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As Golpistas- O primeiro Encontro

As Golpistas

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As Golpistas O primeiro encontro

 Sabe quando bate aquela insegurança sobre a roupa que você está usando, se ela favorece ou não você? Pois eu não sei. Estou tão gostosa quanto um prato de batata frita e uma torre de chopp, em uma sexta-feira à noite.

Sou pobre, mas não sou otária, sempre compro roupas que sei que ficariam me fazendo parecer mais gostosa do que sou. Usava um vestido preto, com uma fenda em minha coxa esquerda, um salto alto preto e meu cabelo estava liso e solto. Hollywood, você já tem sua próxima grande descoberta.

Finalizo com um batom vermelho matte, vai que ela queira beijar minha boca, né? Coloco um perfume suave no pescoço, pulsos e nuca. Além de linda e gostosa, sou cheirosa. Um baita partido.

Quando Deus me fez, ele caprichou em lindeza. Deveria ser proibido ser linda assim. Não, porque a Lisa seria presa e não quero isso. Mulher de bandida? Sim. Mulher de presidiária? Nunca.

Vejo que quase é o horário do encontro e começo a ficar nervosa. Sim, não é meu primeiro encontro com ela. Sim, já beijei aquela boca divina. Sim, já até dormimos juntas? Então qual meu nervosismo? Talvez seja porque é a Lisa.

Aquela mulher maravilhosa, gostosa, cheirosa, ladra, bandida, ladrona de corações. E acho bom que o meu tenha sido o último. Possessiva? Jamais. Somente sou egoísta. E nem venha me falar de Josh.

Quando faltava somente cinco minutos para às 20, escuto minha porta bater. Aliso meu cabelo e jogo um beijo para meu reflexo do espelho. Vai que é tua, gostosa. Arrasa essa noite e enlaça essa mulher para você.

Abro a porta e fico emudecida. Lisa está usando um terno cinza, com os botões abertos, expondo o cropped preto que está usando. Suas pernas delgadas ficaram atrativas com a calça social e um scarpin preto estava em seus pés. Suas madeixas estavam soltas e um brinco era perceptivo através de seus cabelos. MAS NEM QUE A GRAVIDADE ACABASSE EU SAIA DE CIMA!

Ela me olhava de cima para baixo e sua boca abriu. Gostei, pode babar até. Me aproximo dela e fecho sua boca, fazendo-a olhar em meus olhos. Roubei um selinho demorado e quando ela estava prestes a aprofundar, me afastei.

— Vamos? — Perguntei.

— Você está linda, Jennie. — Seu olhar percorria pelo meu corpo e senti a luxúria nublar seus olhos. ISSO!

— Obrigada. E você está deliciosa. — Respondo, olhando-a de baixo para cima.

Ela ofereceu seu braço e me encaminhou até seu Jeep. Abriu a porta para mim, beijando as costas de minha mão, antes de me deixar entrar. Fico tímida perante seu ato e sinto lagartas em meu estômago. Mas, Jennie, não são borboletas? O estômago é meu e estou sentindo lagartas, me deixe.

Ela deu a volta e entrou. Seu perfume amadeirado tomou conta do carro e tudo que fazia era me embriagar com ele. Poderia passar anos e esse cheiro seria o meu segundo favorito, pois o primeiro é de Aime.

— Obrigada por aceitar sair comigo. — Ela disse, enlaçando nossos dedos, enquanto dirigia com somente uma mão.

— Lisa, você me trata bem, é carinhosa e beija bem. Por que eu não sairia com você?

— Porque eu te roubei e fiz você perder seu emprego.

— Você tem ótimos pontos. — E verdadeiros também. — Mas você compensou depois.

— Espero que continue compensando. — Ela diz, sorrindo para mim.

Ai, essa covinha, não faz isso, Lisa. Não me olhe com esse afeto, não me trate com preciosidade, não me faça me apaixonar ainda mais. É covarde demais fazer isso comigo, por mais que eu goste.

— Aonde iremos? — Estou curiosa.

— Segredo. — Ela diz, piscando para mim.

Essa mulher ainda vai me matar. No momento, de tesão, mas quem sabe de amor também? Espero que essa noite ela me pegue de jeito e mostre para mim com quantos paus se faz uma canoa. Mas sem a parte dos paus, ela não tem mesmo. Ou será que tem?

Jennie, pare de ser tarada. Nunca! Ela quer ser romântica com você. Então ela que seja na cama também. Quer saber? Desisto.

Olho para a paisagem e vejo que estamos no centro da cidade. Mais especificamente onde os ricos comem. Fico feliz e triste. Feliz porque ela está se esforçando e está me levando para um lugar bom. Triste porque rico come pouco, os pratos são pequenos e não matam a fome.

