a outra mão explorava o peito do humano, fazendo-o arquejar de prazer.
 
— Relaxe — sussurrou Carbius, sua voz suave e calmante.
 
Athos tentou obedecer, mas a intensidade daquela conexão era avassaladora. Ele sentiu os dedos de Carbius deslizarem por seu corpo, preparando-o com cuidado e paciência. O toque era firme, mas gentil, e Athos sentiu-se entregar completamente àquela sensação.
 
Quando Carbius finalmente o penetrou, foi como se o mundo inteiro parasse. Athos arqueou as costas, um gemido escapando de seus lábios. A sensação era intensa, uma mistura de dor e prazer que o deixou sem fôlego.
 
Carbius moveu-se lentamente no início, permitindo que Athos se acostumasse à sua presença. Mas logo o ritmo aumentou, seus corpos se movendo em sincronia, como se fossem um só.
 
O som dos gemidos de Athos misturava-se ao som das ondas, criando uma sinfonia de prazer e desejo. Ele agarrou-se a Carbius, suas unhas cravando-se nas costas do tritão, enquanto sentia o calor do corpo de Carbius envolvê-lo completamente.
 
Carbius inclinou-se para frente, seus lábios encontrando os de Athos em um beijo profundo e apaixonado. Ele acelerou o ritmo, cada movimento mais intenso que o anterior, até que ambos atingiram o clímax juntos, seus corpos tremendo de prazer.
 
Quando finalmente se separaram, Athos sentiu-se exausto, mas incrivelmente satisfeito. Ele olhou para Carbius, seus olhos cheios de admiração e gratidão.
 
— O que isso significa? — sussurrou Athos, sua voz fraca e cheia de emoção. Carbius olhou para ele, seus olhos refletindo a luz tênue da caverna.
 
— Significa que o oceano nos uniu por um motivo — respondeu ele, sua voz suave, mas carregada de certeza. — E não importa o que aconteça, agora estamos ligados para sempre.
 
Athos sentiu um arrepio percorrer seu corpo, mas desta vez não era de medo ou dúvida. Era de aceitação. Ele sabia que Carbius estava certo.
 
O oceano os havia chamado, e agora, juntos, eles começariam a desvendar os mistérios que os aguardavam.
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