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As Golpistas-Perseguição

As Golpistas

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As Golpistas Perseguição

— Jisoo, estou com a Jennie. — Rosé avisou.

O Sedan avançou no meio da multidão, sua velocidade crescendo a cada segundo. Oficiais, imprensa, civis, todos se afastavam diante da fúria do veículo. Rosé encontrou brechas e passou por elas com habilidade.

A van seguia logo atrás, com a falsa Yuqi ao volante. Roger, empolgado e ainda mascarado, não percebia a ausência da refém. Ria alto, tirando a máscara como quem saboreia a vitória. Ele era um homem rico, afinal.

Os dois veículos cortavam o trânsito. As motoristas, experientes em fugas, conduziam com firmeza. O velocímetro marcava 150 km/h — qualquer erro seria fatal. Ao longe, o som de sirenes crescia. A perseguição começava. No rádio da van, uma estática irrompeu. Logo, a voz de um oficial ecoou:

— Fugitivos seguindo pela Quinta Avenida com a Rua 15. Força aérea autorizada para perseguição.

— Fudeu... o que a gente vai fazer, Lisa? — Roger se virou, apreensivo.

Na mesma hora, uma barra de ferro acertou sua testa, ele caiu desmaiado. A falsa Lisa injetou-lhe um sedativo, garantindo que dormiria por horas. Agora uma nova parte do plano se iniciava.

— Hora de irmos para o leste — disse a ruiva.

Quando Roger apagou, as dublês retiraram as máscaras. Apesar do porte físico semelhante às garotas verdadeiras, seus rostos e cabelos denunciavam a diferença. Um suspiro coletivo tomou conta da van,elas respiraram aliviadas.

Em uma rua específica, Rosé virou à esquerda. A van seguiu à direita. As viaturas se dividiram, confusas.

No compartimento traseiro da van, a loira jogou maços de dinheiro pela janela. Cédulas voaram no ar, causando caos: carros pararam bruscamente, civis correram pelas pistas, colidindo entre si. Uma distração perfeita.

O mesmo acontecia no Sedan, amplificando a confusão nas ruas. Era um pandemônio.

Quando perceberam que estavam livres por enquanto, as mulheres relaxaram. O destino era o sítio. Sabiam que não tinham muito tempo até serem localizadas, mas não tinham medo. Se não atirassem, poderiam se render e não serem mortas.

— Vocês estão bem? — perguntou a morena do grupo.

Elas eram amigas há anos, sendo um trio de mulheres criminosas famosas. Linda, Becky e Leslie viveram por anos no perigo, não se arrependiam de nada, mas estava na hora de aposentar a chuteira. E quando a oportunidade bateu na porta, elas atenderam.

— Estamos — afirmou Linda. — Agora é só ir para o sítio... e deitar no chão.

Leslie, ao volante, apertou as mãos no volante. Sua vida passou diante dos olhos, fazendo-a ter lágrimas discretas.. Mas ela seguia, dirigia com precisão, zigue-zagando pelo trânsito.

— Meninas... faltam cinco quilômetros pro alvo — disse Leslie. — Só queria agradecer. Por tudo. Cada roubo, cada briga, cada pó cheirado... vocês foram e são fodas.

Ela avistava ja a estrada rural, virando o volante para lá. Apesar de estar lacrimejando, ela ainda dirigia com astúcia, controlando muito bem o veículo. Ouvia o helicóptero a seguindo, sabia que os oficiais estavam logo atrás.

Pisando ainda mais no acelerador, Leslie soltou um grito, repetido por suas amigas. Havia dor, angústia, traumas, laços e uma pitada de alívio. Elas avistaram a casa de dois andares e rumaram para lá.

A casa possuia: dois andares, tinta descascando, janelas cobertas, jardim esquecido. Um sino velho balançava na varanda. Mas ali, um detalhe: um carro azul estacionado. Uma moto vermelha ao lado. Não era abandono. Era descuido.

A van branca estacionou, as três mulheres se jogando no chão, as mãos na cabeça, sinalizando rendimento. Ambas choravam, se permitindo sentir tudo que haviam engolido nos últimos anos. Elas estavam livres, enfim.

Cinco viaturas cercaram o local. Os moradores, assustados, levantaram as mãos sem entender nada. O helicóptero rugia acima. Um megafone anunciava ordens.

Tudo ficou ainda mais confuso quando um Sedan apareceu, trazendo ainda mais viaturas. O som de sirene alarmava outras habitantes dentro da casa, causando pânico e choro em duas pessoas.

Quando o Sedan se aproximou, tudo ficou em câmera lenta. Os oficiais perceberam não haver ninguém dentro e quando o automóvel estacionou, explodiu, derrubando quem estava ao redor.

 

Enquanto dirigia furiosamente, Rosé acertava os últimos detalhes com Jisoo pelo fone

Enquanto dirigia furiosamente, Rosé acertava os últimos detalhes com Jisoo pelo fone. Elas precisavam que Rosé diminuísse a velocidade em algum ponto, para que Jisoo assumisse o controle do automóvel e o guiasse com precisão.

Jennie, ofegante, tirava a saia com pressa, vestindo as calças próprias para o salto. Suas mãos trabalhavam sem parar, mesmo com os músculos tensos dos esforços anteriores pesando em seus ombros retraídos.

— Vou matar aquele idiota — rosnou. — Eu não nasci para ser burro de carga!