Vejo ela encostando em um hotel e um manobrista vir pegar as chaves. Lisa enlaça meu braço e segue para o hall de entrada. O hotel é gigante e bonito. Pilares brancos se erguem e o saguão é minimalista. Há algumas plantas enormes e sofás com mesinhas ao redor.

A recepcionista fica em um balcão de mármore branco e ao seu lado, mensageiros aguardam malas para serem despachadas. Todos usam uniformes brancos e elegantes. E usavam luvas também. Que exagero.

Lisa segue para o restaurante, onde ela diz seu nome e a recepcionista do local nos conduz. Há várias mesas, todas em detalhes dourados e luzes amarelas baixas, causando um ambiente reservado. Há um balcão com barista, onde há cadeiras individuais e também inúmeras bebidas expostas.

Seguimos para uma área perto das janelas, onde havia a vista para a parte da piscina do hotel. Elas continham vidro fumê, que nos dava visão de fora, mas não nos viam, dando privacidade para os clientes do restaurante.

— Boa noite, senhoras. — Um garçom apareceu. — Vou deixar nosso cardápio e logo voltarei para atendê-las. Desejam beber algo enquanto isso?

— Sim, um Sauvignon Blanc, por favor. — Lisa respondeu.

— Preferência de rolha?

— Safra de 2018, por favor.

O garçom concordou e respondeu que já voltaria com o vinho e as taças.

— Hum, quer dizer que você entende de vinhos? — Perguntei, interessada na resposta.

— Digamos que sei apreciar uma boa garrafa.

— Espero que não seja a única coisa que você aprecie essa noite. — Soltei

— Pode ter certeza que irei me aproveitar da refeição que irei fazer. — Ela respondeu.

Se ela não tivesse dado aquele sorriso safado, estaria bem encrencada. Mal espero ser sua refeição. Vá, Lisa, pode comer à vontade, de lambuzar seus lábios e querer repetir sempre que tiver fome. Ai, credo, que delícia.

— Já sabem o que pedir, senhoras? — O garçom reapareceu.

— Sim, vamos querer dois talharins ao molho pesto e de proteína salmão grelhado, por favor.

O homem anotou em seu tablet e se retirou. Eu não entendi nada do que ela pediu, mas acatei. O garçom havia deixado a garrafa aberta, mas Lisa quis nos servir. Ela colocou o líquido em minha taça e beberiquei, sentindo o sabor ácido descendo pela minha garganta.

— Boa escolha, Lisa. Mas sei de uma maneira que faria esse vinho ficar melhor.

— E como seria? — Ela levantou uma sobrancelha.

— Bebendo de sua boca.

Vi a mesma engolindo seco. Seus olhos capturavam meu movimento lento, de levar a taça em meus lábios. Vi desejo queimando em seu olhar e propositalmente deixei uma gota escapar pelo lado, usando a língua para enxugar.

— Você está brincando com fogo, Kim. — Seu rosto sério me fitava.

— Então vamos ver quem irá se queimar primeiro, Manoban.

Disse como se apenas ela estivesse se aproveitando. E quero que pense mesmo e me conquiste ainda mais. Que faça valer a pena essa corrida na garoa e no fim dessa noite, ela me reivindique como sua pela primeira vez.

Logo o garçom chegou e serviu nosso prato. Estava tudo uma delícia e a porção estava proporcional com minha fome. Não fiquei tão cheia e nem com tanta fome. Mas o que desceu melhor, foi o vinho.

Lisa, quando viu que gostei, pediu mais uma garrafa e agora estávamos apenas bebericando enquanto conversávamos. O problema é que, por mais que eu amasse estar conversando, eu queria ação.

Então resolvi criar o clima. Muito lentamente, levei meu pé para sua perna, roçando na calça e levantando. Lisa arregalou os olhos e quase se engasgou com o vinho.

— Jennie. — Ela sussurrou. — Estamos em público.

— E o que está esperando para me levar para o privado? — Perguntei, girando a taça e falando roucamente.

Lisa sinalizou e pagou a conta. Ela se levantou e pegou em meu braço, me guiando para o elevador. Seu pé batia rapidamente enquanto aguardava a caixa metálica e quando ela abriu, me jogou para dentro.

Quando as portas se fecharam, ela apertou o botão de número 25 e me empurrou contra a parede. E nessa hora eu descobri o que é ir de arrasta. Prensando minhas costas e colocando seu joelho entre minhas pernas, ela me beijou.

Seu beijo era violento, bruto, desejoso. Sua língua dominava a minha e os estalos estavam altos. Suas mãos pegavam em minha cintura com força e as minhas foram para sua nuca, puxando seus fios e sua cabeça para mim.

Eu havia provocado o fogo e agora iria me queimar.

 


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