Emergência do Amor Capítulo 17

Ao passar pela porta ela encontra um cavalariço, alto e bonito, ela logo o reconhece e corre para abraçá-lo. 

— Olha senhorita, estou aqui para escoltá-la. — Ele fala como se não a conhecesse. 

Ela sorri com a brincadeira enquanto fala. —  Por favor senhor, para o mais longe daqui. 

Ela a ajuda a montar no cavalo e monta no outro, e mais do que depressa eles partem daquele lugar horrível. 

Eles já estão bem longe quando as buscas começam, e Conde Boyle mostra-se tremendamente irritado. 

— Eu vou matá-lo, vou matar os dois por essa traição. 

— Acalme-se, eu a trarei de volta. — Informa o pai da moça. 

Eu não quero como noiva uma mulher perdida. — Ele olha com olhos vidrados de raiva. — Mas não serei feito de idiota, eu terei minha vingança… 

*** Tempos atuais. *** 

Na manhã seguinte Cristina está na sala de Gabriel, quando aparece Reginaldo em sua porta e diz… 

— Bom dia Cristina! precisamos trocar algumas palavras, tudo bem? 

— Bom dia senhor Reginaldo vamos sim! 

Seguindo o diretor até a sua sala, ela entra e olha a sala toda organizada e aguarda para ver como será essa conversa. 

— Então vou direto ao ponto, pois não temos tempo a perder. — Ele fala enquanto se senta, convidando-a sentar-se também. — Recebi várias informações sobre sua ida ao hospital onde está Gabriel não aprovei essas saídas, mas como eram fora do seu horário de trabalho nada pude fazer. — Ele faz uma pausa antes de continuar. — …Por outro lado coletei informações sobre seu trabalho aqui na unidade e confesso que me surpreendi com o que foi dito ao seu respeito. — Ele olha para ela, que escuta atentamente sem dizer uma palavra. — E… hoje chegou um pedido de liberação do hospital Sírio Libanês pedindo que você fosse transferida para terminar seu estágio lá com eles. 

Os olhos de Christian ficam arregalados ao saber que o pedido foi feito formalmente. 

— Senhor eu confesso que esse pedido me foi feito já a alguns dias. Mas não deixei que eles mudassem minha conduta aqui na unidade, 

— Isso ficou claro Cristina, eu vi o seu espelho de ponto, sei que você não se atrasa, mas a questão aqui é que você tem uma escolha a ser feita. 

*** Enquanto isso no refeitório… *** 

— Sério!!! — Gabriela fica realmente surpresa ao ouvir as novidades — Ela foi chamada por ele? 

— Sim, estou em uma reunião agora mesmo. — Conta Neusa para todos. 

— Ele não vai perdê-la, a notícia que ela pode sair com certeza mexeu com ele. — Fala Jonathan com entusiasmo. 

— A questão aqui é o que ela vai querer, me parece que ela está realmente perdendo a ira. — Fala Tiago desanimado. 

Gabriela não se deixa abater pelo desânimo dele. — Pode ir parando meninos, eu sei que a crise não se decidiu ainda, então só depende se o Reginaldo vai querer efetivar ela. 

— Neusa, você sabe se ele pensa nisso? — pergunta Tiago, ecoando a curiosidade do grupo. 

— Olha sinceramente eu acho que ele vai fazer isso mesmo. — Neusa chuta um palpite, “já que não dá para saber o que se passa na mente daquele homem.”  

Ela continua - Por mais incrível que pareça ele ficou pensativo em relação a ela. 

*** De volta a sala do diretor. *** 

— Aqui seu estágio está terminando, e eu quero que você permaneça aqui na unidade. — O diretor fala com sinceridade. — Suas atitudes nesse mês, comprovou que você pode vir a ser uma médica de respeito e com muita competência… então você pode pensar nas suas propostas e me responder amanhã. 

Os pensamentos de Cristina estão a mil, pois ela acabará de ouvir o que seus esforços resultaram na efetivação do seu contrato. 

Mas por outro lado tem uma sólida carreira em um hospital de renome com toda a estrutura e com pessoas que acreditam no seu potencial como apenas uma única noite de atendimento. 

Cristina se levanta, se despede e sai. 

De volta a sua sala ela entra no modo automático e volta com sua rotina. 

