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Flores de Gelo: O império caído

Capítulos 39

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Flores de Gelo: O império caído Capitulo 5

A noiva das sombras

- Maxwell! Já montou a equipe de procura? - questionou a rainha, firme.

- Já sim, rainha. São 110 soldados para o norte e 120 para o leste. - respondeu o guarda com serenidade.

- Ótimo, dê o sinal, e achem a Anya. - bradou a rainha, jogando o vestido vermelho para trás enquanto se virava.

Com as novas ordens da rainha, Maxwell seguiu em direção ao local onde os soldados estavam reunidos. Com voz firme, gritou para os 230 homens.

- Soldados Azurianos! - começou Maxwell. - A rainha confiou a vida de sua filha nas mãos de cada um de vocês! - pausou, lançando um olhar que percorreu a quadra. - Juram dar a vida para encontrar a princesa?

- Sim, senhor! - responderam todos em uníssono.

- Prometem colocar a princesa acima de qualquer coisa?

- Sim, senhor!

- Então vão! Achem a princesa.

Com a ordem de Maxwell, os soldados se dispersaram, e começou a busca pela princesa perdida.

Mas o guarda não ficou para trás. Ajustou suas coisas e seguiu para o estábulo, decidido a iniciar a procura de sua amiga.

Montou seu cavalo negro e partiu em um rápido galope para o norte, determinado a encontrar Anya.

Enquanto isso, o barulho da água começava a retornar aos ouvidos de Anya, e sua consciência voltava aos poucos. Atordoada, ela ergueu a cabeça e logo se sentou. O som do mar ecoava em sua mente, e o canto das gaivotas era agradável para quem ouvisse.

Anya olhou ao redor e percebeu que estava em uma praia. Tentou se levantar, mesmo fraca. Suas pernas tremiam, e ela mal conseguia ficar de pé.

Observando mais à frente, viu que a praia se terminava e dava lugar a uma densa floresta.

Uma floresta que, diferente das que habitavam em Azuris, eram vibrante e cheias de vida, com folhas tão verdes quanto a mata.

Sua roupa estava rasgada, e uma grave ferida na cabeça a incomodava.

- Aí! Como dói. - resmungou Anya, tocando levemente no ferimento.

Anya caminhou com dificuldade para dentro da floresta, mas, curiosamente, o machucado deixou de doer conforme se aproximava da mata.

Uma sensação estranha percorreu seu corpo, e logo seu colar começou a brilhar novamente. A luz não era tão intensa como da última vez, mas sim mais suave.

Tocando sua testa mais uma vez, Anya percebeu que a ferida havia se fechado.

- Mas... Como? - a princesa se perguntou, confusa.

Hesitante, ela parou à beira da mata, insegura se deveria entrar na floresta, que, apesar de curiosa, parecia perigosa.

Temendo que fosse sua única opção, Anya voltou à praia para procurar algo com que se defender, caso houvesse inimigos na floresta.

Ao olhar ao redor, viu os restos de um possível barco. Curiosa, a princesa se aproximou da estrutura e notou pedaços pontiagudos de madeira. Confiante, pegou um deles e o observou, percebendo que se assemelhava a uma lança.

Reunindo coragem, Anya finalmente decidiu entrar na floresta. Então, ela o fez. Uma vez dentro do matagal, desvia de galhos, cipós e matas, sempre atenta ao seu redor, precavida caso houvesse alguma ameaça.

Um som agradável começou a preencher o ambiente, e, ao se dar conta, Anya estava diante de uma linda cachoeira. A água azul vibrante descia intensamente pelas paredes rochosas, quebrando nas pedras de baixo e continuando seu curso.

A curiosidade e a admiração tomaram conta de Anya. Sem hesitar, ela se aproximou da água e colocou a mão levemente nela. Era mágico como a água relaxava seus dedos, e, como um toque de encanto, brilhos suaves abraçaram os dedos submersos.

A água brilhante desapareceu assim que Anya retirou a mão. Ainda observando o fenômeno, Anya foi surpreendida por um barulho vindo de trás de si.

Um rosnado, misturado com o som de um rugido, ecoou no ar. A princesa, amedrontada, levantou-se devagar, temendo olhar para trás.

Com o coração acelerado, ela reuniu coragem para olhar. Lentamente, virou o pescoço, sendo coagida por outro rosnar.

Foi então que viu a figura que a aguardava: um urso cavernoso, cujo tamanho fez o corpo de Anya tremer.

Assustada e paralisada pelo medo, ela não se moveu, voltando seu olhar fixo na água.

A preocupação tomou conta de Anya, e, quando finalmente reuniu coragem para olhar novamente, o urso já estava em movimento, partindo para o ataque.

Em um brusco arranhão, a fera a empurrou para as águas. Embora Anya soubesse nadar, não estava preparada para a força da correnteza e logo se viu à mercê dela. Lutando contra a água, a garota tentou se segurar nas beiradas, mas sem sucesso.

Estando prestes a desmaiar, sentiu uma mão forte segurá-la, e logo percebeu que foi erguida e tirada da água.

Com as últimas forças, ela viu uma mulher que aparentava ter cerca de 50 anos: ruiva, com olhos verdes vibrantes e um manto velho. Essa era a última imagem que Anya conseguiu registrar antes de desmaiar.

Com a voz fraca e quase inaudível, Anya perguntou:

- Quem é você?

- Meu nome é Kikyo. - respondeu a mulher com voz rouca e calma.

Enquanto isso, Maxwell e os guerreiros continuavam a busca intensa pela princesa, mas sem sucesso. Alguns já temiam que o pior tivesse acontecido, enquanto outros, como Maxwell, mantinham a esperança.

Cansado, Maxwell andou pelas costas de Azuris, desanimado, decidiu interromper a busca, embora não tivesse desistido completamente. Sabia que continuaria a procura no dia seguinte. Agora, seu corpo pedia descanso. Seus ossos imploravam por uma pausa, afinal, começara a busca bem cedo, e agora o sol já cedera espaço para a lua pintar o céu de noite.

De volta a casa, lembrou-se de passar pelo castelo para informar à rainha os resultados da busca. Ao chegar, foi direto à sala de reuniões e, ao encontrá-la, iniciou sua fala.

- Rainha, não conseguimos achar a princesa.

A rainha, fervorosa e indignada, respondeu com raiva, elevando a voz.

- Como não acharam? EU DEI UMA ORDEM! - gritou, assustando o guarda.

- Rainha, eu sei da sua preocupação com sua filha, mas... - Maxwell foi interrompido pela ira da rainha, que tomou a palavra.

- Não quero saber das suas explicações, quero que vá até o centro de Azuris e anuncie contratações. Vamos reunir mais homens. - disse Cassandra. - Quero ver essa infeliz não aparecer agora. - resmungou, fitando o guarda.

- Certo, minha rainha. Suas ordens serão executadas assim que o sol nascer.

Ela olhou para o guarda, indignada e raivosa. E esse sentimento transbordava em sua fala.

- Hoje! Já! - exclamou.

- Certo!

"Eu? Me preocupar com Anya? Jamais. Se ela não tivesse que se casar com Peter, pouco me importaria com seu paradeiro, mas garanto que vou recuperar toda a riqueza e prosperidade que esse reino já teve, nem que eu tenha que tomar decisões extremas.

Esse era o pensamento que ecoava pela mente da rígida mulher.

Maxwell finalmente saiu da sala, marchando para cumprir a ansiosa ordem da rainha.


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