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Flores de Gelo: O império caído

Capítulos 39

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Flores de Gelo: O império caído Capitulo 8 - Parte VIII

Ao notar que a criatura tinha ido embora, Klaus e Finn saem da caverna curiosos.

Eles ficam em uma floresta próxima a caverna. O silêncio era gritante, até que é interrompido pelo barulho de Klaus mordendo a maçã.

Klaus estava sentado sob a sombra de uma grande árvore, afiando a lâmina de sua faca com calma. O jovem camponês tinha os olhos fixos no metal, mas seus pensamentos estavam longe dali, perdidos em memórias de Anya. A inquietação em seu peito parecia crescer a cada dia.

— Você está muito sério hoje, Klaus. Mais do que o normal, pelo menos. — A voz jovial de Finn quebrou o silêncio enquanto o garoto aparecia correndo entre os arbustos, com um sorriso travesso no rosto.

Klaus ergueu os olhos e franziu as sobrancelhas.

— E você está inquieto. Como sempre.

Finn deu de ombros, sentando-se ao lado do amigo. Ele estendeu uma maçã que havia acabado de pegar de uma árvore próxima.

— Talvez porque alguém tem que manter as coisas interessantes. Você já é sério o suficiente por nós dois.

Klaus pegou a maçã, mas não sorriu. Era difícil para ele relaxar, mesmo na companhia de Finn, cuja energia parecia ser inesgotável. Ainda assim, havia algo reconfortante na presença do garoto. Finn era como um irmão mais novo, embora Klaus nunca admitisse isso em voz alta.

— Não sei como você consegue ser tão despreocupado — comentou Klaus, mordendo a maçã.

Finn riu, chutando uma pedra para longe.

— Não sou despreocupado. Só não fico carregando o mundo nos ombros como você.

— É fácil dizer isso quando não se tem ninguém para proteger — rebateu Klaus, com uma ponta de amargura na voz.

Finn parou por um momento, observando Klaus com um olhar mais sério do que o habitual.

— Você acha que não me importo com as pessoas?

Klaus suspirou, percebendo que talvez tivesse sido duro demais.

— Não foi isso que quis dizer...

Finn interrompeu, sua voz agora mais calma.

— Eu me importo. Talvez não do jeito que você faz, mas me importo. Eu só... não deixo o medo de perder as pessoas me consumir.

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes, ouvindo o som das folhas balançando ao vento. Era uma pausa rara, mas necessária, entre as discussões que frequentemente tinham.

Finalmente, Finn quebrou o silêncio com sua típica curiosidade.

— Então, você vai me contar por que está tão inquieto?

Klaus hesitou, mas acabou cedendo.

— É Anya. Algo me diz que ela está em perigo.

Finn arqueou uma sobrancelha.

— E você acha que ficar aqui parado vai ajudá-la?

— Não. Mas não sei onde procurar. — Klaus apertou os punhos, frustrado.

Finn sorriu, cheio de entusiasmo

— Bem, talvez eu saiba.

Klaus olhou para ele com desconfiança.

— O que você quer dizer com isso?

Finn se levantou e deu um salto animado.

— Aquilo lá dentro claramente não é normal. — Disse Finn apontando para a caverna. —
E se for uma espécie de portal?

Klaus estreitou os olhos.

— Portal? Isso soa como uma das suas histórias inventadas.

Finn riu, puxando Klaus pelo braço.

— Talvez seja, mas você não vai saber até conferir. Além disso, o que você tem a perder?

Relutante, Klaus seguiu Finn até a caverna. O garoto parecia conhecer o caminho, movendo-se com a confiança de quem já havia explorado a área antes, e realmente tinha, pois eles acabaram de sair dali. Ao chegarem à entrada escura, Finn apontou para as runas brilhantes nas paredes.

— Viu? Eu não estava mentindo.

Klaus observou as inscrições com atenção, sentindo a magia pulsar no ar. Antes não brilhavam, porque agora mudou?

— E como você sabe sobre isso?

Finn deu de ombros, mas havia um brilho misterioso em seus olhos.

— Digamos que eu tenho meus próprios segredos. Agora, vamos.

Antes que Klaus pudesse protestar, Finn já havia entrado na caverna. Klaus suspirou, mas seguiu o amigo. Conforme se aprofundavam na caverna, o ar parecia mais denso e carregado de energia. Uma luz brilhante emanava de um círculo no chão, cercado por símbolos intrincados.

— É aqui — disse Finn, empolgado. — Acho que é o portal.

Klaus hesitou, mas seu desejo de encontrar Anya superou sua cautela. Ele deu um passo à frente, e, junto com Finn, foi engolido pela luz brilhante.

Quando abriram os olhos, estavam em um lugar completamente diferente. A floresta ao

redor era tão densa que mal podiam ver o céu. Um silêncio absoluto pairava, interrompido apenas pelo som distante de água corrente.

— Acho que estamos no lugar certo — disse Finn, olhando ao redor com fascinação.

Klaus, por outro lado, estava atento a qualquer sinal de perigo.

— Precisamos encontrar Anya. Ela está aqui, eu sinto.

Finn deu um sorriso despreocupado.

— E lá vamos nós de novo. Pelo menos agora temos uma aventura.

Apesar da tensão, Klaus sentiu um pequeno alívio. Ele não estava sozinho nessa busca, e, por mais irritante que Finn pudesse ser, sabia que podia contar com ele.

A jornada deles por aquele novo mundo estava apenas começando.

Finn parecia um garoto inquieto, como se o mundo ao seu redor fosse pequeno demais para conter sua energia. Seus cabelos castanhos, sempre desgrenhados, davam a impressão de que ele tinha acabado de sair de uma aventura – ou estava prestes a começar outra. Seus olhos brilhavam com uma curiosidade quase insaciável, como se enxergassem segredos que ninguém mais notava.

Ele era magro e ágil, o tipo de pessoa que sabia se esgueirar por entre multidões ou escalar uma árvore em segundos. A forma de como ele veste uma túnica verde com mangas curtas, cortada de forma irregular, como se tivesse sido feita à mão ou adaptada

de folhas cativava klaus. A túnica é complementada por um cinto de corda ou couro na cintura.

Usa calças ajustadas em tons de verde, e sapatos feitos de couro ou algo que se assemelha a folhas moldadas. O conjunto parece ser leve e funcional, ideal para alguém que vive na natureza e precisa de liberdade de movimento. Parecia dizer que ele tinha algo especial, uma conexão com coisas maiores.

Klaus, acostumado à calma e à paciência da vida de camponês, observava o garoto com um misto de admiração e exasperação. Finn era como um furacão de entusiasmo, imprevisível e impossível de ignorar. Mas, apesar de sua energia quase insuportável, Klaus não podia negar: havia algo nele que o tornava impossível de não gostar.


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