Emergência do Amor Capítulo 3
CONHECENDO O VERDADEIRO GABRIEL
Ao sentir o toque da mão de Gabriel, Cristina parece perdida com essa ação.
Qual será a verdadeira personalidade desse homem?
Olha eu realmente não consigo te entender!
Ao ouvir isso Gabriel retira sua mão.
— Sério! Como você consegue ser galanteador assim e ser tão frio no hospital? Sei que você dirá que é o seu local de trabalho e tudo, mas não sei quem você é realmente.
— Eu sou um homem dedicado no que faço, meu trabalho não é por dinheiro, eu gosto do que faço, salvar vidas é algo gratificante.
Pela primeira vez Cristina não sabe o que dizer.
— Olha isso foi inesperado.
Depois de saber o endereço de Cristina, Gabriel para em frente ao portão de sua casa.
— Bom chegamos, eu diria que foi uma viagem produtiva o que me diz?
— Eu digo que foi esclarecedora.
Ele desce do carro e abre a porta para que ela desça do veículo, caminhando até a porta de sua casa.
— Então é isso! você está entregue e segura.
— Obrigada pela carona não sei que horas eu iria chegar sem sua ajuda.
Ela queria chamá-lo para entrar, mas eles só se conheciam a dois dias, isso era muito pouco para convidar um estranho para sua casa.
Sem falar que ele pode pensar que sou uma mulher fácil.
Ela se vira e abre a porta, olha para trás novamente, e se assusta com Gabriel logo atrás dela, olhando-a intensamente.
— Perdão! Precisa de algo?
— Achei que você me convidaria para um café, como agradecimento.
— Talvez outro dia!
Quem pensa que eu sou?
Foi a primeira coisa que passou pela mente dela.
Ele fica chocado, nunca tinha sido rejeitado antes, não que ele fosse um pegador, só que estava acostumado a ser o centro das atenções.
Afinal eu sou lindo e incrível.
— Sério? Te trouxe até aqui e você não vai nem me oferecer uma água? — Ele tenta mais uma vez.
Cristina entra, e fica com a porta entreaberta enquanto fala.
— Me desculpe! Mas acho que você me confundiu com alguém, não tenho o costume de convidar estranhos para casa, então boa noite doutor Gabriel!
Ele pode mandar em mim no hospital, mas aqui fora eu não sou sua subordinada.
Ela fecha a porta, mas fica olhando pela janela, enquanto ele entra no carro, e vai embora.
Ela sente um misto de emoções e seu coração acelera.
Ele estava só me testando ou tem algo mais nisso?
Sua noite de sono e preenchida por sonhos com Gabriel, alguns ela não teria coragem de contar nem para sua mais íntima amiga, coisa que ela não tinha.
Acordar tarde foi uma benção, depois de dobrar o plantão do dia anterior ela está de folga, ela se levanta e olha pela casa que já está arrumada e vê que não tem nada para fazer, finalmente resolveu sair e comprar algo para seu café da manhã.
A manhã passa tranquilamente, e de tarde ela recebe uma mensagem.
depois de responder ela pensa:
Não seria um grande problema almoçar, isso me daria mais noção do que ele quer.
O celular toca e ela atende.
— Passo na sua casa em 20min pode ser?
— Pode! Estarei esperando.
Ela se arruma como nunca fez antes, ansiosa, e pontualmente em 20min ele está na porta com roupa casual esperando por ela.
Como ele fica lindo sem uniforme, ele já era lindo de uniforme, mas sem, e de tirar o fôlego.
Ele educadamente a conduz até o carro enquanto conversam.
— Hum! Me desculpe por ontem creio que tenha sido precipitado.
— Sem problema, você não é o primeiro.
O que ela quer dizer com isso? Tem mais gente atrás dela?
— Então, aonde vamos? — Ela falou jogando os cabelos para trás.
Gabriel não pode deixar de perceber como ela estava linda, o perfume dela e seu jeito de falar.
Tudo nessa mulher me atrai, como isso é possível.
— Tem algo no meu rosto? — Perguntou ela inocente, olhando no espelho.
— Não! Só estava admirando sua beleza.
Para! — Ela cora, e ele pensa como pode existir alguém tão fofa.
— Vamos em um de meus restaurantes favoritos, espero que você goste.
Ao chegar ao local, Cristina fica encantada, lindo é pouco para se referir ao restaurante, uma fonte na entrada espirrava água constantemente, algumas mesas ficavam ali perto, dentro o enorme salão era bem decorado com madeira escura e lustres requintados em luzes amareladas, com um enorme vidro que dava vista para um lindo jardim nos fundos.
— Boa tarde senhor Gabriel, como vai?
— Muito bem, Petter e você?
— Trabalhando muito como sempre, mas nada comparado ao tanto que o senhor trabalha.
— Não seja bobo, creio que você trabalha mais.
— A mesma mesa de sempre?
— Sim por favor, com uma cadeira extra. — Ele apresenta Cristina
— Olá senhorita, que prazer conhecer uma amiga do doutor.
— O prazer é meu.
— Espero que goste do almoço de hoje. — O garçom fala enquanto os direciona a uma mesa mais próxima do jardim atrás do salão.
— O que está achando do local? — Gabriel perguntou ansioso.
— Muito lindo! e esse jardim é maravilhoso.
— Que bom que gostou, eu gosto desse lugar por causa da privacidade e cuidado com o alimento. — Ele puxa a cadeira para que ela se sente, depois de ajudá-la ele se senta na cadeira a sua frente.
