
As Golpistas Epílogo
5 anos depois.
Minhas mãos agarravam com firmeza os lençóis brancos. Meu corpo nu estava arqueado, gotas de suor brotando nele conforme o prazer aumentava. Então quando estava perto do meu auge, Lisa tirou sua língua de mim.
— Porra, Lalisa! — Reclamei em alto e bom som.
A filha da puta ainda teve audácia de rir. Mas ao invés de voltar a praticar as saliências, ela se levantou e ficou me encarando. Porra, aquele olhar era fatal. Sorte que estou deitada, caso contrário precisaria de uma cadeira.
Com uma calma desnecessária, Lisa começou a tirar peça por peça, seu corpo malhado aparecendo sua pele alva, a qual eu lamberia cada centímetro. Suas madeixas se soltaram do coque mal feito, caindo como cascata castanha, cor que ela usava agora.
Minha boca secou diante visão de seus mamilos túmidos, uma sede de tomá-los para mim. Suas coxas definidas mostravam os músculos tensionados, enquanto ela caminha em direção à cama.
Sinto cada gota de meu corpo ser evaporada, com seu olhar marcante e sedento por mim. Sua língua umedeceu seus lábios, e tal qual um predador, seu corpo se esgueirou para mais perto, fazendo o calor aumentar consideravelmente, ainda mais no meu rabo.
O inferno sentia inveja tamanho ardor que minha pele sentiu ao toque de Lisa. Seu corpo dedilhava minhas curvas, incendiando tudo que tocava. Formigamento tomava parte de mim, meu ventre sentindo cada vez mais a umidade.
Então seus lábios tocaram meu pescoço e seu corpo subiu ao meu. Arqueei meu corpo em busca de mais contato, para saciar minha fome e desejo de Lisa. Minhas unhas arranharam suas omoplatas, um gemido harmonioso escapou de sua boca.
— Te quero, Lisa.
Não se fazendo de rogada, Lisa alcançou minha boca, esmagando-a com a sua. Suas mãos pegaram as minhas, as prendendo em cima de minha cabeça e deixei. Me deixei a estar a mercê de sua ferocidade.
A batalha do beijo era úmida, lascivo, nossas línguas estavam em volúpia. Um tremor percorreu por meu interior e nada mais importava além daquela mulher sentando em meu ventre.
Arfei quando senti sua buceta encostar na minha, aumentando meus gemidos sôfregos. Sentia uma liga de saliva sair de nossos lábios, agora desconexos, acompanhando o levantar de seu tronco. Com pequenas reboladas, Lisa friccionava nossos sexos, causando ondas de êxtase.
Com uma mão apenas segurando minhas mãos, Lisa guiava a outra para minha perna, a abrindo e arqueando, ajustando assim o encaixe de nossos clitóris.
O movimento cadenciado era torturante, mas o deleite era maior. Nossos corpos se moviam em direções opostas, causando um novo tsunami entre minhas pernas.
— Porra, isso é gostoso demais. — Lisa disse.
Seu som rouco chegou em meus tímpanos, causando uma necessidade de aumentar nossa velocidade. E assim fiz, sentindo todas minhas forças chegarem ao limite, mas nem satanás em pessoa me tiraria daqui.
Quando Lisa soltou minhas mãos e prendeu meu pescoço, não aguentei e desmanchei em júbilo. Soltando todas as amarras de meu corpo, me joguei no colchão, sentindo Lisa cair por cima de mim.
— Porra, isso foi do caralho. — Ela disse.
— Bom dia, amor. — Beijei seus lábios, ainda sentindo resquícios de meu gosto.
— Bom dia, minha vida. — E que bom dia, senhores e senhoras. — Vamos tomar um banho? Precisamos pegar o barco e levar as crianças para a escola.
Bem, o que posso dizer sobre como estamos agora? Nos mudamos há mais ou menos quatro anos. Precisamos ficar um tempo em solo americano, distribuir as notas que roubamos, derreter o ouro, queimar os arquivos.
Nos mudamos para Anafi, uma pequena ilha da Grécia. Compramos uma boa casa — mansão, na verdade. Temos nosso próprio barco e, obviamente, não trabalhamos. Faça-me o favor, sou rica, queridos, jamais voltarei a trabalhar.
Nossa mansão é bem no estilo grego, branca, com cúpula azul. São três andares, uma piscina quase olímpica e um jardim imenso. Temos até casa na árvore, que Lisa, Jisoo e Rosé construíram. Sim, elas são nossas vizinhas. Não, eu não ajudei a construir — tenho cara de Bob Construtor?
Nossos filhos estudam em um colégio ótimo em uma ilha aqui perto, Santorini. Sabe qual é? Não? Google está aí, filhote, use e abuse. Enfim, quase sinto uma vibe Elite Way School, quase fazendo com que eu quisesse voltar a estudar e ser Mia Colucci, ainda mais que agora tenho o patrimônio dela.
Jisoo, Rosé e Lisa não correm mais com carros, agora a onda é Jet-Sky. As idiotas apostam entre si, e muitas vezes não são nem dinheiro e sim idiotices como saírem da ilha e usarem pijamas enquanto isso.
