Emergência do Amor Capítulo 21
A espera
Ele teve que esperar pacientemente mais uma semana para finalmente ser liberado, a semana mais longa de sua vida.
— Eu quero ir embora, quero minha casa.
Era a frase mais falada por ele nesses dias, Cristina às vezes ria, pensando no quanto ele parecia uma criança a resmungar.
— Logo você receberá alta, não fique muito agitado e descanse.
Ela fazia questão de visitá-lo todos os dias, sem faltar um sequer, na sua folga ela ficava o dia todo praticamente, eles conversavam sobre várias coisas e davam uns amassos também, aproveitando quando eram só os dois no quarto.
Um dia antes da alta, ela contou sobre sua contratação.
— Então foi assim, e agora preciso esperar meu CID para finalmente começar a trabalhar.
— E você já sabe sua área de atuação? — Ele pergunta enquanto roubava um beijo.
Eles estavam deitados na cama agarradinhos enquanto conversavam.
— Hum! Eu pensei em duas, mas a que eu finalmente decidi será uma surpresa.
— Sério que você vai fazer isso?
— Sim! E mudando de assunto. — Ela olha para ele agora se afastando um pouco. — Você sabe o que o diretor disse?
— Não, o que ele disse?
— Que você deveria ficar em casa pelo menos mais uma semana.
— Ha! Eu não aguento ficar aqui mais um dia, imaginei ficar em casa mais uma semana. — Ele balança a cabeça. — Não, assim que tiver alta vou voltar ao trabalho, não quero mais fazer pressão na equipe.
— Bom! Você é quem sabe, mas eu concordo com ele, você ficou quase 3 meses em coma, como você acha que seu corpo está?
Ele para pra pensar, olhando para o teto, depois volta a encará-la com um sorriso travesso.
— Acho que você pode me ajudar com isso, tudo que preciso é de massagem nos músculos.
Ela lhe dá um tapa rindo. — Vou arrancar uma enfermeira.
Ele a abraça mais forte. — Acho que já tenho, minha enfermeira.
— Não, agora sou médica, esqueceu!? — Ela finge não entender.
Eles são interrompidos com uma batida na porta.
— Com licença, vim fazer os exames de rotina.
A enfermeira entra, e Cristina se levanta da cama, arrumando a roupa amassada.
— Fique à vontade. — Ela fala com a enfermeira em tom simpático.
Gabriel não gosta muito da interrupção, mas sem poder fazer nada, vai respondendo as perguntas, colaborando com o processo.
“Não vejo a hora de sair desse tédio.”
O resto da sua internação passa de modo tranquilo. Cristina sempre que pode afastar de Gabriel a ansiedade de sair do hospital.
— Se não fosse por você eu teria fugido.
Ela ri do jeito dramático que ele fala.
— Que bonito para um médico dizer isso.
— É, agora entendo alguns pacientes. — Ele resmunga, ultimamente Gabriel tem estado bem resmungão, mas ela entende o motivo. Afinal ele sempre esteve ativo no trabalho, e agora já fazia mais de 3 meses que não pegava em um bisturi, isso seria realmente frustrante.
Ela lhe dá um beijo, o que o deixa mais animado.
Parece até um filhote de cachorrinho, só faltava abanar o rabo.
Ela o abraça e diz. — Agora eu preciso ir, se não vou chegar atrasada.
Você não pode ficar mais um pouco? — Ele pergunta segurando sua mão.
Eu gostaria, mas preciso mesmo ir, esqueceu agora eu estou em processo de promoção não posso dar mal exemplo.
— Verdade, mas você vem mais tarde? — seus olhos brilham de expectativa.
— Sim! venho te ver mais tarde, então não dificulte a vida das enfermeiras, combinado? — Ela brinca.
— Sim eu prometo. — Ele levanta a mão em sinal de promessa.
Ela sai dando risadas e pensando: Como as coisas podem ser assim, a vida realmente é cheia de surpresas.
*** Enquanto isso, no Hospital São Paulo ***
— Rápido, ponham aqui. — Diz Law com pressa.
— As coisas não estão boas. — Responde Tiago. — Situações do paciente? — Tiago começa a fazer os primeiros socorros, enquanto pergunta para a equipe do SAMU.
