As Golpistas Minha primeira corrida
Seguimos cada vez mais para o leste. Há poucos carros nessa área, e as luzes são cada vez menos frequentes. Entramos em uma estrada de chão, logo senti que perderia meus rins. Lisa está me sequestrando e levando-me para um galpão, para tirar meus órgãos e vender. É isso, aqui jaz Jennie. Morreu nova, sem nada para deixar de herança. Por favor, coloquem em meu jazigo: Aguentou foi muito. Quando minhas esperanças de sair viva acaba, começo a ouvir as janelas tremerem com um som. Uma música indecifrável toca no ar, e luzes podem ser vistas nessa escuridão. Como se isso fosse combustível, Rosie acelera, fazendo-me ir um pouco para trás. As meninas aumentaram o volume do som, cantando alto, trazendo ainda mais alegria no carro. Logo uma multidão foi vista, carros de todas as cores e modelos estavam ali. Mulheres e homens cantavam a música que tocava, com bebidas nas mãos. Rosie deu a volta e encostou em uma estrada, alinhando-se com outros carros. — OLHA SÓ QUEM CHEGOU!-Uma garota ruiva disse, com uma franja em seu rosto. Ela usava um top preto, com uma alça só e um short jeans curto. Seu cabelo estava liso e ela andava de salto alto. Debruçou-se como podia na janela de Lisa e isso alertou-me de uma proximidade. — Minnie, chegamos. Fecha as apostas e dê inicio. Acenando positivamente, ela saiu. Jisoo também sai do carro, indo em direção ao porta-malas. Um galão aparece em suas mãos e ela abre o compartimento de gasolina, colocando o líquido grosso. Ela entra assim que finaliza e fecha a porta. Nesse momento a música foi desligada e as meninas colocaram o cinto extra. Lisa virou-se para mim e apertou ainda mais os meus, fazendo o X ser quase sufocante. — Preste atenção. -Ela olhou direto em meus olhos.- Em hipótese nenhuma solte as fivelas. Segure a alça de segurança com força. Os trincos do carro irão ser fechados e jamais tente abrir a porta a não ser que eu peça. Quer um capacete? — Capacete para andar no carro?-Questiono, meio perdida nos acontecimentos. — Para sua segurança. Quando olho, Jisoo e Rosé tiraram um capacete do cu e cada uma está usando um. Lisa aponta para meus pés e ali tem um escondido embaixo do banco. Como não consigo mexer-me, ela pega e entrega para mim. Ela pega o dela e coloca na cabeça. Uma batida no vidro do motorista chama nossa atenção. Rosé abaixa o vidro e um rapaz fala alto. — Olá, meninas. Prontas para comer meu carbono? Ele é loiro, com cabelo liso e escorrido. Seus olhos verdes repararam em mim, e um sorriso malicioso brotou em seus lábios. — Peso a mais? Dará conta, Roseanne? Ela apenas levantou o dedo do meio e fechou o vidro. Ele foi até seu carro, um Mustang verde feio, e logo mais aquela menina anterior foi para o meio da pista. Carros rugiram seus motores e Rosie fez o mesmo. PUTA.QUE.PARIU. EU.VOU.PARTICIPAR.DE.UM. RACHA! Minnie , que estava no meio da pista, levantou uma pistola e atirou. No momento seguinte, meu corpo foi arrematado para trás. PUTA MERDA , EU VOU MORRER, VOU MORRER E VOU MORRER ESMAGADA! Rosie pisava fundo no acelerador e as imagens borradas passavam pelas janelas. Sentia a potência do motor e o solavanco do carro, que me jogava pelos lados. Agradeço mentalmente por Lisa me prender com força. Andamos quicando por um tempo, e de repente a suavidade tocou meu corpo. Olhei para fora e estávamos no asfalto. Rosie aumentou ainda mais a velocidade, ultrapassando alguns carros. Mas o Mustang ainda estava na frente.Logo um fogo verde apareceu na parte de trás de seus escapamentos de ar sua distância aumento. — VAI ROSÉÉÉÉÉ!Lisa gritou. Apertando um botão azul, Rosie impulsionou o carro para frente. Logo, olhei para trás e percebi que havíamos ganhado uma vantagem sobre os outros. Rosie dirigia como uma louca e logo chegamos na cidade. As ruas ficaram claras e haviam carros na estrada. Sinto meu corpo gelar, mas Rosie trocava as marchas e costurava o trânsito, sempre seguindo o Mustang. Logo a sirene da polícia foi ouvida e isso a fez apertar o botão laranja. Sinto algo chacoalhar e cair, logo olho para trás e vejo pequenas redes e carros deslizando com pneus furados. Um pequeno rádio, que havia passado despercebido, chiou. — Q.A.P. PORCOS SEGUINDO. PASSAGEM PELO TÚNEL NORTE. Assim que as palavras foram ditas, Rose puxou o freio de mão e virou para a esquerda. Agarrei a alça de segurança para ganhar estabilidade e quase bati a cabeça contra o vidro. Obrigada, capacete. Acabou que foi muito útil. — VAI, BEBÊÊÊÊ!!!!