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Flores de Gelo: O império caído

Capítulos 39

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Flores de Gelo: O império caído Capitulo 8 - Parte III

A praia estava deserta quando o pequeno barco de Klaus e Finn encalhou na areia. O silêncio era absoluto, exceto pelo som das ondas suaves e o ranger distante do casco de algo destruído. Klaus foi o primeiro a desembarcar, os olhos fixos em um pedaço de madeira desgastada mais adiante.

— É um barco? — perguntou Finn, seguindo-o com cautela.

— Era um barco — respondeu Klaus, examinando os restos. As tábuas estavam quebradas e queimadas nas bordas, como se algo houvesse atacado a embarcação de propósito. Ele franziu a testa. — Isso não foi um acidente.

Finn olhou ao redor, inquieto.

— Este lugar não parece certo.

Klaus ignorou o comentário, seus olhos varrendo a paisagem. Ao norte, a densa floresta parecia esconder algo. Havia uma trilha de pegadas na areia, quase apagadas pelo tempo, mas ainda visíveis o suficiente para indicar uma direção.

— Venha — disse Klaus, seguindo as marcas em direção à floresta.

A caminhada era tensa, com a luz do sol filtrando-se entre as árvores altas. A vegetação se tornava mais densa à medida que avançavam, e o cheiro úmido da floresta misturava- se com algo queimado. Depois de algum tempo, eles encontraram os primeiros sinais: uma cerca destruída, logo depois, uma cascata linda e vivida.

— Isso é realmente lindo! — Comentou Finn.

Klaus beirou-se na cachoeira, e agachado, pôs a mão suavemente na água. Não brilhou como brilhou com Anya, talvez porque Klaus não tinhaagia em si.

Antes que os garotos pudessem pensar mais, um rugido foi emitido.

Com os olhos atentos, Klaus se levantou abruptamente, e logo olhou para Finn.

— Oque foi isso? — Questionou Klaus.

— Pelo rugido só pode ser um.. — Antes que Finn pudesse terminar, o urso cavernoso apareceu. Esse mesmo urso o motivo de Anya ter caído nas águas anteriormente.

— Oque iremos fazer! — Gritou Klaus em desespero.

— Esse tipo de urso odeia água! Vamos para debaixo da cascata. — Comentou Finn, sendo ouvido por Klaus.

Então os garotos correram para debaixo das águas coerentes, abandonando o urso para trás.

Deslizando pelas paredes musguentas, os garotos finalmente entraram embaixo da cascata. Lá tinha um corredor escuro e cavernoso, sendo a única fonte de iluminação a entrada, e uma luz vaga no fim do túnel.

Sem outra opção, os morenos seguiram em frente, sem proferir uma palavra sequer. Mas o silêncio é cortado por Klaus, assim que chegam do outro lado. Parecia ser outro mundo, um lugar encantador, as florestas mais vivas e intensas, as flores, tudo. Mas algo manchava esse cenário mágico. A vila onde Anya deu a sorte de escapar.

— Que tragédia — sussurrou Klaus, com seu coração acelerando.

A vila parecia ter sido engolida pela floresta. As casas eram pequenas e simples, mas

estavam em ruínas. Portas arrancadas, janelas quebradas, marcas de queimaduras nas paredes. O cheiro de cinzas ainda era forte, apesar de o ataque parecer ter acontecido dias atrás.

— Quem viveu aqui? — perguntou Finn, sua voz baixa.

Klaus não respondeu de imediato. Ele caminhou lentamente pela vila, observando cada detalhe. Ele desconfiava de quem tinha vivido ali: Anya.

Em frente a uma casa maior, que parecia ser o centro da vila, Klaus parou. Algo brilhava entre os destroços. Ele se abaixou e pegou o objeto: o colar que deu a princesa partido ao meio. Ele reconheceu imediatamente.

— Anya... — murmurou, apertando o amuleto entre os dedos.

Finn se aproximou, preocupado.

— Ela estava aqui?

— Sim — respondeu Klaus, sua voz grave. — Mas ela se foi.

Ele examinou o amuleto partido. Não era apenas uma lembrança de Anya; era um objeto de proteção. O fato de estar quebrado o enchia de inquietação.