— Homem na casa dos 20 anos, estava andando na rua quando foi assaltado, tentou reagir e levou um tiro.
— Esse mundo está perdido mesmo. — Law balança a cabeça. — Rápido preparem a sala de cirurgia. — Ele fala com Neusa que já está correndo para juntar a equipe que cuidara do problema.
O homem é levado para dentro, enquanto isso do lado de fora, Tiago pede para entrar em contato com algum familiar do homem.
—- Rápido, por favor, precisamos avisar aos familiares. — Ele está terminando a frase quando uma dupla de policiais entra.
— Doutor, bom dia. — O mais alto fala.
— Bom dia em que posso ajudar.
— Vocês acabaram de receber uma vítima de assalto a mão armada?
— Sim, um rapaz de 20 anos de idade.
— Precisamos saber como ele está, e se poderia dar um depoimento. — O mais baixo e forte fala.
— Ele está na cirurgia agora, vocês vão precisar voltar mais tarde, não creio que ele vá estar bem para um depoimento no momento.
— Poderia nos informar quando ele acordar, isso é importante. — Os policiais se entre olham enquanto falam.
— Claro, é referente a algum caso especial? — Tiago fica curioso.
— Sim! Tem tido uma onda de assaltos na região em que o rapaz foi ferido, um médico, uma mãe de família, alguns estudantes e agora esse rapaz, precisamos pegar o culpado ou a gangue, o mais rápido possível, antes que tenham mais vítimas.
— Então assim que o paciente estiver bem o suficiente, entraremos em contato. — Tiago imagina se o médico que os policiais comentaram seria Gabriel. — Só uma dúvida vocês têm o nome das vítimas?
—Sim, algumas já prestaram depoimento, mas falta o médico, ele estava em coma, ficamos sabendo que ele acordou recentemente, então estamos indo para lá agora.
— Tudo bem, obrigada policiais. — Ele aperta a mão dos senhores, um deles lhe entrega um cartão com o número de contato, e eles se retiram.
— O que você estava conversando com eles? — Uma voz vinda de traz dele o assusta, Gabriela empoleirada em seu ombro, está o olhando com curiosidade.
— Você fareja fofoca garota? — ele põe a mão no peito, seu coração acelerado, não tem nada a ver com o susto.
— Bom! Eu vi dois policiais fortões, e vim dar uma olhada mais de perto, então percebi que estava em uma conversa bem animada com você. — Enquanto fala, ela vem para a frente, olhando Tiago com um sorriso travesso nos olhos.
— Certo! Então, vai trabalhar, você não tem pacientes? — Tenta controlar o coração que ainda bate acelerado.
Para com isso, não seja bobo.
— Ah! Me conta vai. — Ela põe as mãos trás das costas e faz um biquinho.
— Para de me importunar e vai trabalhar. — Tiago a repreende, mas por dentro o que ele pensa é totalmente diferente. "Para de ser fofa assim."
Gabriela ainda está tentando convencer Tiago a falar quando Cristina chega.
— Oi pessoal, tudo bem? — Ela está sorridente.
— Uhum! Boas notícias pelo que vejo!? — Gabriela percebe o estado de humor imediatamente.
— Gabriel só tem mais um dia no hospital, então ele vai ter alta.
— Jura! que bom, vou poder ver meu amigo de novo. — Gaby pula de alegria.
— Fico realmente aliviado em saber. — Tiago sorri. — Eu sabia que ele ia passar por essa tranquilo.
— E tudo bem por aqui? — Antes que qualquer um dos dois possa responder, Law vem da sala de cirurgia, e vê Cristina.
— Ainda bem que você chegou. — Ele se direciona a ela. — Preciso que venha comigo.
Ela o segue, enquanto ele explica o que precisa, ela se higieniza e o segue para a sala de cirurgia.
Deixando Gaby e Tiago confusos.
— Vamos voltar ao trabalho. — Tiago pega nos ombros de Gabriela a levando pelo corredor até a sala dela.
Ao chegar lá, ele se despede e segue para sua propria sala, para continuar seu trabalho.
Mas a sensação dos ombros dela em suas mãos, o cheiro, o sorriso, o perturbam por todo o dia.
Indíce
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