— E então como foi? pergunta Neusa curiosa entrando na sala do diretor. — Você a deixou livre ou a convidou a fazer parte da equipe? 

— Você sabe como eu trabalho, deixei as cartas na mesa e ela vai se decidir. — Diz o homem de pé olhando pela enorme janela. —  Dei a ela esse restante de dia para pensar, confesso que ela está bem indecisa com tudo isso. 

Neusa se senta na confortável poltrona ouvindo tudo enquanto pensa, por um momento, finalmente falando. 

— Confesso que estou surpresa com isso, pois imaginava que ela responderia no mesmo momento que ficaria. 

Ele se afasta da janela e volta a sentar em sua cadeira. 

— Bom a minha parte já foi feita, agora é com ela. 

Neusa resolve mudar de assunto, um assunto importante. 

— Alguma notícia do Gabriel? 

Ele deposita os óculos em cima da mesa esfregando os olhos cansados. 

— Nada de novo, eles estão refazendo os exames apenas. 

— Tenho certeza de que ele está nessa indecisão da Cristina. — Fala ela suspirando. - Ela deve estar querendo ir para poder ajudá-lo. 

— Bom isso ela terá que decidir. 

A senhora concorda com a cabeça. 

— Sim, vamos terminar nosso dia de trabalho então. 

O dia seguiu seu curso normalmente e todos se foram, e nessa noite Cristina colocou tudo o que queria para sua carreira sobre a mesa e chegou a sua decisão. 

Já pela manhã seguinte ela chega no refeitório e todos estão lá. 

Gabriela brinca com Cristina. 

— Olha cedo como sempre. 

Jonathan a cumprimenta sorrindo. 

— Oi Cris 

— Bom dia pessoal. — Ela fala, abraçando Gaby e tocando a mão de Jonathan com uma mão e um soquinho. 

Neusa chega e encontra Cristina. 

— Cris o Reginaldo pediu para que assim que você chegasse fosse direto a sua sala. 

Todos ali olhando para ela, mas não dizendo nada. 

— Ok, vou agora mesmo. Com licença; 

Ela vai até a sala e bate na porta. 

— Entre. — Vem a voz lá dentro, ela abre a porta entrando e já sendo cumprimentada. 

— Bom dia, já tem sua resposta? 

“Assim direto?” 

Ela fica de pé de frente para ele, que está sentado em sua cadeira. 

— Sim pensei muito sobre tudo, surtando essa noite e cheguei à conclusão de que quero ficar aqui. — Ela respirou fundo tomando fôlego antes de conversar Mesmo tendo recebido uma proposta muito boa, eu sei que aqui terei pessoas que posso confiar e contar a qualquer momento e notei que todos estão torcendo pela minha permanência e com isso eu decidi ficar. 

Claro se a sua proposta ainda estiver valendo. 

Reginaldo olha para a moça em sua frente admirando. "Qualquer pessoa escolheria o que paga mais, ou o que tem melhores recursos, mas ela escolheu o prestígio da equipe.” 

— Sim esta sim, a partir desse momento você já pode se considerar a mais nova médica do hospital geral. 

Ela olha surpresa para o diretor, a verdade é que ela tem mesmo o sonho de ser médica, fez medicina fora, mas não conseguiu trabalho então decidiu fazer enfermagem. 

Mas daí ser média, assim do nada isso é melhor do que eu pensei. 

— Médica!!! Eu pensei que seria efetivada como enfermeira. 

— Não mesmo. — Ele fala. — Seu talento e dedicação, mas que provaram suas qualidades como médica, eu acompanhei você durante esses dias e notei que você já está mais do que pronta. — Orgulho brilha nos olhos do homem. — Então bem-vinda Doutora Cristina a equipe. 

As lágrimas vieram, depois de anos de estudo, noites em claro estudando, tão sonhado momento da realização de ser uma médica veio. 

Cristina aperta a mão de Reginaldo e sai da sala em direção ao refeitório, ao entrar todos a olham com espanto. 

— Ei garota, o que houve? 

Gaby corre ao seu encontro a abraçando, assustada com o que possa ter acontecido com ela na sala do diretor. 

E entre soluços Cris dá a notícia. 

— Eu… eu … fui contratada Gaby.