O garçom traz o cardápio para eles.
— Fiquem à vontade para escolher, quando estiverem prontos para pedir só precisam levantar a mão, temos também a entrada na pista, podem ir até lá e se servir à vontade.
— Obrigada. — Ela agradece, sem saber muito o que fazer.
— Sua primeira vez em um restaurante? — Ele está empolgado, porque essa era a primeira vez que convidava alguém para almoçar com ele, tirando os amigos claro, mas nunca tinha ido ali com uma garota, esse era seu espaço pessoal, e ele ainda não entendia o porquê tinha escolhido esse lugar para estar com ela, só parecia certo.
— Dá para perceber tão fácil assim? — Ela pergunta preocupada, enquanto ele sorri, um sorriso de tirar o fôlego.
— Não daria para perceber, se você não mexesse as mãos de forma tão nervosa.
— Desculpa, eu só estou um pouco ansiosa, não quero passar vergonha.
Ele ri de novo.
— E você dando risada não ajuda muito. — Ela fala, mas sorrindo também, um pouco mais calma.
— Você sempre fala o que pensa? — Isso era uma das coisas que não saíam da cabeça dele.
— Como assim?
— Você não tinha nem uma semana no hospital e me enfrentou, depois negou uma carona, não me convidou para entrar, me disse que eu era um estranho e agora me repreendeu de novo, você sempre fala o que pensa ou você pensa no que vai impactar quando fala?
Ela fica sem reação, primeiro, depois da risada, o clima fica leve e descontraído com um simples comentário dele.
Ele reparou em tantas coisas em apenas 3 dias de convívio, este homem é um perigo.
— Ham! Eu só não gosto de ficar dando voltas, quando eu tenho algo para dizer, prefiro ser sincera.
— Não tem medo que essa sinceridade possa acabar te pondo em problemas?
— Sinceridade é melhor do que falsidade, mesmo que você fique sozinho por isso.
— Você realmente não existe. — Ele ri de novo, contente de descobrir algo mais a respeito da moça.
Ela decide deixar que ele peça para ela também, já que pelo jeito era um cliente fiel do lugar, ele saberia o que era mais gostoso, ou o melhor prato.
Acabam comendo uma massa.
Fettuccine com paia. — Foi isso que ele disse, queria um vinho para acompanhar, mas, Cristina não bebia nada alcoólico e ele estava dirigindo, então escolheram um suco, e para finalizar o almoço maravilhoso ele pediu Tiramissu para os dois.
— O que achou?
— Foi tudo uma delícia, mas eu queria mesmo saber por que de tudo isso?
— Eu… queria me desculpar pelo ocorrido — Ele fala sem jeito.
— O que exatamente? — Ela o provoca.
— Pelo jeito que te tratei no seu primeiro e segundo dia de trabalho, e pelo que aconteceu na frente da sua casa.
— Desculpas aceitas. — Ela sorri, enquanto eles saem do restaurante.
— Então de onde você era? — Ele pergunta realmente curioso.
— Eu? Sou daqui mesmo!
— Me parece que você tinha um sotaque estrangeiro por isso queria saber de onde era.
— Ah! Isso... — Ela ri antes de continuar. — Eu fiz enfermagem aqui no Brasil, mas fiz medicina fora do país, não consegui ser residente em nenhum hospital então aceitei o cargo como enfermeira. — O tom de voz dela é calmo, e não tem nada de arrependimento, isso o deixa pensativo.
Se fosse comigo, seria que eu estaria tão calmo, depois de tanto dinheiro e tempo gasto em estudos, aceitar um cago abaixo das minhas qualificações?
Ele não achava que aceitaria tão fácil.
Eles continuaram conversando, enquanto ele pedia a conta e se direcionavam para o carro, assim foram descobrindo coisas um do outro.
O doutor era solteiro, e sua família não morava em São Paulo, ao contrário, eles moravam no Maranhão, ele veio para São Paulo para estudar e conseguiu um trabalho no hospital, trabalhou duro até que conseguiu virar líder de uma das equipes da emergência.
— Você é cirurgia geral se não me engano, estou certa?
— Sim! Por quê?
— Você já pegou algum caso que pensou que não conseguiria realizar a cirurgia ou que era um caso perdido?
— Nunca perdi nenhum paciente em toda minha carreira. — Seu tom arrogante a fez rir.
A verdade é que depois que o conhecia melhor, ela entendia que sua arrogância não era para diminuir ninguém, era só o jeito dele, ou o excesso de confiança que Gabriel tinha.
Eles chegaram à casa dela, e como sempre ele abriu a porta do carro estendendo a mão para ajudá-la a sair do carro, mas ao invés de acompanhá-la até a porta de sua casa, desta vez ele ficou ali ao lado do carro.
— Obrigada mais uma vez pelo almoço.
— Eu agradeço a companhia e principalmente por ter aceitado sair comigo.
— Por que não aceitaria?
— Bom eu fui meio…— Ele coça a cabeça tímido, ela não consegue se conter e se aproxima dando um beijo em sua bochecha, isso o deixa assustado, ele não esperava essa atitude repentina.
— Um erro não é problema, o importante é que você percebeu que foi precipitado, então não se preocupe. — Ela fala de modo carinhoso, enquanto se despede e entra.
Ele ficou ali mais um pouco, olhando para porta, as palavras da moça acertando em cheio seu coração, aquecendo algo que ele não sabia que estava gelado.
Indíce
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