— Jen, você está bem? — perguntou Lisa do outro lado.

Jennie sabia que não poderia mostrar fraqueza; ela precisava se manter firme para que Lisa não errasse. Então, respirou fundo e controlou a voz, para que ela não vacilasse em suas palavras.

— Estou, meu amor — disse calmamente. — Se concentra em pegar o dinheiro.

— Qualquer coisa, me chama.

Jennie concordou e continuou a se trocar. Guardou a saia na bolsa e agora colocava joelheiras e cotoveleiras. Rosé avistou a van seguindo no sentido oposto e apertou um botão no painel.

O porta-malas se abriu, despejando uma chuva de cédulas na rua. Como na fuga da van, o caos se instaurou: trânsito travado, buzinas, gritos, colisões.

— Jisoo, você assume daqui — disse Rosé.

O sedan desacelerou, chegando a 100 km/h. Rosé olhou em volta, como quem se despede de um velho amigo. Memorizar os carros era seu hábito. Sorriu de leve. Logo, o automóvel andava sozinho, sob o controle remoto de Jisoo.

Ao avistarem o beco, as duas se prepararam. O carro não estava a 150 km/h como planejado, mas elas ainda corriam um risco fatal. Olharam uma para a outra e sorriram, cúmplices.

Quando o colchão apareceu à frente, abriram as portas. O coração de ambas disparou. Os corpos tremiam. As bocas buscavam ar. Então, pularam.

Rosé colidiu com o macio, seus músculos sendo amassados pelo impacto. Suas pernas voaram para cima e logo despencaram como um cacho de bananas. Recuperando o fôlego rapidamente, ela se cobriu com o cobertor que havia sido colocado ali.

Jennie sentiu-se como um limão sendo espremido. Apesar da maciez dos colchões e travesseiros, o impacto foi brutal. Seu rosto amassou no colchão, e suas pernas foram lançadas com o corpo, fazendo-a chutar a própria bunda.

Ainda atordoada, Jennie se cobriu com o cobertor ao seu lado. Recuperando o ar que havia saído dos pulmões, respirava alto. Seus olhos se encheram de lágrimas com as dores corporais, mas ela conseguiu recuperar a dignidade.

Viaturas passaram em alta velocidade, fazendo o chão vibrar. As duas, deitadas sob os cobertores, não se moveram. Respiravam forte, mas estavam fora de vista. Seguras.

Quando o perigo passou, saíram debaixo dos cobertores. Vasculharam o beco em busca dos óculos perdidos. Encontraram ambos, mas só um funcionava. Jennie pegou o funcional e chamou:

— Lisa? Está aí?

— Jennie! Pelos deuses! Você está bem?

— Me sentindo um bagaço... mas viva.

O alívio tomou conta de Lisa. Um sorriso escapou. Sabia que estavam próximas do fim. Comemorou discretamente no cofre. Mas logo parou, ainda havia trabalho a fazer.

— Siga o plano — disse, firme. — Vá para a delegacia.

Jennie entregou os óculos a Rosé e começou a se disfarçar novamente. Recolocou a saia, jogou a bolsa no lixo e ateou fogo. Então, caminhou até o outro lado da quadra, saindo dos cantos escuros.

No meio da rua, começou a chorar. Era convincente. As pessoas se reuniram, chocadas com a mulher histérica que clamava por ajuda. Entrou em um estabelecimento. Alguém lhe deu água. Outro tentou acalmá-la.

— O que houve, moça? — perguntou um rapaz.

— Eu... eu... eu... — murmurou, como se não conseguisse falar. O desespero nos olhos causava comoção.

Ela se jogou nos braços do rapaz e chorou compulsivamente. Lágrimas reais. Tristeza, adrenalina, tensão. Não foi difícil. A dor já estava ali. Recompôs-se gradualmente. Bebeu mais água. Agradeceu com o olhar. Então, sussurrou ao rapaz:

— Por favor... me ajuda — soluçou. — Minha filha foi sequestrada... fui feita refém. Me leva até a polícia.

As pessoas arfaram, surpresas. Logo levaram Jennie para o local mais próximo, dando todo o suporte que ela precisava. Ela atravessou o local com a cabeça baixa, olhos inchados e expressão desesperada.

A delegacia estava um caos: policiais corriam de um lado para o outro, telefones tocavam sem parar, oficiais tentavam acalmar o público que estava presente. Jennie foi ignorada a princípio, até que um par de olhos reparou nela. Richard a reconheceu imediatamente.

Apresentando-se sem demora, ele a levou para uma sala reservada, onde Jennie contou a história que foi instruída a contar. Richard rapidamente anotou todos os dados, analisando cada expressão corporal dela.

Como não havia provas para prendê-la ou acusá-la de algo, ela foi liberada. Jennie sentia pequenos arrepios, seu coração disparava, e suava, tomada pelo medo de que algo desse errado.

Estava prestes a sair quando uma pequena comoção tomou conta da entrada da delegacia. Seus olhos se encontraram com duas pessoas. A primeira, ela reconheceu de imediato: sua babá. Miyeon caminhava tranquilamente, usando seu uniforme oficial.

Um tremor percorreu seu corpo, mas tudo ficou pior quando ela viu quem Miyeon carregava.

— Prendemos Manoban. — Foi a última coisa que Jennie ouviu antes de desmaiar.

 


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