Emergência do Amor Capítulo 10

Os dias se passaram e todos dão o melhor de si para cobrir a falta de Gabriel, mas uma notícia de uma reunião no fim do expediente pegou todos desprevenidos. 

O diretor geral Reginaldo pede a presença de todos. 

— Pedi que todos estivessem aqui pois tenho informações sobre Gabriel. — Uma pausa. — O hospital São Paulo não pode mais segurar ele aqui, pois não está mais dentro das nossas possibilidades esse caso. — Ele olha para a equipe, que já começa a aparentar cansaço. — Então tomei as rédeas da situação e solicitei a remoção dele para o hospital Sírio Libanês. Eles contêm aparelhos com mais tecnologias para auxiliar o caso dele. 

Todos na sala se olham, Neusa, Tiago, Jonathan e Gabriela. 

Nenhum deles esboçam reação contra a vontade do diretor Reginaldo, então ele continua. 

— Então quero que você, Tiago, que passou esses dias cuidando dos exames, testes e tudo mais, me faça um relatório de tudo que ele passou nessas 3 semanas aqui conosco. 

— Sim, senhor pode deixar comigo. 

Neusa escolhe esse momento para falar. 

— Reginaldo, posso propor que um de nossos médicos siga com Gabriel para a outra unidade? 

— Negativo, você mais do que ninguém sabe que estamos trabalhando no vermelho com a equipe reduzida, e ainda temos uma recém-chegada tomando conta dos pacientes do Gabriel, e com isso estou quase sendo forçado a pedir um doutor qualificado para a vaga dele. 

Gabriela indignada não se contém ao dizer. 

— O senhor vai me desculpar, mas a Cristina está levando os pacientes do Gabriel com muito profissionalismo, eu acho que não seria viável outro doutor agora. 

— Você acredita que uma moça recém-formada possa ter a capacidade que tem um doutor como ele, é isso? 

— Sim senhor, ela está cuidando da carga horária dele, auxilia na pediatria e com os exames dele. 

Neusa concorda. 

— Ela tem razão, a Cristina está se mostrando uma excelente médica. 

— Ok! Por hora vou aceitar isso, mas Neusa, não faça com que eu me arrependa dessa decisão, ok? Todos dispensados. 

De volta ao vestiário, os meninos falam sobre a decisão do diretor. 

Jonathan é o primeiro a dizer algo. 

— Cara não sei o que faremos agora porque com a remoção dele não saberemos o que esperar do caso. 

Tiago ainda esperançoso, se recusa a desistir. 

— Apenas temos que fazer o possível para acordar o Gabriel, antes que essa remoção saia do papel. 

— Se ele não acordar, será tudo perdido, nosso trabalho, dedicação, tudo, o Reginaldo não pode fazer isso. 

— Então amigo, vamos trabalhar o mais rápido possível nesse caso amanhã. 

Cristina já em casa segue imaginando como será quando Gabriel acordar. 

Sem saber ela, que a reunião já estava finalizada e levando seu amado para longe dela. 

Espero poder ouvir ele dizer que voltou por mim, que está sentindo o mesmo que eu sinto. Não posso deixar essa chance passar de novo, pois não saberei quando terei outra. Amanhã vou passar no leito dele, como faço todos os dias, e ele vai me responder eu sei. 

Com esse pensamento, Cristina deixa o sono a levar para outro lugar. 

*** Na manhã seguinte…*** 

Gabriela avisa a enfermeira chefe. 

— Neusa, ela chegou! 

— Diga a ela para vir falar comigo. 

— Oi Cris! 

— Oi Gaby, tudo bem? 

— Sim, mas a Neusa quer falar com você. 

— Estou indo. — Será que deixei algo sem fazer? 

Cristina termina de se arrumar e vai até a sala de Neusa. 

— Da licença! — Diz ela batendo na porta. 

Entre e sente-se, então tenho algo meio chato para lhe falar… 

Neusa faz uma pausa antes de continuar deixando Cristina um pouco preocupada. 

— O diretor Geral pediu a transferência do Gabriel da nossa unidade, 

— Como assim? Por que ele fez isso? 

— Não estamos progredindo no caso, isso pode ser agravante para o Gabriel, podemos pecar querendo zelar pelo nosso amigo. 

— Ele não pode sair daqui Neusa. — Cris está desesperada com a notícia. — Eu sei que ele vai acordar, eu sinto isso. 

— Não duvido disso, minha flor, o problema maior é que as ordens vieram de cima, entendeu? 

Lágrimas voltam a nascer nos olhos de Cristina, só de pensar em não tê-lo próximo a ela, para cuidar dele como vem fazendo. 

E passando dois dias chega à remoção de Gabriel. 

Neusa resolve conversar com a equipe, informando o que está acontecendo no momento. 

— Sim, ele está sendo preparado para a remoção hoje. 

Jonathan fala primeiro que os outros. 

— Então é isso mesmo, todo nosso trabalho foi mesmo sem sucesso? 

Neusa tenta animar o amigo. 

— Não Jhow, nosso trabalho foi excelente dentro das nossas possibilidades. 

Tiago, triste por não poder fazer mais nada, expressar sua preocupação. 

— Então! ele vai mesmo? 

— Sim! 

— Droga! Não pude ajudar meu amigo, me sinto um fraco nesse momento. — Gabriela pela primeira vez, não consegue conter sua tristeza. 

— Gabriela calma, Tiago, tudo o que foi possível você fez e muito bem, mas não temos mais o que tentar nesse caso, eu também não queria que ele fosse, mas fazer o que. — Neusa tenta consolas os dois. 

Cristina, finalmente fala o que pensa. 

— Isso está errado, não posso perder ele, ele não deveria ir. 

Neusa, já conformada com a situação, não vê outra saída. 

— Vamos apenas aguardar os próximos dias. 

E com isso Gabriel sai da unidade. Todos ali a olhar a ambulância, levando seu amigo cada vez para mais longe deles, nada se dizia nesse momento, apenas o silêncio permaneceu ali até que o veículo some na próxima curva.