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Flores de Gelo: O império caído

Capítulos 39

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Flores de Gelo: O império caído Capitulo 4

As profundezas de Azuris.

𝕋rês Dias Já Se Passaram.

O paradeiro de Anya ainda é desconhecido?

Há muito tempo atrás, o reino de Azuris enfrentou uma peste fatal, uma mulher sangrenta, apareceu nua no castelo de Azuris, e só ela, somente ela, levou o reino a destruição.

Seu nome era: H-

As Sombras...

Passado, coroação real de Azuris

— Cassandra! Você precisa estar perfeita para este dia! — disse a rígida rainha, com o tom autoritário de quem não aceitava falhas.

— Eu estarei, mamãe! — retrucou Cassandra, determinada.

Sarae deixou o quarto com passos firmes, indo até a sala real. A coroação logo começaria, e ela precisava garantir que o arcebispo estivesse pronto. Ao encontrá-lo, constatou que tudo seguia conforme planejado.

Cassandra foi conduzida à catedral. Lá, ajoelhou-se diante do altar, cercada pela grandiosidade do lugar.

A catedral real, adornada com vitrais coloridos e altares dourados, estava repleta de nobres e dignitários. O arcebispo segurava a coroa, uma peça magnífica de ouro e pedras preciosas, pronta para ser colocada na cabeça da jovem.

A futura rainha vestia um deslumbrante traje dourado combinado com tecidos brancos finíssimos. Seus olhos refletiam esperança e determinação. Seus cabelos castanhos, delicadamente penteados, eram adornados com uma flor de ouro, símbolo de pureza e realeza.

O início da cerimônia trouxe silêncio à catedral. A voz de Sarae ecoou, firme e serena:

— Sejam todos muito bem-vindos. — A rainha começou, com uma postura imponente e palavras escolhidas com cuidado. — Agradeço a presença de cada um neste momento tão significativo para o nosso reino.

Posicionada atrás de um pedestal, Sarae observava a filha ajoelhada à frente. O discurso, longo e majestoso, preparava o ambiente para o momento mais esperado: a coroação.

Cassandra escondia o nervosismo sob um semblante calmo. Quando o arcebispo iniciou a bênção, um sorriso leve surgiu em seu rosto. Contudo, a atmosfera mudou abruptamente.

Das sombras, emergiu uma figura inesperada: uma mulher nua, de cabelos negros soltos e olhar irônico. A luz das velas iluminava sua pele, destacando sua presença, que parecia carregar um peso sobrenatural.

Caminhando lentamente em direção ao altar, ela encarou a multidão com desdém, desafiando qualquer um a reagir.

— Que momento perfeito! — ironizou, sua voz reverberando pelo recinto. — Uma coroação... tão fraudulenta. Tão cheia de mentiras.

Sarae congelou, tentando reconhecer a intrusa. O arcebispo recuou, visivelmente assustado. Cassandra levantou-se, confusa, e virou-se para encarar a mulher.

— Quem é você? — exigiu Sarae, mantendo o tom firme, mas com uma ponta de incerteza.

A mulher abriu um sorriso sarcástico.

— Sou alguém que traz um presente. Um presente que durará para sempre.

Com um movimento das mãos, uma energia negra inundou o ambiente. O ar tornou-se pesado, sufocante. Velas se apagaram, e o sol foi engolido por uma espessa nuvem negra. O chão tremia, e os murmúrios transformaram-se em gritos quando alguns nobres desabaram sem fôlego.

— Maldição sobre este trono! — bradou a mulher. — Que a mentira seja sua herança.

Que o poder seja sua prisão. Que a verdade seja sua maior inimiga.

— Do que você está falando? Que verdade? Que maldição? — Cassandra indagou, tentando conter o pânico.

A mulher ergueu os olhos para a jovem e sussurrou, enigmática:

— A verdade será revelada, Cassandra. Até lá, seu reino cairá sob uma maldição terrível.

Num piscar de olhos, ela desapareceu em uma nuvem de fumaça negra, deixando atrás de si o caos e o medo. A coroa caiu no chão com um estrondo, e Cassandra a encarou, os olhos cheios de confusão e terror.

O reino mergulhou no caos. Nobres discutiam fervorosamente, guardas corriam em todas as direções, e Sarae tentava manter a calma, embora o medo fosse visível em seu semblante.

Cassandra, recém-nomeada rainha, percebeu que seu reinado começava sob uma sombra sombria, uma sombra que poderia consumir tudo.

Embora muitos tentassem desacreditar o ocorrido, a realidade era inegável. Magia não deveria existir. Como, então, aquela mulher desapareceu?

Perguntas se acumularam, mas com um estalar de dedos, o dia foi apagado da memória de todos os presentes. A verdade sobre as bruxas foi sepultada em completo silêncio.

10 anos depois

— Amor, não posso mais ignorar as cartas. Eu preciso ir...

— Como assim? Podemos nos isolar, fechar o reino! — Cassandra argumentou, desesperada.

— Não, Cassandra. Eu preciso proteger o que amamos. Não vou deixá-la sozinha. —
Lothus respondeu, com a voz firme.

— Prometa que voltará! — implorou ela, as lágrimas já escorrendo pelo rosto.

— Prometo. Cuide de Anya até lá. — disse ele, acariciando suavemente a barriga grávida da esposa.

— Eu cuidarei.

— Eu te amo.

Essas foram as últimas palavras de Lothus antes de partir. Reza a lenda que ele caiu de um penhasco nas fronteiras de Azuris, encerrando sua vida de forma trágica.

No entanto, a maldição da mulher misteriosa trazia um segredo sombrio:

"Gerar uma vida em seu ventre será o selo de seu amor.

Essas palavras significavam que, ao dar à luz, Cassandra nunca poderia amar outro homem.

O paradeiro da mulher permanecia desconhecido, e aqueles que ousavam procurá-la eram tragados pelas garras do destino.

O tempo passou, e finalmente chegou o momento de Anya ver a luz do dia.

Nascida sob circunstâncias únicas, Anya cresceu aprendendo a ser uma princesa e, ao mesmo tempo, uma jovem humilde e gentil.

Lothus viveu apenas nas memórias de Anya e no coração selado de Cassandra. Assim, o reinado de miséria e sombras teve início.


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