Emergência do Amor Capítulo 2
ENFRENTANDO O DOUTOR
Na mesma noite Cristina ficou pensando nas atitudes e palavras do Gabriel…
— Não sei por que ele me tratou assim, mas amanhã mostrarei a ele que sou mais que capaz nessa profissão.
Cansada do dia pesado de trabalho Cristina se entrega ao merecido descanso, e na manhã seguinte…
Cristina acorda com pensamentos positivos.
— Hoje será meu dia, eu sinto que ele vai ser ótimo, agora deixa eu ir.
Enquanto isso, Gabriel já no hospital pensava em como uma novata teve a audácia de bater de frente com ele.
Não posso crer que fui desafiado por uma novata, devo estar perdendo o jeito.
Neusa entra na sala dele, e diz em tom preocupado.
— Desculpe atrapalhar seu descanso, mas temos uma criança na emergência, você poderia assumir?
— Claro que sim, estarei lá em um minuto.
Ele se levanta e segue a médica encontrando Gabriela com a criança.
— Ah! Que bom que você chegou Gabriel, ele está entrando em colapso e eu já fiz os primeiros procedimentos, mas ele não quer reagir a nada que fizemos.
Me passa o prontuário dele por favor. — Pede ela a Gabriela, enquanto vai ao até o paciente.
***
Nesse momento Cristina chega no hospital, quando Neusa a vê, e vai até ela.
— Bom, dentro do horário isso é ótimo. — Diz ela cumprimentando a enfermeira.
— Cris, tudo bem? — Responde ela de modo alegre.
— Assim que possível quero que você fique na pediatria auxiliando o doutor Jonathan tudo bem?
Cristina se sente animada.
— Sim, já estou indo.
Ao chegar à pediatria um doutor mais baixo que Gabriel, com o corpo atlético e sorriso fácil a atende, ela se apresenta.
— Olá doutor, sou Cristina e hoje ficarei de auxiliar com você.
Ouvindo isso Jonathan se vira e olha para sua nova amiga de trabalho, ela nota como ele é bonito, mas nada comparado com a beleza de Gabriel.
Tomara que ele não seja grosso também.
— Olá Cristina bem-vinda a pediatria, será um prazer ter você aqui hoje. — Diz ele em tom animado, ele sorri e ela nota seus dentes bem alinhados, seu cabelo castanho cortado com estilo social, e olhos cor de caramelo.
Nossa me parece que esse doutor é mais amigável. — Pensa ela com alívio.
— Aqui venha me ajudar com essa menina. — Pede o simpático doutor.
Com isso Jonathan se afasta, deixando o caminho livre para Christina fazer seu trabalho.
Com muita habilidade Cristina resolve o problema da paciente e já chama o próximo a entrar, e assim segue por toda a manhã até a hora do almoço. Ela vai ao refeitório, pois está morrendo de fome, e se despede do médico que vai ao vestiário.
Já no vestiário masculino a conversa fluindo…
Jonathan, satisfeito, não pode deixar de compensar sobre sua manhã de trabalho.
— Como foi boa essa primeira etapa do dia, meu Deus! Já fazia um tempo que eu não tinha uma ajuda assim tão prestativa.
Gabriel curioso entra na conversa.
— Hum! posso saber quem foi essa tal ajuda?
— Foi a enfermeira nova a… Como era mesmo o nome dela? — ele tenta lembrar o nome da moça.
Um fio de curiosidade aponta na cabeça de Gabriel, e ele começa a prestar atenção na conversa.
— Ah! me lembrei, Cristina era isso, a garota levou meu turno com maestria, sem nenhum erro e organizada, com muito jeito com as crianças.
Gabriel, indignado com o comentário não pode deixar de falar o que pensa.
— Não sei como você consegue deixar novatos terem tanta autonomia no seu turno.
Jonathan acha graça, mas, mesmo assim responde.
— Temos que ajudar a todos, não é? e o melhor é que Cristina é uma mulher muito linda. — Ele provoca.
Ao ouvir esse comentário Gabriel sente algo estranho, será ciúmes ou inveja de como eles se deram bem no plantão, ele não sabe explicar.
Impossível como eu teria ciúmes de alguém que só vi uma vez?
— Você só pode estar brincando como você pensa nisso em meio ao trabalho? — seu tom amargo é tão palpável que chama atenção dos outros.
