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Noites Sangrentas - 6-1

Noites Sangrentas

Capítulos 15

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Noites Sangrentas Registro Extra II

O Fardo da Capa

Arthur vagava pela mata envolta em névoa, o coração acelerado. O nome ecoava em sua mente como um chamado impossível: Carol.

E então a viu. Uma silhueta ereta ao lado de uma árvore morta, envolta por uma capa negra que parecia se mover sozinha. O rosto oculto, mas a presença inconfundível.

— Você voltou — sussurrou ele, estendendo a mão trêmula.

Ela recuou, desaparecendo por um instante, apenas para surgir logo atrás. A voz doce e amarga ao mesmo tempo:

— Eu nunca fui embora, Arthur.

Ele cambaleou até ela, lágrimas nos olhos.
— Disse que estaríamos juntos… para sempre.

Carol o encarou com tristeza.
— E estaremos. Mas de outra forma.

Antes que Arthur pudesse reagir, ela ergueu a capa e a colocou sobre seus ombros. O tecido gelado colou-se à pele como se tivesse vida.

Uma dor brutal atravessou-lhe o corpo.
Cada nervo queimava.
Cada osso se partia e se recomponha.

Arthur tentou gritar. Nada saiu. Tentou fugir. Estava preso.

A capa pulsava sobre ele. Respirava. Sugava.

O fardo o consumia.

Quando a dor cessou, Arthur não era mais o mesmo. A respiração arfante deu lugar a um silêncio pesado. Entre as árvores, algo se erguia: uma figura agachada, coberta de pelos, garras fincadas no solo, olhos brilhando como carvões em brasa.

A voz de Carol ecoou, distante, como um lamento:
— Alguém sempre precisa carregar a maldição.

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