Eles continuaram explorando, e Klaus encontrou mais indícios: marcas de luta, símbolos desenhados às pressas no chão como parte de um ritual, e rastros que levavam para fora da vila.

— Oque são essas marcas? — Questionou Klaus abaixando, tocando na terra.

— São runas antigas, pelo que estudei, são marcas de bruxa.

Klaus levantou rapidamente e fitou o garoto. Julgando sua palavras, Klaus arqueou as sombrancelhas e disse:

— Bruxas? Fala sério, isso não existe. — Respondeu Klaus, continuando sua busca.

No centro da praça, uma mensagem estava gravada em uma pedra alta, como um monumento improvisado. As palavras eram claras e brutais:

"Nós voltaremos.

Finn recuou ao ler, a mão instintivamente indo para a adaga que carregava.

— O que isso significa? Quem são "eles"?

Klaus encarava as palavras, tentando conter a fúria.

— Eu não sei, mas foram eles que destruíram a vila.

Finn o olhou assustado.

— Eles ainda estão aqui?

— Não. — Klaus olhou ao redor, o silêncio ao seu redor parecendo ainda mais opressivo.
— Mas isso foi um aviso. Eles querem que saibam que não acabou.

Enquanto Finn mantinha-se atento, Klaus continuava procurando por algo que indicasse o que havia acontecido com Anya e as outras. Finalmente, ele encontrou um pequeno pedaço de tecido preso em um galho próximo — Um galho quebrado três vezes.

Anya costumava quebrar os galhos exatamente assim, no passado, Klaus apenas observava, mas agora, fazia sentido.

— Elas fugiram — disse Klaus, mais para si mesmo do que para Finn.

— Como você sabe? — perguntou Finn.

Klaus mostrou o galho, e apontou para as pegadas que seguiam para fora da vila, desaparecendo na floresta.

— Anya quebrava assim quando queria avisar que estava pela vila.

— Então elas escaparam?

— Sim. Mas elas estão sendo caçadas.

Finn respirou fundo, o medo visível em seus olhos.

— O que fazemos agora?

Klaus olhou para o horizonte além das árvores. Ele sabia que não podia parar.

— Seguimos os rastros. Anya está viva, e eu vou encontrá-la.

Enquanto se preparavam para deixar a vila, Klaus lançou um último olhar para a mensagem gravada na pedra. Ele sabia que o aviso do inimigo era real. Eles voltariam — e da próxima vez, trariam algo ainda pior.

Mas Klaus jamais poderia imaginar que o inimigo seriam os Mayas, muito menos que o alvo de seu ataque eram bruxas. A magia era pouco conhecida, desacreditada por todos.

A determinação na voz de Rose aqueceu o coração de Luna, mas também trouxe um peso à sua consciência. Ela sabia que estava colocando sua filha em uma posição delicada, mas as circunstâncias exigiam medidas drásticas. Cassandra e sua filha, Anya, eram amadas por muitos no reino, e qualquer tentativa de desonrá-las teria que ser sutil, porém eficaz.

Luna suspirou e colocou as mãos nos ombros de Rose.

— Lembre-se, meu amor, precisamos ser inteligentes. Não se trata de gritar ou brigar. Mostre-se inocente, mas observe e ataque nos momentos certos.

Rose assentiu com um sorriso travesso, e Luna apertou levemente os ombros dela antes de se afastar.

— Vamos — disse Luna, recuperando sua postura de rainha. — Precisamos nos preparar para o jantar de hoje.

Ao caminhar pelos corredores do castelo, Luna analisava seus próximos passos. Arthur já começava a demonstrar dúvidas sobre a aliança com Cassandra, mas isso não era suficiente. Ele precisava ter certeza de que Cassandra não era digna de confiança, e Rose seria a peça perfeita para isso.

Enquanto isso, Rose já começava a imaginar como colocaria o plano em ação. Ela era uma criança, mas sabia exatamente como usar sua aparência angelical para manipular as situações a seu favor.

Luna, por sua vez, caminhava com a mente focada no objetivo. Se Peter não se casasse com Anya, não apenas o nome de Cassandra seria manchado, mas o futuro de Azuris também estaria protegido.

— Não podemos falhar — sussurrou para si mesma enquanto os portões da sala de jantar se abriam, revelando uma nova rodada de intrigas à espera.


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