— Você diz isso porque não trabalhou com ela. — Continua Jonathan.
— Engano do meu amigo, o primeiro dia dela foi no meu plantão.
— E você não olhou para ela? Como foi possível?
esse cara só pode ser cego. Pensa no Jonathan indignado.
— Estou aqui para trabalhar apenas isso. — Ele fala com ironia.
Enquanto isso no refeitório…
As três resolvem sentar juntas, Neusa e Cristina foram convidadas a sentar com Gabriela, que conversa animadamente como sempre.
— E então Cristina como está a vida no seu segundo dia?
— Muito boa, trabalhar com o doutor Jonathan é muito fácil, ele me deixa exercer minha função em liberdade. — Diz ela com certa animação.
— Hum! me parece que você ficou impressionada com ele? — Fala ela brincando.
— Pare com isso Gabriela, nem todas aqui são como você. — Diz Neusa sorrindo.
Cristina ri também e diz.
— Não quero misturar as coisas, preciso muito me adaptar ao regime de trabalho aqui o mais rápido possível.
Os rapazes entram no refeitório, conversando, e como num passe de mágica os olhos de Gabriel encontram o rosto de Cristina sorrindo na mesa, e ele pensa.
Nossa! Jonathan tinha razão, ela é realmente linda e sorrindo fica melhor ainda.
O que ele vê o agrada muito, olhos castanhos claros, cabelo liso comprido até a altura da cintura, seios fartos num corpo elegante, e o sorriso, ele nunca tinha visto um sorriso como aquele, quando sorria seus olhos fechavam, era encantador.
Jonathan percebe o amigo parado à porta, o provoca.
— Vamos amigo terminar de entrar porque parou aí na porta?
— Não foi nada demais. — Diz Gabriel voltando a si.
por quanto eu fiquei encarando feito bobo?
Jonathan se aproxima das meninas e as cumprimenta com um sorriso.
— Olá meninas
— Doutor tudo bem? — pergunta Neusa cordialmente.
— Oi Jhow! — Diz Gabriela em seu tom descontraído.
— Olá…— Cumprimenta Cristina timidamente.
— Ei Gabriel aconteceu algo? você parece pensativo. — Nota Gabriela.
— Não! Estou bem obrigado por perguntar.
Respondendo à pergunta de Gabriela ele corre os olhos em direção a Cristina, que percebe o olhar de Gabriel e abaixa a cabeça com uma mistura de vergonha e raiva ao mesmo tempo.
— Olá Cristina, Neusa como estão? — Gabriel as cumprimenta também.
— Ótima como sempre. — Diz a enfermeira.
— Bem! obrigada — E tudo que Cristina se atreve a dizer, já que não tem muito o que conversar com ele.
Nesse momento entra no refeitório Tiago, agitado com uma notícia.
— Desculpe equipe, mas o almoço será curto, temos um acidente com ônibus e vem todas as vítimas para esse hospital, vamos nos preparar.
Todos se levantam e correm para fora do refeitório, se organizando e se preparando para receber as vítimas.
Neusa direciona seus enfermeiros, dizendo o que cada um vai fazer e com quem vai ficar, então chega a vez de Cristina.
— Cristina vai para a emergência com o Gabriel, ok?
Ao ouvir isso Cristina pensa
Chegou minha hora de mostrar meu valor.
Enquanto responde. — Sim conte comigo!
Minutos depois a emergência é invadida por macas e pacientes em cadeiras de rodas, e todos os funcionários começam a organizá-los por ordem de prioridade.
Gabriel já pede os com estado mais grave, e pede para preparar as salas de cirurgia.
— Rápido vamos selecionar os pacientes em estado mais delicado.
— Pode deixar que eu vou cuidar da ala B — informa Cristina, já levando alguns pacientes.
— Como assim? Você ficará aqui me auxiliando mais que isso. — Ele se impõe.
O sangue dela ferve.
— Doutor, agora não é hora de queda de braço, estamos aqui pelos nossos pacientes.
Ele a encarou, mas ela não sede. — Vou dar conta de fazer os dois papéis, não se preocupe.
Ao ouvir isso, Gabriel se vê surpreso com a iniciativa da novata, ela consegue o surpreender duas vezes em menos de uma semana.
— Tudo bem, mas não esqueça sua função principal, garota. — Ele leva um paciente em estado grave para uma sala.
