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Noites Sangrentas

Capítulos 15

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Noites Sangrentas Epílogo

A Marca da Lua

Meses se passaram desde aquela noite na floresta.

Jonathan estava em seu pequeno escritório, a luz fraca do abajur iluminando os papéis espalhados sobre a mesa. No centro, o arquivo de Carlos, marcado em vermelho: “Caso Encerrado”.

Mas ele sabia que era mentira. Nada estava encerrado.

Pegou o copo de uísque e tomou um gole, os olhos fixos em uma foto antiga: ele e Carlos no início da parceria. Carlos sorria, despreocupado, como se o mundo ainda fosse simples. Jonathan mal reconhecia aquele homem agora — o que vira na clareira tinha garras, olhos selvagens, uma dor que não se apagava.

Como eu deixei você ir?

O vento forte soprou contra a janela, galhos batendo no vidro. Jonathan ergueu os olhos. Por um instante, jurou ver algo lá fora — uma sombra alta, esguia — desaparecendo rápido demais.

Piscou. Tentou afastar o pensamento. Só cansaço…

Levantou-se e caminhou até a janela. A rua estava vazia, iluminada apenas pela lua cheia. Ficou parado ali, imóvel, ouvindo apenas o vento. Não sabia mais se temia a noite… ou a verdade que deixara para trás.

Quando voltou à mesa, algo o gelou: sobre os papéis, havia um fio de pelo negro. Grosso. Quase brilhante.

Jonathan o pegou com cuidado, olhando ao redor. O calor do uísque não bastava mais. O coração disparou.

Abriu a gaveta, puxou a arma. O metal gelado pareceu mais real que tudo ao redor.

Do lado de fora, o som rompeu a noite. Não era vento. Não era galho.

Um uivo.

Jonathan congelou. Os olhos fixos na janela. A rua, vazia. Mas o som ecoava — não só fora, mas dentro dele.

Ele fechou os dedos em torno da arma, respirou fundo.
— Carlos… — murmurou, a voz quase um sussurro.

O nome soou como dor. Como presságio.

Naquele instante, Jonathan soube: a história não havia acabado.

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