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As Golpistas- O dia após a corrida

As Golpistas

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As Golpistas O dia após a corrida

Acordo com leves carinhos em minha cabeça. Pequenos beijos são depositados em meu rosto e duas mãos me abraçam por trás. Se é assim que Lisa me acordaria diariamente, eu aceito. Pai, sua filha está pronta.

Deixo meu pescoço mais amostra, para que ela pudesse enchê-lo de selares. Manhosamente, abro os olhos e inspiro fundo, me afundando em seu corpo quente. Seu rosto cola ao meu, fazendo um carinho tão suave que quase ronrono.

— Bom dia, dorminhoca. — Sua voz suave faz meus pelos se arrepiarem. — Vem, o café está pronto.

Levanto me espreguiçando e sinto meus ossos estalarem. Olho para a Lisa, pois ela estava emudecida. Seu olhar estava em minhas pernas expostas e vejo sua bochecha ficar rosada. Isso mesmo, sou uma puta gostosa, pode admirar que não caí pedaço.

— Não vamos comer? — Digo, fingindo ser dissimulada. Muito bem, Manoban, olhe para mim e apenas para mim.

— S-sim. — Ela gagueja e levanta.

Sorriu e solto uma piscadela. Ela solta um pigarro e vai na frente. Olho sua traseira e dou glória. Sou gostosa, mas Lisa entrou na fila da gostosura duas vezes. Aquele traseiro no short de cetim deveria ser considerado atentado ao pudor.

Suas pernas são definidas e vejo o movimento de suas omoplatas e percebo os músculos bem trabalhados. Junte isso ao seu tanquinho e seu rosto e vá de falência cardíaca. Sou muito gado por essa garota.

Chegamos na cozinha e pasme: tudo branco. Sua cozinha é simples, com uma mesa de quatro cadeiras, um armário fechado e outro exposto, onde havia seus utensílios. Outro armário continha um forno e um micro-ondas. Simples e funcional.

A mesa estava com frutas, pães, panquecas e torradas. Um cheiro de café inalava no ar e um suco laranja estava na mesa. Havia compotas de geleias, manteiga e queijo. Um verdadeiro banquete.

— Não sabia o que iria gostar, então fiz meio que tudo. — Ela diz, enquanto coça a nuca.

— Está tudo perfeito, Lisa.

Acabo indo ao seu encontro, e a abraço por trás, encaixando minha cabeça em seu ombro.

— Obrigada por cuidar de mim.

— Eu quem agradeço por me permitir, boneca. Agora vem comer, temos um longo dia pela frente.

Sento na mesa e começo me servindo com as torradas. Adoro com geleia de uva e um café com leite bem quentinho. Minhas papilas gustativas fazem festa quando dou a primeira mordida e não seguro o suspiro que escapa de meus lábios.

— Aonde iremos? — Pergunto, com muita curiosidade.

— Primeiro temos algumas compras e logo após uma entrega.

— Compras? — Me animo, amo comprar.

— Sim, mas não será para nós. — Ela diz, sorrindo. — Agora termine de comer e vamos nos trocar. As meninas já chegarão.

Quando estamos devidamente prontas, fomos para sala. No caso, eu, porque Lisa já estava sentada me aguardando. Ela estava usando uma calça cargo preta, uma camiseta preta e um tênis branco. Em sua cabeça estava uma touca caqui. Linda demais.

Sentei em seu colo, com minhas pernas rodeando sua cintura e descansei minhas mãos em seus ombros. Seus olhos hipnotizantes me olharam com ternura e senti minha alma derretendo.

— Oi, — Sussurrei para ela.

— Oi, boneca. Vem sempre aqui? — Ela perguntou, sorrindo.

— Só quando quero dar uns amassos em uma certa gostosa. — Digo, maliciosamente.

— E está esperando o quê? — Ela sussurrou também.

Após seu pedido, ataquei seus lábios macios. Sua língua se conectou com a minha e suas mãos pousaram em minhas nádegas. Levantei um pouco meu corpo, para beijar melhor e um aperto suave ocorreu em meu traseiro.

Virava minha cabeça, mudando o angulo do beijo e respirando nessas cortadas de contato. Sentia o formigamento de meu ventre aumentar, e com isso segurei em seus cabelos, puxando-os veemente.

Suas mãos ganhavam mais firmeza e adentraram em minha saia, fazendo que um gemido escapasse de mim. Sentia meu peito arder em busca de ar, mas não encerraria aquele amasso.

Sua mão dedilhou a ponta da minha calcinha e arfei com o contato. Segurei seu cabelo fazendo um nó em minhas mãos, e puxei sua cabeça para trás. Minha boca desgrudou da sua e desci meus lábios para seu pescoço, onde beijei e mordi com vontade.

— Jen... as meninas. — Ela arfava.

— Cala a boca e aproveite. — Disse, soltando seus fios e descendo minha mão para seus seios.

Um gemido saiu de sua boca e quando ela estava preste a invadir minha peça úmida e dar um alívio, uma buzina alta tocou, fazendo com que eu pulasse de seu colo. Merda, eu estava quase conseguindo.

