Skip to main content

Flores de Gelo: O império caído

Capítulos 39

© Todos os direitos reservados.

Flores de Gelo: O império caído Capitulo 8 - Parte VI

As quatro garotas caminharam unidas sem rumo ou direção qualquer, até que surgiu uma luz na cabeça de Heather..

— Se eu usar minha magia para avisar nosso paradeiro para Kikyo? — Questionou Heather.

— Não será preciso. — Disse uma figura emergindo da mata. Era Kikyo.

— Onde está o garoto? — Perguntou Victórya, notando que Kael já não estava mais com Kikyo.

— Ele havia me dito que iria voltar para o mundo real.

Então todas assentiram, e começaram novamente sua caminhada.

Enquanto o grupo continuava sua caminhada pela floresta densa, Kikyo observava Anya com atenção. A jovem princesa estava claramente incomodada com o que havia acontecido na caverna — o encontro com o Errante e a confusão sobre quem ela realmente era. Sua expressão revelava a luta interna. Heather, sempre ao seu lado, mantinha-se calada, talvez sentindo o peso da verdade que ainda não haviam discutido.

Kikyo, com sua postura serena, decidiu que não poderiam prosseguir sem enfrentar o desconhecido dentro de cada uma.

— Meninas, precisamos parar por aqui — anunciou Kikyo, interrompendo a marcha.

Victórya franziu a testa.

— Parar? Estamos perto da saída da floresta.

— Exatamente — respondeu Kikyo, olhando para o céu que já começava a se tingir de tons alaranjados. — Mas antes que avancemos, precisamos estar prontas para o que quer que nos espere além daqui. Não somos apenas viajantes; somos bruxas.

Crystal ajeitou o amuleto em volta do pescoço, intrigada.

— Você quer dizer... Treinamento?

Kikyo assentiu.

— Sim. Há poder em cada uma de vocês, mas não está sendo usado em sua plenitude. Anya, você especialmente, precisa descobrir o que carrega.

Anya engoliu em seco.

— Eu não sei o que sou... Nem como controlar o que sinto.

Kikyo se aproximou, colocando uma mão firme no ombro da jovem princesa.

— Então vamos descobrir juntas.

O grupo se acomodou em uma clareira. O lugar tinha um ar mágico, com árvores tão altas que pareciam tocar o céu e um riacho cristalino que sussurrava suavemente. Kikyo fez questão de preparar cada uma de acordo com suas habilidades.

Victórya, a trosporescente, foi a primeira. Kikyo a desafiou a usar seu poder de metamorfose para camuflar-se na floresta. A jovem sorriu confiante e, em poucos segundos, sua pele começou a adquirir tons que refletiam as árvores e o musgo ao redor. No entanto, manter a transformação exigia concentração, e ela se desfez rapidamente.

— Ainda preciso treinar minha resistência — admitiu Victórya, ofegante.

Kikyo sorriu.

— E você vai conseguir. É preciso paciência.

Crystal, a aquorescente, foi instruída a manipular a água do riacho. Ela estendeu as mãos, e gotas começaram a flutuar, formando pequenas esferas brilhantes. Apesar de elegante, Kikyo percebeu que Crystal hesitava em experimentar formas mais complexas.

— Não tenha medo de errar, Crystal. O controle vem com a prática.

Heather, a candescente, foi a mais explosiva. Com o movimento das mãos, ela conjurou faíscas que logo se transformaram em pequenas chamas dançantes. Mas sua energia parecia descontrolada, e um galho próximo começou a pegar fogo.

— Concentre-se, Heather! — alertou Kikyo, apagando o fogo com um gesto.

Heather bufou, frustrada.

— Estou tentando!

Kikyo balançou a cabeça, firme.

— Não basta tentar. Você precisa se alinhar ao seu próprio calor.

Por fim, chegou a vez de Anya.

— E eu? O que faço? — perguntou ela, incerta.

Kikyo olhou profundamente nos olhos dela.

— Primeiro, precisamos entender o que você é. Concentre-se. Sinta o que está dentro de você.