Enquanto Lisa acorda as crianças, que dormem no segundo andar, desço as escadas para preparar o café. Minha mão desliza pelo corrimão de madeira ipê, avermelhada, combinando com a escada creme.
Nossa cozinha é toda em prata, com uma bancada no meio, onde tomamos nosso desjejum. O mármore Nero Marquina reluzia, convidando a tomar uma boa xícara de café. Um buquê de rosas-vermelhas estava no centro, dando cor ao ambiente.
Enquanto preparo a comida, sinto um abraço em minha cintura e outro par de braços em meu pescoço. O cheiro característico de morango ainda estava impregnado ao corpo de Aime, enquanto meu menino cheirava a loção pós-barba (que ele usava sem ter, de fato, uma barba).
— Bom dia, meus filhos — disse, virando para beijar o rosto de cada um.
— Mãe, a senhora não sabe… — Aime me conta, olhando para cima, ainda enlaçado à minha cintura.
— Para, Me. Não é nada — Léo resmungou, soltando meus ombros. Ele tinha 12 anos e já estava mais alto que eu.
— É, sim, mãe, você não sabe!
— Aime, não envergonhe seu irmão — Lisa apareceu, usando apenas um robe preto.
Acabei rindo, pois já imaginava o que minha pequena queria contar. Mas como sou uma excelente mãe, irei instigar a fofoca, pois sei que isso aborrece Lisa. Claro, é puro ciúmes, mas é engraçado ver o bico que seus lábios deliciosos formam.
Enquanto cada um se senta à mesa, coloco o jogo americano em seus lugares, e então os pratos, copos e talheres. Você deve se perguntar: mas a Lisa não faz nada? Faz sim — ela lava a louça. E faço questão de sujar qualquer coisa só para fazê-la resmungar o quanto sou bagunceira.
— Aime, não é legal caçoar dos outros — adverti. — Mas somos família, e família não tem segredos.
Claro que eu daria um jeito de fazer a vida de Lisa nada entediante. O que mais amava era arrumar uma maneira de discutirmos e logo fazermos sexo de reconciliação. Aquele corpo me pertencia, e o anel em seu anelar dizia isso para todos.
— Léo está gostando de um menino. Petros Kouris. Ele é loiro, tem olhos verdes e é mais velho.
— Um ano. Um ano mais velho — Léo corrigiu, cruzando os braços e fazendo bico.
— E já disse que ele é novo demais para namorar — Lisa retrucou, também emburrada.
Passamos o café da manhã zoando Léo até que o casal vizinho chegou, o que só aumentou o caos. Lisa foi para a sacada da cozinha, como sempre fazia quando algo a incomodava. E logo tratei de segui-la.
— Você sabe que eles estão crescendo, não sabe? — perguntei, abraçando-a por trás.
— Isso não quer dizer que eu concorde com isso — ela respondeu, a voz embargada.
— Querida, é o processo da vida — murmurei, deitando minha cabeça em suas costas. — Uma hora seremos apenas eu e você aqui.
— Só queria que o tempo parasse — ela resmungou, com os olhos marejados.
Lisa nunca gostou de despedidas. A ideia de perder momentos com as crianças doía mais do que qualquer cicatriz do passado. E ali, na varanda ensolarada da nossa casa, ela só queria congelar o tempo. O que era irônico, vindo de alguém que já tinha vivido uma vida tão intensa. Mas esse era o ponto: o que mais Lisa desejava agora era paz. Não o silêncio, mas a permanência. O cotidiano. O café da manhã em família. As piadas ruins. Os beijos roubados na varanda. Nada mais de corridas, tiros ou fugas. Só a eternidade de uma manhã simples.
Também não trocaria esses momentos por nada. Sofremos demais em nosso passado, apenas queremos sentir o frescor que um novo amanhã nos proporciona e envelhecer dançando na luz do luar, apenas nós duas.
— Deixe o tempo passar, amor — respondi, com a voz abafada. — Mas tenha certeza que ele pode até acabar... e uma coisa jamais irá mudar.
Senti Lisa girar o corpo e ficar de frente para mim. Seus olhos chocolate demonstravam emoção, e seu sorriso resplandecente me cegava. A maldita covinha estava ali, convidando meus lábios a tocá-la.
Suas mãos foram para minha cintura, trazendo-me para mais perto. Seu corpo descansou no parapeito, e Lisa abriu as pernas, me encaixando entre elas. Não importa se estávamos há seis anos juntas — meu coração ainda disparava por ela.
— E o que jamais mudará, Jennie Kim-Manoban? — Sua voz aveludada causou um arrepio em minha estrutura.
— Nosso amor — respondi, meus olhos transmitindo tudo o que sentia. — Ele nunca irá mudar.
Abaixando a cabeça, Lisa selou nossos lábios. Novamente nossos mindinhos se enroscaram e fizeram a promessa silenciosa: jamais trocaria minha ladra por ninguém. Apenas ela roubou — e sempre roubará — meu coração.
Indíce
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