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As Golpistas-Lembranças de Jisoo

As Golpistas

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As Golpistas Lembranças de Jisoo

 Jisoo estava dormindo suavemente no banco traseiro. Também pudera, brincou o dia inteiro na praia com sua melhor amiga, Jennie. Era seu aniversário de 4 anos e como presente, seus pais e seus tios fizeram um piquenique na praia.

Seu rosto estava levemente rosado, mostrando uma coloração bonita. Ela havia feito castelos de areia, enterrado seu corpinho e de sua prima, comido batata frita e recebendo muito carinho de seus pais.

O dinheiro andava curto, mas seus pais e tios haviam economizado há meses, somente para terem esse lazer em família. E a felicidade das pequenas fez todo o esforço valer a pena. Agora seus pais dirigiam em silêncio, rumo sua casa.

Apesar do dia ter sido bonito, com Sol e poucas nuvens, a noite não era agradável. Uma chuva torrencial caía do céu. Andando com baixa visibilidade, eles davam o melhor para ser seguro, mas a sorte não estava ao lado deles.

— Minho, vá com cuidado. — Yeji pediu.

— Eu sei, querida.

Eles iam devagar, evitando o desfiladeiro. Minho dirigia com maestria e logo mais chegaria em casa. Ou era o que pensava. Enquanto sua família ia com cuidado, dois adolescentes vinham na direção oposta.

Dois homens jovens haviam passado o dia bebendo e assistindo jogos. Ambos estavam no início de suas vidas, então se achavam invencíveis. Marco e Junho começariam o novo semestre em dois dias, então estavam aproveitando como podiam.

Os amigos, além de embriagados, jogavam conversa fora e riam diante da tempestade. Em uma manobra exibicionista, Marco começou a fazer um zigue-zague na pista, hora em sua faixa, hora em outra.

O que Marco não contava era com um carro vindo em sua direção. A noite sem luar deixava a estrada escura e a chuva batia violentamente no vidro, impossibilitando a visibilidade. Quando perceberam, era tarde demais.

Com um estrondoso alto, o encontro foi violento. Como não haviam colocado cinto, Marco e Junho voaram com tudo, perecendo na hora. Yeri e Minho bateram a cabeça e ficaram gravemente feridos. Jisoo, como estava presa, somente foi empurrada para frente, sem grandes consequências.

Apesar de ainda estarem vivos, eles lutavam para não perecerem. Mas como eu havia dito, a sorte não estava presentes. A ajuda chegou tarde, a ambulância demorou ainda mais e apesar de lutarem como podiam, não resistindo.

Min-ji estava desesperada. Haviam ligado para sua casa, contando as péssimas notícias. Apesar de não demonstrar, ela amava demais sua irmã. Seu choro era inconsolável e ainda havia a pequena Jisoo.

Min-ji lutava contra o governo, mas de nada valeu: ela não teria a guarda de sua sobrinha. Jisoo entrou no processo coreano de adoção, mesmo com familiares vivos. O motivo: não havia renda suficiente na família. O governo jamais deixaria uma criança passar fome.

A pequena não estava entendendo nada. Cadê seus pais? Por que ela não poderia ficar com sua melhor amiga? Por que ela estava naquele lugar assustador? Ela havia sido uma má filha? Sua cabeça rondava perguntas sem respostas.

Aprendeu que não adiantava chorar e pedir perdão, seus pais não voltariam. Ela estava sozinha, rodeada de estranhos e cada vez mais solitária. Sentia falta de sua vida e não adiantava orar, nada mudava.

Um dia um casal resolveu conversar com a pequena. Sua beleza chamou a atenção, assim como sua personalidade dócil. Após um longo processo, Jisoo finalmente teria uma nova família. Ou era o que pensava.

Os senhores Williams tentavam ensinar inglês, mas a pequena não conseguia aprender. Isso frustrava ainda mais o casal. Ela não conseguia ir para a escola, pois não entendia o que falavam. Então eles desistiram.

Mais uma vez jogada em um local com desconhecidos e agora ela mal entendia. As crianças eram más, chamando-a de macaca e roubando sua comida. Por sorte, uma freira, Miss Catherine apiedou-se de sua situação e com muita paciência, ensinou inglês.

Jisoo, agora com 13, entrou em um projeto, onde trocava cartas com outras meninas de outras escolas. Ela estava nervosa, afinal, nunca teve amigas. Sua nova amiga se chamava Lisa, e era dois anos mais nova.

A conexão foi mútua e Jisoo logo encontrou alguém para desabafar sobre como seu coração doía. Então o destino resolver ser gentil e enviar mais uma pessoa para cobrir suas feridas: Rosé.

Transferida de outro orfanado, Rosé chegou muda e tímida. Jisoo sentiu um ímã atrativo para aquela garota, que na época era acastanhada, gradualmente se abria para ela. Eram conversas muitas vezes unilateral, mas isso não desencorajava Jisoo, pois a mesma sempre a procurava.

Os anos se passaram e o que era uma amizade se tornou um amor. Uma noite, elas fugiram em silêncio para a cobertura do prédio. Sobre o céu estrelado, o primeiro beijo foi dado. A Lua testemunhou o nascimento da mais bela relação.

Logo os 17 de Jisoo chegaram e com isso ela precisou sair. Via-se em um barco sem saída, pois não tinha ninguém a socorrer. Exceto por uma garota de franjas. Ela sabia que as coisas estavam complicadas, mas ainda assim foi muito bem recebida.

Lisa sumia durante a madrugada e voltava somente no amanhecer. Jisoo se empenhava em estudar mecânica e lentamente se envolveu mais nesse mundo. De dia estudava e trabalhava e de noite cuidava de Elizabeth, que estava frágil.

Elas não passavam fome, Lisa sempre aparecia com dinheiro. Mas quando Jisoo percebeu que ela voltava com hematomas, em como sua amiga emagreceu foi descobrir o que estava rolando.

Mal acreditando no que estava sujeitando sua amiga, se destinou a mudar ainda mais a situação. Conversando ali, aqui e acolá, esperou sua parceira sair e decidiu entrar no mundo dos rachas.

Rosé foi ganhando nome e respeito e com isso fechou parceria com sua namorada e melhor amiga. Assim sua vida foi melhorando e seu lugar sendo reconhecido. Porém, um vazio ainda havia em seu coração.

E agora ele estava preenchido e Jisoo estava completa

 


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