Emergência do Amor Capítulo 1
O INÍCIO DE TUDO
O primeiro dia.
Preciso me apressar para chegar a tempo, hoje começa a minha nova jornada de enfermagem depois de tanto estudo, preciso deixar uma boa impressão.
Enquanto a nossa determinada amiga termina de se arrumar, no hospital tudo parece normal.
Bom dia, equipe, hoje teremos uma espécie de curso de adaptação, pois chegará uma nova companheira na equipe, vamos nos dedicar a ajudar o máximo de pacientes que conseguirmos, ok?
Nesse exato momento, o diretor-geral entra na sala e diz que houve um acidente com vários feridos, e assim começa o dia de Gabriel.
Rápido, tragam os feridos e coloquem-nos nas macas aqui nas salas de emergência, tragam ataduras, soro e gases.
— Ainda bem que deu tudo certo, cheguei bem cedo no primeiro dia.
Cristina chega à recepção e uma simpática enfermeira vem até ela.
— Olá, Cristina, eu sou a Neusa, não temos tempo de apresentações completas, temos um acidente grave com vários feridos, se apresse e vá para a emergência, você ficará sob as ordens do Doutor Gabriel, boa sorte!
— Ok! Farei meu melhor.
Ela se encaminha ao local indicado e percebe que na emergência as coisas começam a sair dos eixos.
— Droga! Ele está entrando em choque rápido e vamos estabilizar o paciente.
Um bonito médico, olhos castanhos, pele morena e cabelos pretos brilhantes, alto e elegante em seu modo de se mover pelas camas e macas, está a falar com a equipe que corre de um lado para o outro, verificando e separando pacientes, conforme o estado de saúde de cada um.
— Olá, doutor, sou a Cristina…— Ela tenta se apresentar, mas ele corta olhando de relance para ela e sacode as, mas não dando a mínima.
— Tá! Tá! Não temos tempo para isso, garota, apenas faça seu trabalho no momento. Você é a iniciante, não é?
Nossa, será que ele é sempre rude assim? — Pensa ela enquanto responde — Sim, sou eu mesma!
Ele faz careta enquanto fala — Droga! Boa hora de ter uma novata na equipe.
Cristina, ouvindo isso, sentiu que o doutor não gostava muito de novatos.
Ou seria ele assim com todos?
Com o passar dos minutos, Gabriel corria de uma maca para outra, sempre que Cristina tentava assumir um paciente, ele simplesmente dava a ela ordens secundárias.
— Tudo bem, enfermeira, pode deixar comigo, vai pegar morfina e mais gaze, por favor.
Ela não pode fazer muito a não ser cumprir ordens. Sim, doutor, volto num instante.
Gabriela, a enfermeira chefe, chega à emergência sabendo da confusão de pacientes devido ao acidente.
— Gabriel, como andam as coisas aqui? — Ela pergunta, chegando perto do doutor.
— Nada legal, muitos feridos, poucos remédios e quase nada de ajuda. — Ele responde, verificando um prontuário e balançando a cabeça.
— Não se preocupe, eu cheguei para salvar seu plantão. — Fala ela de modo brincalhão, mas já colocando a mão na massa.
Cristina chega com vários itens no carrinho.
— Aqui, doutor, os itens que me pediu. — Diz ela, já posicionando as coisas nos devidos lugares, de modo a ficar mais fácil o trabalho deles.
— Quem é esse aí, Gabriel? Pergunta à enfermeira chefe, como curiosidade.
— Prazer, eu sou…— tenta se apresentar novamente à moça, mais uma vez sendo interrompida pelo médico.
— Já disse que não temos tempo a perder com conversas bobas, vamos ao trabalho. — Ele vai até outro paciente, verificando a pressão cardíaca e se o remédio que foi usado está fazendo efeito positivo.
Cristina continuava tentando entender se Gabriel não gostava dela ou se era devido ao acidente que o deixava tão grosso assim.
A enfermeira chefe chama sua atenção ao trabalho.
Vamos, novata, se mexe, parada aí assim, você de nada vai servir aqui.
Ela não pode deixar de pensar como será trabalhar ali desse jeito.
Nossa, parece que essa equipe não tem um jeito bom com iniciantes, mas tudo bem, vamos lá…. — Cristina sabe do seu potencial, sabe que é capaz e não vai se deixar abalar.
***
Várias horas depois.
Depois de muitas suturas e costuras, chega o último paciente.
— Parece que esse é mesmo o último, ainda bem que não perdemos nenhum paciente. - disse Gabriela com alívio.
— Sim! Você me foi de extrema ajuda como sempre, Gabriela. — Agradece Gabriel.
— Doutor, posso retirar este medicamento? — Pergunta Cristina, mostrando os outros itens que estão sobre a bancada.
— Sim, fique à vontade.
— Ora, pode retirar essas aqui também e descartá-las. Pede Gabriela.
— Sim, deixe comigo. — Feliz em fazer seu trabalho com maestria, Cristina continua guardando as coisas e organizando o local.
Enquanto retirava os medicamentos, Cristina ouviu a conversa de Gabriel com Gabriela.
— Me parece que você terá um trabalho extra aqui como professor, doutor. Rsrsrs
— Sim, eu pedi para não ter novatos em minha equipe, mas parece que o diretor Reginaldo não me atendeu. — Fala ele com tom irritado.
Cristina não pode deixar de pensar. — Então ele não confia mesmo em novatos.
Terminando sua tarefa, Cristina se sente infeliz e resolve tirar a dúvida da sua cabeça.
***
Na sala de descanso
Ela entra e vê o Doutor da emergência sentado descansando antes de voltar ao trabalho.
— Doutor, você tem um minuto? — Ela pergunta.
Agora que chegou até aqui, não vou voltar.
— Sim, o que deseja? — Diz ele de olhos fechados.
— Eu tive a impressão de que você não costuma ser cortês com novatos na sua equipe, ou será só coisa da minha imaginação? — Diz ela de modo petulante.
Sendo questionado assim pela primeira vez, Gabriel abre os olhos, e fica a analisar a enfermeira que está diante dele, com as mãos na cintura.
Que coragem tem essa garota.
— Bom! Não… qual é o seu nome mesmo?
— Cristina, doutor. — Responde ela indignada.
Como ele pode nem lembrar meu nome?
— Então, Cristina, realmente eu não costumo entregar a vida dos meus pacientes em mãos iniciantes, até ter o conhecimento se elas são mesmo capazes.
E com essas palavras, ele se levanta e caminha para a saída da sala.
Ela fecha as mãos em punho na lateral do corpo.
Quem ele acha que eu sou?
— Provarei a você que sou qualificada, você verá. — Ela fala, prometendo a si mesma que mostrará seu valor.
Gabriel se vira e diz:
— Você terá um longo caminho a percorrer…
Sem se virar para olhá-la, ele sai.
Indíce
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