Bufando, alinho minha roupa e olho para Lisa. Ela estava de boca aberta, olhando para mim com desejo. Tive que rir de sua expressão e dei um tapinha em seu ombro.

— Temos compras para a fazer, venha.

Lisa chacoalhou a cabeça e sorriu. Levantou devagar e alisou sua roupa. Estendeu sua mão para que eu pudesse pegar e nos levou para fora. Uma Hilux de cabine dupla estava estacionada. Sua cor preta reluzia no Sol. Quantos carros elas têm?

— Quantos carros vocês têm? — Pergunto abismada.

— Alguns. — Ela disse dando de ombro.

Gente, essa vida de crime compensa. Elas têm vários carros, casas bonitas, roupas maravilhosas. Aceito ser mulher de criminosa. Honestamente, não estou vendo nada de errado em viver uma vida mimada.

— 'Vambora', suas gays. Temos muita coisa para fazer. — Jisoo gritou.

Entrei naquele carro enorme e me senti uma fodona. Dessa vez quem estava dirigindo era Jisoo e Rosé estava no carona. Será que irá chover? Se sim, espero que esse suéter aguente. Ele é branco e combina perfeitamente com minha saia de pregas preta.

— Então, Lalisa Manoban, quais são suas intenções para com minha prima? — Jisoo perguntou seriamente.

— O quê? — Lisa perguntou, confusa.

Eu não sabia se ria ou se chorava. Acabei optando por gargalhar em ver sua expressão.

— E aí? O que pretende fazer?

— Como assim, Chu? — Sua cara de espanto me dava vontade de rir.

— Minha prima é uma mulher decente e com filha. Não pode namorar uma vagabunda.

— Cala a boca que a conheci antes de você. — Lisa diz, mostrando a língua para Jisoo.

— Mas a prima é minha, e outra: somos amigas desde a infância. Então cala a boca já morreu e quem manda na minha boca sou eu. — Ela retrucou.

— Mas você nem lembrava dela. Pois digo: vaca amarela, cagou na panela, três mexeu e quatro comeu. Quem falar primeiro come tudo a bosta dela. — Lisa disse, cruzando os braços e fazendo bico.

Sério que eu estava saindo com a quinta série?

Pois acredito que sim, porque a viagem foi em silêncio total. Ah, Jennie, por que você não falou? Eu lá queria comer merda de vaca? Jamais. O importante é que chegamos no centro, em uma loja de eletrônicos.

As meninas desceram e as acompanhei. Jisoo entrou e começou a analisar os modelos e logo uma atendente apareceu. Ela usava uniforme e um coque frouxo. Logo começaram a falar de configurações e Jisoo deu seu veredito.

— Queremos 10, pagamento à vista.

A atendente arregalou o olho, mas saiu em busca de mais pessoas para pegar os computadores. Ajudamos a colocar na caminhonete enquanto Lisa pagava. Após tudo guardado, seguimos para mais uma loja.

Dessa vez fomos para uma feira de frutas, onde as meninas passavam pelos vendedores e pediam os legumes em abundância e eles somente colocavam no espaço limitado da traseira.

— Faltam somente os brinquedos e poderemos partir. Mas antes vamos almoçar. — Rosé apontou para um restaurante.

Senti fome ao lembrar que comida existia e logo fomos para o local. Era um restaurante simples, que servia comidas (ah jura, Jennie?) como massas e carnes. Logo pedi uma soda gelada e raspei o prato.

Depois que Lisa pagou a conta, fomos para a loja de brinquedos. As meninas compravam tantos brinquedos que pediram para entregar. Como fiquei analisando os brinquedos, não fiquei junto.

Parei em frente ao um urso enorme. Ele era branco, com olhos pretos e uma gravata vermelha. Seus pés eram fofos e sentia cheiro de talco vindo dele. Sempre foi meu sonho ter um desses.

Senti Lisa me abraçar por trás e escorrei minha cabeça em seu tronco. Suas mãos abraçaram meu abdômen e eu abracei seus braços. Ela inalou meu perfume em meu pescoço e meus pelos arrepiaram.

— Você gostou dele? — Ela perguntou simplista.

Concordei com a cabeça e fiquei admirando a pelúcia. Lisa desvinculou-se de mim e beijou minha têmpora, dizendo que já voltava. Olhei sua silhueta diminuir e voltei a tocar no urso.

Lisa soltou um pigarro e quando viro, encontro-a com um urso idêntico nas mãos. Ela sorria e entregou para mim. Aquele urso tinha quase minha altura e ela estava dando para mim.

— Lisa, o que é isso? — Perguntei, eufórica.

— Um presente para você. — Ela diz, simplesmente.

Coloco o urso no chão e a encho de beijos e a abraço apertado. Lágrimas de alegria caem de meus olhos e só consigo sorrir. Um pequeno gesto fez com que me sentisse uma pessoa amada e querida.

— Se as duas boiolas já terminaram, precisamos ir. — Jisoo diz, cortando nosso clima.

— E para onde iremos? — Digo, ainda agarrada em Lisa.

— Vamos para o Orfanato Saint Lucia. — Ela diz. — Vamos para meu passado.

 


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