-Jisoo gritou. Rosie passa raspando nos carros, virando para esquerda e direita. Ela entra na pista de contramão e quase bate em um Mercedes. Logo o freio é puxado de novo, e ela gira para a direita. Consigo ver o Mustang verde, e mais chamas verdes saindo de seu escapamento. Ele aumenta a distância, mas logo Rosie pisa fundo e começa a chegar mais perto. Consigo ver um túnel logo mais a frente e escuto a polícia se aproximando. Rosie costura bruscamente entre os carros, fazendo alguns baterem uns nos outros. E eu estou amando todo esse caos. Entramos no túnel, escurecendo dentro do veículo. Rosie apertou um botão preto e quando olho para trás, há um líquido preto escorrendo. Carros perdem o controle e derrapam na pista. Quando estávamos no meio, tanto nós quanto o Mustang viramos bruscamente, para uma entrada escondida no meio do túnel escuro. Rosie dirige em uma completa escuridão, guiando com destreza. Encostamos no carro inimigo e colamos com ele. Eu sinto a fúria do motor, o ar cortando o carro, mas tudo isso era deixado para trás. Mais uma vez o Mustang fica em nossa frente, com mais fogo verde saindo. Vejo Rosie deslizar seu dedo para o led verde, mas Jisoo segura e faz não com a cabeça. Vejo o início de uma claridade chegar e logo saímos da escuridão. Há pequenas luzes alaranjadas que indicava o caminho na estrada mas éramos apenas nós dois correndo na pista. A adrenalina em meu sangue faz com que eu grite para que Rosie acelere, e observo ela trocar as marchas e correr ainda mais. A estrada se torna brusca novamente, chacoalhando nossos corpos e consigo ver que a distância entre os carros diminui novamente. Logo uma música é audível e Jisoo grita com Rosé: — AGORA, BABE!!! Rosé apertou o botão verde com força e fui jogada para trás. Sentia o motor ranger, o acelerador dar tudo de si e as pessoas aparecendo em nossa visão. Em questão de segundos, passamos o Mustang e cruzamos uma linha amarela, garantindo nossa vitória . Rosie puxa o freio de mão e gira o volante, fazendo cavalo de pau. O carro levantou momentaneamente, como se fosse capotar, mas baixou com força. Meu coração está disparado. Sinto a energia percorrer minhas veias e a adrenalina fazer minhas pupilas dilatarem. Meu corpo treme e sinto minhas pernas falharem. As emoções sentidas nessa corrida jamais transpassaram em mim. A sensação de quase morte, o perigo iminente, a polícia atrás de mim. Puta que pariu, eu faria de novo. Lisa tira o capacete e percebo que estamos só nós duas dentro do carro.Retirando o meu delicadamente, ajeitando minhas mechas. Soltou meu corpo dos cintos e quase caí para frente. Ela se retira do carro e abre a porta para que eu saia. Ela me alcança sua mão e dá o apoio necessário para que eu fique em pé. Lisa segura a base de minha coluna e acabei apoiando minhas mãos em seus ombros. Ela olha em meus olhos, fazendo-nos ter uma ligação inquebrável. Se possível, meu ritmo cardíaco aumenta ainda mais. Ela inclinou e sussurrou em meu ouvido, fazendo todo e qualquer outro ruído sumir. — Você está bem?-Ela perguntou. — Estou.. Eu altero meu olhar entre seus olhos e seus lábios. Ela imitou meu gesto e umedeceu a boca com a ponta da língua. Seu corpo inclinou-se sobre o meu e senti sua respiração em meu rosto. Ela falou perto de meus lábios, seu tom rouco soando como música. — Eu irei te beijar agora, tudo bem? Apenas acenei com a cabeça e concordei. O mundo pareceu sumir, o ar escapou de meus pulmões. Sentia como se estivéssemos em câmera lenta, nossa distância sendo diminuída milimetricamente. E então aconteceu. Nossos lábios conectaram-se e mexeram-se juntos. Sentia seu lábio aveludado e quando abrimos a boca e ligamos nossas línguas, um suspiro saiu de mim. Era real e oficial: Eu estava beijando minha ladra. Seu beijo tinha gosto de mel, como se ela acabasse de ter comido a iguaria. Suas mãos firmes seguravam em minha cintura, puxando-me para mais perto. Minhas mãos enredaram em seus fios, trazendo-a para mim. Não sei quanto tempo perdi nessa boca, mas precisei parar para respirar. Arfamos juntas e sorrimos uma para outra. — Isso foi incrível. -Comento, sem ar. — Meu beijo ou a corrida?-Ela perguntou, um sorriso convencido em seus lábios. — Os dois. -Respondo-lhe sorrindo. Quando estávamos prestes a nos beijar novamente, sinto meu corpo molhar. Quando olho, Jisoo e Rosé estão jogando Champanhe no ar, e acabo rindo da alegria delas. — Parabéns, meninas!-Aquela tal de Minnie apareceu novamente.- Tome: 20 mil pela vitória. Vinte mil? Em questão de uma hora ou mais? Vinte mil? VINTE MIL? — Arrasou, Rosie. Elas fizeram High-five e me incluíram nas batidas das mãos. Logo metade do bolo de dinheiro foi pra Lisa e ela entregou para mim. Olho para ela incrédula. É muito dinheiro e eu não fiz nada. — Lisa, o que é isso? — Para você. Por causa do seu emprego. — Mas você já havia me dado dinheiro. Quero dizer, o envelope.. — Aquilo foi pelo assalto. Isso, -Ela colocou firmemente em minhas mãos .-é pelo problema. Seguro o dinheiro contra meu peito, ainda incrédula do que aconteceu. — Venha. A noite ainda não acabou. -Ela piscou e sorriu. Puxando-me para perto das pessoas, acabou dando uma cerveja para mim e começamos a dançar. Sentia-me mais livre do que jamais imaginei. Acho que foi uma boa decisão.
Indíce
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