Olha como ele pode ser duro assim nesse momento? por que ele é tão severo assim? — Ela não consegue entender, mas deixa isso para depois
Preciso me concentrar nos pacientes agora.
A correria toma conta da emergência, já estão todos juntos, Gabriela, Jonathan e Thiago foram removidos para dar suporte a emergência, que está lotada.
— Coisa boa que equipe dedicada. — Brinca Tiago em meio a correria.
— Sim vamos todos fazer um plantão bem legal hoje não sei como posso não ficar feliz com isso. — Devolve Gabriela.
Mas todos viram que ela não dizia a verdade e sorriam.
— Se for assim todos os dias logo estarei em Dubai…— Completa Jonathan com ironia.
E assim foi o restante do dia de trabalho, com a correria só terminando por volta de 00:45.
Todos saíram ficando apenas Cristina efetuando a higienização dos itens usados.
— Poxa como irei para casa essa hora? Terei que ir de Uber.
Já do lado de fora, Cristina sai para chamar um veículo, e nesse momento um carro para próximo a ela o vidro abaixa…
— Carona novata? — Surpreendentemente o arrogante doutor a chama.
Isso de volta de novo? — Pensa Cristina.
— Não obrigada, vou pedir um Uber. — Ela não está nenhum pouco a fim de entrar no carro dele.
Gabriel insiste, mesmo sem entender por quê.
— Olha! vai por mim, irá demorar muito até você conseguir algum Uber aqui essa hora, vem eu te levo.
Ela pensa, sentindo o frio da madrugada tocar sua pele, que não seria má ideia, apesar de não ter vontade, e acaba aceitando a carona.
— Tudo bem eu aceito, mas só porque não quero ser alvo de um assalto.
Como um cavalheiro Gabriel desce do veículo, abre a porta do carona para que Cristina possa entrar.
E isso a deixa em parafusos, pensando em como ele pode ser tão bipolar assim.
Já dentro do carro, Cristina aproveita o momento e decide enfrentar o doutor novamente.
— Então doutor, eu queria saber por que você não confia no meu trabalho? e me trata com uma frieza impressionante. — Isso realmente a incomoda, todos são tão atenciosos, e reconhecem seu trabalho, mas por que ele não, e pior por que ela se importa com isso?
Ele olha para a moça sentada no banco do carona, pensando como ela tem coragem e mais uma vez ela consegue surpreender ele, e finalmente sorri.
A verdade é que ele sabe muito bem o que esperar das pessoas, e fazia muito tempo que não era surpreendido por ninguém.
Então chega essa mulher vindo não sei de onde e vira meu mundo de cabeça para baixo.
— Posso saber o motivo da graça? — ela pergunta indignada, cruzando os braços.
— Nada demais! — Ele acha graça de sua petulância, e fofura.
— Olha foi como eu te disse, eu não tenho o costume de confiar nas pessoas assim tão facilmente como Jonathan por exemplo. — Isso o incomodava ainda, o jeito do amigo falar dela.
— Ele não me julgou, ele esperou para ver o meu modo de trabalhar. — Ela defende o médico que a tratou com tanta humanidade.
Gabriel, se irritou um pouco, ela se deu tão bem com Jhow, mas ao contrário o tratava como inimigo.
— Eu gosto de ver quão profissional será meu novo colega de trabalho. — Provoca ele.
— Mas você já parou para pensar que agindo assim, você pode passar uma impressão de que você não gosta da pessoa, porque você é um pouco grosso com seu jeito de tratar as pessoas no hospital. — Ela emenda, já cansada de ser tratada como uma incompetente.
Ele olha novamente para ela e diz de forma mais leve.
— Eu peço desculpas a você, se te tratei mal, mas esse é o jeito que eu gosto de trabalhar, uma linha mais severa e dura para ter certeza de que quem estiver na minha equipe não será mais um, e sim um grande profissional. — Ele faz uma pausa antes de continuar. — E eu vi que você tem um profissionalismo e tanto hoje você foi incrível.
Com essas palavras ele toca a mão de Cristina e olha em seus olhos com um olhar curioso esperando para ver qual seria a reação da moça.
Indíce
-
Na Literaz, a leitura gratuita é possível graças à exibição de anúncios.
-
Ao continuar lendo, você apoia os autores e a literatura independente.
-
Obrigado por fazer parte dessa jornada!