Skip to main content

A Mulher da Capa Preta

Capítulos 15

© Todos os direitos reservados.

Noites Sangrentas Capítulo 1

Os Vestígios do Mal

O cheiro de sangue invadiu suas narinas, forte, como uma nuvem escura que se espalhava pela casa. Carlos parou na porta, sentindo o peso no ar. A lanterna em sua mão tremia levemente, e ele se forçou a tomar uma respiração profunda antes de atravessar o corredor.

 

Jonathan Carvalho, novato na equipe, parecia tentar esconder o nervosismo enquanto o seguia. Ele apertava a prancheta com tanta força que parecia que ela poderia se partir a qualquer momento, como se isso fosse de alguma ajuda para enfrentar o que estava prestes a ver.

 

“É brutal”, murmurou Jonathan ao avistar o corpo.

 

Carlos não respondeu. Ele se ajoelhou ao lado da vítima e focou nos ferimentos no ombro, analisando-os com precisão. As marcas eram profundas e irregulares, e o sangue seco formava padrões inquietantes na pele.

 

“Que tipo de ferida é essa?”, perguntou Jonathan, mantendo uma distância segura.

 

“Não é arma branca”, disse Carlos, iluminando melhor a ferida com a lanterna. “Isso é uma mordida.”

 

Jonathan franziu a testa, perplexo. “Uma mordida? De um animal?”

 

“Talvez”, murmurou Carlos, inclinando-se mais perto, seus olhos fixos nas bordas das marcas. Uma sensação gelada percorreu sua espinha, mas ele ignorou.

 

A sala parecia engolir a luz da lanterna, absorvendo qualquer vestígio de clareza. Jonathan continuava falando, mas Carlos não ouvia. Seu foco estava em algo mais. O cheiro de sangue estava mais intenso, quase como se estivesse invadindo seus sentidos de uma maneira... quase palpável.

 

“Carlos?” A voz de Jonathan soou distante, quebrando o silêncio.

 

“Sim?”, respondeu ele, piscando, como se saísse de um devaneio.

 

“Você está bem? Parece... fora do ar.”

 

Carlos balançou a cabeça, afastando o comentário. “Longa noite”, respondeu, sem olhar para Jonathan.

 

Quando chegaram ao corredor, onde o segundo corpo estava, Jonathan parou abruptamente, derrapando para evitar cair com a lanterna.

 

“Isso é...” Jonathan engasgou, a voz falhando.

 

“Pessoal”, disse o Capitão, entrando logo atrás deles. “Nada de especulações. Quero respostas claras.”

 

Carlos não respondeu, seus olhos fixos nas marcas na parede. Pareciam garras, mas não fazia sentido. Ele passou a mão pelo rosto, tentando se concentrar. Uma dor de cabeça leve começou a surgir.

 

“Carlos?”, insistiu Jonathan.

 

“Estou bem. Vamos continuar.”

 

No carro, o silêncio pairou entre eles por alguns minutos. Jonathan observava Carlos, o rosto sério, os olhos fixos na estrada. Finalmente, ele falou.

 

“Você acha que foi um animal?”

 

Carlos apertou o volante, seus pensamentos longe. “Não sei.”

 

Jonathan olhou para as mãos de Carlos, notando que ele roía a unha do polegar, um sinal claro de nervosismo. Mas Jonathan se calou, não querendo comentar.

0.0/5 pontuação (0 votos)
Visualizações4


  • Na Literaz, a leitura gratuita é possível graças à exibição de anúncios.
  • Ao continuar lendo, você apoia os autores e a literatura independente.
  • Obrigado por fazer parte dessa jornada!

Deixe um comentário

Você está comentando como visitante.
  • Na Literaz, a leitura gratuita é possível graças à exibição de anúncios.
  • Ao continuar lendo, você apoia os autores e a literatura independente.
  • Obrigado por fazer parte dessa jornada!