Anya fechou os olhos, tentando se conectar com suas emoções. Um vento gelado começou a soprar, mas logo foi interrompido por um leve tremor na terra. Ao abrir os olhos, ela viu uma mistura confusa de elementos ao seu redor: folhas que flutuavam, água que congelava parcialmente e pequenos brotos de flores surgindo no chão.

Crystal deu um passo para trás, surpresa.

— Isso não é normal...

Heather cruzou os braços, desconfiada.

— Então é verdade. Ela não é como nós.

Kikyo sorriu, orgulhosa, mas também preocupada.

— Você é híbrida, Anya. Carrega dois poderes que nunca deveriam coexistir: o frio da aquorescência e a vitalidade da fosforescência.

Anya balançou a cabeça, confusa.

— Isso é bom ou ruim?

— Isso é único. E perigoso se não for controlado — respondeu Kikyo. — Precisamos treinar sua conexão com cada elemento, mas levará tempo. Não espere resultados imediatos.

Anya tentou novamente, mas os elementos continuavam a colidir, criando pequenos distúrbios ao redor. Frustrada, ela caiu de joelhos.

— Eu não consigo...

Heather, que observava de longe, finalmente se aproximou.

— Então, não se apresse. Ninguém disse que seria fácil.

As palavras surpreenderam Anya, que olhou para Heather com uma expressão de gratidão contida.

Então, a noite engoliu o céu rapidamente. As garotas se encontram na mesma clareia, agora, com uma fogueira proporcionada por Heather.

— Vou contar uma história a vocês. — Kikyo deu início a sua fala. — Eu quando tinha a idade de vocês, costumava a tentar ensinar magia para meu esposo.

Com todos os olhos atentos nas palavras de Kikyo, Anya não se segurou e interviu. —
Você já foi casada?

— Ele era humano? — Completou Crystal.

— Acalmem-se meninas. — Riu Kikyo. — Sim, eu já fui casada, e sim, ele era um humano.

— Conte-nos mais. — Insistiu Victórya.

— Não, somente quando aprenderem a usar suas magias. — novamente, riu Kikyo.

— Isso é chantagem emocional. — Disse Anya enquanto ria.

— considere como um.. empurrãozinho. Agora, vamos dormir.

Então, todas as garotas se reuniram na clareira, e ali mesmo, adormeceram.

Na manhã seguinte, o grupo retomou a caminhada. O ar estava mais fresco, e o ambiente parecia menos hostil. Após algumas horas, Victórya avistou algo incomum: um arco de pedras coberto por musgo.

— O que é aquilo? — perguntou ela.

Crystal tocou o arco, sentindo uma energia pulsante.

— É mágico.

Ao atravessarem o arco, encontraram um lugar deslumbrante: uma vila escondida em meio à natureza, com casas feitas de madeira e pedra, cachoeiras brilhantes e jardins exuberantes. Havia uma paz tangível ali, como se o lugar tivesse sido protegido do mundo exterior.

Kikyo respirou fundo, maravilhada.

— Este lugar... É perfeito para recomeçarmos.

Heather tocou uma flor que parecia brilhar ao sol.

— É como se estivéssemos sendo esperadas.

Crystal sorriu, algo raro.

— Talvez seja isso. Um lar.

Anya, embora ainda insegura sobre seus poderes, sentiu algo diferente ali.

— Talvez este seja o lugar onde posso descobrir quem sou.

Kikyo concordou.

— E nós vamos ajudá-la, Anya. Juntas, faremos deste lugar nosso santuário.

E assim, o grupo encontrou não apenas um lar, mas também um novo propósito: crescer, aprender e enfrentar juntas o que quer que o futuro trouxesse.


  • Na Literaz, a leitura gratuita é possível graças à exibição de anúncios.
  • Ao continuar lendo, você apoia os autores e a literatura independente.
  • Obrigado por fazer parte dessa jornada!

Deixe um comentário

Você está comentando como visitante.
  • Na Literaz, a leitura gratuita é possível graças à exibição de anúncios.
  • Ao continuar lendo, você apoia os autores e a literatura independente.
  • Obrigado por fazer parte dessa jornada!